segunda-feira, 30 de março de 2009

ACÇÃO E REPRESENTAÇÃO DAS MULHERES NOS MEDIA seminários

Maria Manuela Aguiar

Os debates sobre esta questão, integrados na preparação do Encontro de Mulheres da Diáspora, foram propostos pela Associação "Mulher Migrante" ao Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas e tiveram a sua concordância.
Estavam previstos para a 2ª quinzena de Fevereiro, em New Bedford, Toronto e Montreal.
Atrasos no andamento burocrático do processo não afectaram o seminário nos EUA, realizado, em conjunto, pelo Consulado de Portugal e pela Universidade de Massachussets-Dartmouth, mas levaram-nos a optar pelo adiamento dos que deviam ter ocorrido no Canadá.
Em Montreal, o Consulado-Geral de Portugal e o jornal Luso Presse organizaram, em 22 de Março, a sessão comemorativa do Dia Internacional da Mulher, dedicada inteiramente a esta temática, como parceiros de uma iniciativa, que está em curso, e se projecta estender à Europa e à América do Sul.
Em Dartmouth, estivemos o Dr. António Pacheco e eu. Um dia inteiro de "brainstorming", num seminário, em que o António fez a introdução nos trabalhos da manhã, e eu nos da tarde. Introduções curtas e debates longos, como deve ser, e, muitas vezes, não é por mau doseamento dos tempos...
Tudo organizado em tempo recorde e optimamente - à melhor maneira portuguesa - graças à Cônsul de Portugal em New Bedford, Drª Fernanda Coelho, e à resposta rápida e empenhada que teve do Grupo de Estudos Portugueses, dos responsáveis pelos Arquivos Ferreira Mendes (cujas instalações só serão inauguradas oficialmente neste mês de Abril e já é, com certeza, o melhor dos EUA sobre quaisquer comunidades portuguesas), e até da parte puramente americana, Reitora, e o grupo de "Women's Studies".




A Montreal desloquei-me eu. O António Pacheco, cuja participação estava prevista, teve de prolongar a estadia na Guiné Bissau, onde está a dar cursos de formação para jornalistas .
Tal como nos EUA, é de destacar a disponibilidade, o interesse e a simpatia com que o Cônsul Geral.Dr. Carlos Oliveira, abraçou este projecto. São exemplos de uma vontade de trabalhar em conjunto com as lideranças das comunidades, que é essencial no exercício de funções consulares. Há que retomar, num novo circunstancialismo, a tradição oitocentista de notáveis cônsules, que compreenderam os problemas dos emigrantes e se bateram pelos seus direitos e protecção (ao tempo, como bem sabemos, sem grande receptividade dos governantes...).

Como estávamos ainda em Março, o Jornal Luso Presse propôs ao Dr. Carlos Oliveira a organização, em parceria, de uma comemoração do Dia da Mulher, com debate sobre os temas que estão no centro desta nossa iniciativa .
O Luso Presse celebra, ano após ano, desde a fundação, há 13 anos, o "Dia Internacional da Mulher", sempre com conferências de grande nível. Em toda a Diáspora portuguesa não conheço nenhum caso semelhante...
Era deputada na altura em que, por duas vezes, participei nesses colóquios, como uma (ou um) dos oradores. Foi uma grande satisfação ter tido a oportunidadede ser, de algum modo, co-organizadora da memorável sessão de 2009 - muito embora deva reconhecer que foram, sobretudo, as mulheres da comunidade, ali presentes, que conseguiram dar não só uma impressionante imagem da emigração no feminino, mas também um acento fortemente emotivo à evocação de muitas dessas Portuguesas do Québec, cujos nomes merecem ser lembrados.

Daremos notícias sobre esses excelentes debates, que envolveram, num e outro caso, para além de autarcas, jornalistas, conselheiros do CCP , investigadores das universidades, professores e muitos dirigentes de associações, dos mais dinâmicos e empenhados em acções cívicas nas suas comunidades.

Em Toronto, pude participar no encerramento das comemorações do Dia da Mulher, promovidas pelo Consulado-Geral d Portugal, com uma peça de teatro, representada pelo grupo "Mulheres 55+" que convidava à reflexão e ao diálogo sobre problemas que estiveram no centro das preocupações em Espinho: o convívio entre gerações.
A Drª Amélia Paiva soube dar importância à "questão de género". Ninguém o poderia fazer melhor do que ela, que foi , no nosso País,uma excepcional Presidente da Comissão para a Igualdade. E fê-lo!
Em Toronto, onde temos uma comunidade enorme, de um dinamismo raro, e que é, sem dúvida, um dos consulados mais trabalhosos e difíceis de gerir, ela foi a primeira mulher cônsul-geral, e, também, uma diplomata que ganhou a admiração de todos! Aí, a partir de agora, nunca mais nada será como dantes, neste domínio. As mulheres estão no centro dos acontecimentos e são vistas de nova forma.
Pena não termos podido realizar o colóquio sobre a imagem das migrantes nos "media" , no mês de Março. De qualquer modo, falámos da hipótese de o vir a concretizar, em breve.
Sobre o encerramento do "mês da mulher" em Toronto, uma experiência, para mim inédita - em quase três décadas de contacto com a emigração! - de diálogo, numa peça de "teatro interactivo", irei escrever depois.


Montreal






Toronto






































4 comentários:

  1. O prof Franck Sousa, a Profª G Sá fora, para além da Cônsul -geral, os grandes responsáveis pela excelente organização.
    Um dos temas que acabou por ser introduzido foi o das narrativas de vida da mulher migrnte. A universidade manifestou interesse em participar através de muitos estudantes, que completam os seus mestrados.

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  2. Com a nossa Cônsul, visitamos a televisão (canal 20) e uma das maiores rádios da costa leste, pertencente aa Dr. Edmundo Dinis, onde os nossos projectos, nesta área, foram apresentados.
    Está também garantida a colaboração destes meios de comunicação na divulgação de futuros projectos de estudo sobre a questão de género nos media.

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  3. Com estas primeiras acções se pretendeu criar um interesse nesta abordagem, que tem faltado.
    Uma nova consciência para o prblema e. desse ponto de vista, houve grande receptividade.
    Não houve, depois, continuidade... Espera-se que próximas iniciativas possam criar verdadeiras correntes de atenção e investigação. nomeadamente no domínio da sociologia.

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  4. Embora sem a intenção de "fazer ciência", em Montreal procedi, em estilo jornalístico, a uma análise de conteúdo dos jornais do dia - em língua portuguesa e inglesa - nesta perspectiva de género. É um exercício que, mesmo com esta simplicidae, dá ideias e aponta para discriminações, que à partida, se julga existirem.
    E essa análise serviu de partida para o debate.

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