terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Adriana Carvalho / CV
Maria Adriana Beirão Gonçalves Sousa Carvalho, portuguesa há muito
radicada em Cabo Verde, nasceu em 1948 na Figueira da Foz. Licenciou-
se em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra em
1971, completou o Mestrado em Ciências da Educação em 2005, tendo-
se doutorado em 2009, também em Ciências da Educação, especialidade
em História da Educação, pela Faculdade de Psicologia e Ciências da
Educação da Universidade de Lisboa.
Duma forma ou doutra, a vida profissional de Maria Adriana Carvalho,
actualmente Vice Reitora da Universidade de Cabo Verde, tem obedecido
a duas paixões: a educação e Cabo Verde. Chegada a este país em 1978,
começou logo a leccionar no Liceu Domingos Ramos (antigo Liceu
Adriano Moreira), tendo de seguida desempenhado vários cargos de
Direcção nas áreas de Formação e Planeamento do Ministério da Educação.
Foi também responsável pela coordenação de vários projectos na área
educativa financiados pelo Banco Mundial.
Em 2002 fez a transição do Ensino Secundário para a Universidade, tendo
desempenhado cargos de relevo no Instituto Superior de Educação (Pró
Reitora), na Universidade Jean Piaget, onde chegou a Professora Auxiliar
e, finalmente, na Universidade de Cabo Verde, onde exerce as funções de
Vice Reitora para a Pós-Graduação e Investigação.
No corrente ano foi a responsável e a principal impulsionadora do projecto
desta Universidade “2012, Ano da Língua Portuguesa”.
A Professora Adriana Carvalho é uma figura destacada da Comunidade
Portuguesa em Cabo Verde, onde se tem notabilizado pelo seu empenho
enquanto membro activo do Conselho Consultivo da Área Consular e pelo
seu dinamismo em todas as iniciativas visando a criação de uma Escola
Portuguesa em Cabo Verde.
Foi também autora e co-autora de vários livros, manuais escolares e artigos,
cujo denominador comum é a área da educação e a história da educação.
A Professora Adriana Carvalho foi agraciada pelo Presidente da Republica
de Cabo Verde com a 1ª Classe da Medalha do Vulcão e pelo Presidente da
Republica Portuguesa com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

ADÉ CALDEIRA Saudação

De parte de toda la Junta Directiva Nacional: A todos muchas gracias por su apoyo...
Fue realmente un excelente evento organizado por la Asociación Nacional Club de los Comunicadores Sociales LusoVenezolanos (CSLusoVen)
Desde hace 3 años hemos demostrado que somos unidos en una organización seria y reconocida por toda la red asociativa portuguesa en Venezuela, todo el dinamismo empresarial de gerencia portuguesa en Venezuela, y mas que todo, por toda la comunidad portuguesa!! Pa delante amigos y asociados de la red CSLusoVen, mejor éxito de nuestra capacitad de organización y de movilización no podía haber: 124 congresistas presentes y 3.956 visitas en la pagina facebook de la Mulher Migrante Venezuela.
Contra números no hay bla bla que pueda!! Felicitaciones a todos por su gran apoyo a la Asociación Nacional Club de los Comunicadores Sociales LusoVenezolanos (CSLusoVen), organizadora del 2º
Congreso Nacional de la Mujer LusoVenezolana 2012.
Saludos / Saudações / Salutations / Best regards

Adé Caldeira - Vicepresidente nacional
Asociación Nacional de Comunicadores Sociales LusoVenezolanos (CSLusoVen)
Pin: 2 4 9 c f 8 1 b - www.cslusoven.org

FaceBook: www.facebook.com/cslusovenpagina
Twitter: @cslusoven (www.twitter.com/cslusoven)

terça-feira, 18 de dezembro de 2012


Reporte instantáneo de la Secretaria General del II Congreso Nacional de la Mujer Lusovenezolana 2012
La Secretaria General del II Congreso Nacional de la Mujer Lusovenezolana 2012 informa que durante todo el día del evento:
- 124 congresistas asistieron al congreso nacional
- 18 instituciones lusovenezolanas presentes o se hicieron representar
- (de esas 18) 7 son instituciones únicamente con asociadas y gerencia femininas
- 11 medios de comunicación social presentes (TV's, radios, prensa escrita y webtv) tanto portugueses en Venezuela como medios venezolanos (nacionales, regionales y locales)
- Los 2 únicos cónsules generales de Portugal en Venezuela (Caracas y Valencia)
- 2 consejeros de las comunidades portuguesas (existen 5 en Venezuela)
- Una exViceministra de las Comunidades Portuguesas (Portugal)
- 148 reportes por Twitter con la etiqueta (hashtag) #mulhermigrante
- Presidencia de la Republica Portuguesa siguió tweets de un congresista con el hashtag #mulhermigrante
- 109 atestaciones de presencia firmadas y entregue a los congresistas
- 265 facebookistas comentando la pagina facebook www.facebook.com/MulherMigranteVenezuela
- 345 conexiones a la TV Mulher Migrante Venezuela
- 687 visitas en la pagina www.mulhermigrante.org.ve
- 3.956 visitas en la pagina facebook

Secretaria General, Comisariado del Congreso y Equipo TecnicoOperacional: Ángeles Pestana, Karen Lozada, Luisana Andrade, Irene Goncalves, Ramsey Blade, Leonella Espinoza, David de Freitas, Steve Tovar y Paulo Villaloboswww.cslusoven.orgCon el apoyo técnico de “Hijos de Portugueses Nacidos en Venezuela”(HPNV)www.facebook.com/pages/Hijos-de-Portugueses-Nacidos-en-Venezuela-HPNV/347552912026

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Isabel MEYRELLES o texto para publicação na revista

Isabel Meyrelles, grande Portuguesa da diáspora esteve representada na exposição de Mulheres de Artes, "Singular, Plural", com que quisemos abrir, de uma forma absolutamente inédita, o Encontro Mundial da Maia.
Relembrar o acto com que o governo Português a distinguira dois anos antes, é a nossa maneira de lhe agradecer o seu gesto de solidariedade e de participação nesta iniciativa.
Foi em 11 de Dezembro de 2009 que Isabel Meyrelles recebeu, na Embaixada de Paris, a comenda da Ordem de Santiago. Na altura, O SECP Dr António Braga, afirmou na sua mensagem que aquela era "a merecida homenagem de Portugal a uma das suas mais distintas embaixadoras".
Acompanhamo-lo nas palavras com que define o seu percurso artístico:
"Isabel Meyrelles ilumina a contemporaneidade como Poetisa e Escultora de eleição, na boa tradição do movimento surrealista, no qual ocupa lugar pioneiro e cimeiro. Na sua riquíssima e permanentemente apaixonada vida cultural perpassam esse conjunto de actividades multifacetadas que fazem o artista completo.
Desde a tradução de autores de referência na literatura nacional, que desenvolveu variadíssimas vezes com inegável talento, em que destaco José Régio, até à poesia e à escultura, a sua extraordinária actividade criativa deixa uma marca indelével. Por proximidade pessoal atrevo-me a relevar a sua obra na escultura onde espelha, com raro sentido de oportunidade, o mito do Portugal e da Europa, em que se inspira muito do transumante na Diáspora portuguesa, aliás, presente no meu próprio distrito que tem o privilégio de beneficiar da sua obra na colecção da Fundação Cupertino
Miranda onde, há bem pouco tempo, lhe foi prestada sentida homenagem"

CÉLIA ALTURAS

Célia Alturas tirou o Curso Superior de Dança nas áreas de Interpretação, Coreografia e Produção de Espectáculos na Escola Superior de Dança de Lisboa. Ingressou na Companhia de Dança de Almada onde trabalhou com vários Coreógrafos nacionais e estrangeiros tais como: Jordi Cortês, Jean Paul
Buchieri, Paulo Ribeiro, Mark Tompkins, Peter Michael Dietz, Maria Franco, Margarida Bettencourt, entre outros. Posteriormente foi convidada para fazer assistência de produção e dar aulas de Contemporâneo na companhia. Em paralelo trabalhou com coreógrafos independentes como António Tavares, Jiska Morgenthal e Marco de Camillis. Começou a desenvolver o seu trabalho como criadora independente. Fez movimento para teatro e criou projectos com Música, Dança e interpretação, entre os quais se destaca o Projecto FICA (Formação, Intercâmbio e Criação Artística), cocretizado em Maputo/ Moçambique, com financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian e
produzido pela CIC Portugal (ONG). Posteriormente começou a trabalhar como actriz/cantora em Teatro, Musical, Televisão e Cinema. Trabalhou no: Teatro Meridional, Teatro Aberto, Teatro D. Maria II, Teatro Real de Madrid, Teatro A Barraca. Com o Realizador Carlos Saura, Cadu Salles, na série Televisiva para Crianças “Floresta Mágica” e na Novela Laços de Sangue.
Canta em geral em alguns dos trabalhos que faz (contralto, meio soprano). Fala Inglês, espanhol e criolo de Cabo Verde. Tem o Curso de aperfeiçoamento em Rádio pelo CENJOR de Lisboa. Estudou piano e educação musical no Conservatório Regional do Algarve.
Posteriormente foi para Nova Iorque onde completou o Summer e o Fall Conservatory no Michael Howard Studios em representação para Teatro e Cinema. Tem vindo a desenvolver a sua carreira como actriz e produtora na área cinematográfica.

(texto recebido de Nassalete Miranda)

INÊS ALMEIDA


I first came across Inês’ wonderful work two years ago, while researching girl empowerment communities for my documentary project The Illusionists (for which Inês eventually became an ally, supporter and sponsor).
I was instantly captivated by Inês’ vision, drive, determination, and altruism. Her enterprise 7 Wonderlicious is focused on overturning gender stereotypes, empowering girls to achieve their full potential: the site contains a multitude of resources for girls and parents alike and is constantly updated with inspiring blog posts.
Inês’ latest initiative is “A Chain of Girl Goodness“: she aims to create a values- driven online marketplace – similar to Etsy.com – focused on empowering products for girls. In order to create a prototype for this online platform, Inês is currently running a crowdfunding campaign on Indiegogo. Help make it happen here: www.indiegogo.com/GirlPower.

(enviado por Nassalete Miranda)

ANA FERREIRA


Desde cedo ligada à Emigração e às suas pessoas, não perdi oportunidade de, no sítio certo, poder defender os seus interesses e direitos.
Muito nova, com 19 anos, decidi abraçar um projeto que muito dignifica a nossa democracia, O Conselho das Comunidades Portuguesas.
Eleita em 2003 pelo círculo Rhône-Alpes, Est et Corse (França), conduzi uma lista de jovens chamada “Jovens pro Futuro” a uma vitória clara, ficando eleita a mais nova Conselheira do Mundo.
Nesse mandato tive a honra de presidir ao primeiro plenário, que ocorreu na Assembleia da Republica, representar o conselho no Conselho Consultivo para a Juventude. Comecei o meu sonho, comecei a minha caminhada política para as
Comunidades e para Portugal.
Entrei, também nesse ano, para a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa onde me licenciei em Comunicação Institucional e especializei-me, mais tarde, com um mestrado em comunicação Estratégica/Politica.
A minha passagem pelo conselho, onde trabalhei com personagens ilustres da nossa comunidade, de todo o Mundo, deu me consistência no meu discurso de que os Jovens são necessários para a continuidade da nossa cultura. Só eles podem vincular a Portugalidade, esse sentimento bem emigrante.
Hoje com 29 anos, em que já passei pela Camara Municipal de Oeiras onde fui técnica de Protocolo e agora, há já pouco mais de um ano, em que estou em funções no Gabinete do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, recordo com saudade esse tempo de Conselheira.
Ser Conselheira foi para mim mais do que uma tarefa, foi uma escola politica, uma escola de vida, uma escola da Emigração, um Dever.

HELENA PIMENTA

Helena Pimenta
Es licenciada en Filología Moderna/ Inglés y Francés por la Universidad de Salamanca. Desde el 1 de septiembre de 2011 es directora de la Compañía Nacional de Teatro Clásico.
Antes de ser nombrada directora de la Compañía Nacional de Teatro Clásico, en septiembre de 2011, había dirigido en la Compañía La dama boba, de Lope de Vega (2002), La entretenida de Miguel de Cervantes (2005) y La noche de San Juan de Lope de Vega (2008), y participado en la formación y selección de los elencos de la Joven Compañía en las promociones de 2005 y 2009. A lo largo de su carrera ha merecido numerosos reconocimientos y premios, entre los que destacan el Nacional de Teatro de 1993 por Sueño de una noche de verano, los de la Asociación de Directores de Escena de 1996 (Romeo y Julieta), de 1998 (Trabajos de amor perdidos), y accésit de 2002 (Luces de Bohemia); el Ercilla de 2004 (La tempestad y El chico de la última fila), y de 1996 (Romeo y Julieta); el premio Teatro Rojas de Toledo de 1996 (Romeo y Julieta); el de la sala Cuarta Pared de 1996 (Sueño de una noche verano); el de Teatres de la Generalitat Valenciana de 1994 (Sueño de una noche de verano), el del Festival de las Artes de La Habana de 1995 (Sueño de una noche de verano),y el premio Lazarillo de 2002 a la trayectoria teatral. Junto a la dedicación escénica a lo largo de estos años, ha desarrollado una importante actividad pedagógica, impartiendo cursos, seminarios, clases y
talleres de interpretación, dirección y dramaturgia en foros nacionales e internacionales. Además, ha realizado programas pedagógicos teatrales dirigidos a alumnos de enseñanzas medias, escuelas de teatro y universidades. Profesora durante un curso en la RESAD, ha impartido cursos en las universidades de Santiago, Complutense, Carlos III de Madrid e Internacional Menéndez Pelayo, en el Centro Dramático de Aragón, y en la Escuela de Teatro de Baracaldo, entre otros.
Ha sido fundadora y directora de la Escuela de Teatro de Rentería (1987- 1993) y ha dirigido la programación de la sala Niessen de Rentería (1987- 1999). En 2009 fue nombrada presidenta de la Asociación de Directores de Escena, también ha sido miembro del Consejo de Teatro del Ministerio de Cultura y vocal del Consejo Estatal de las Artes Escénicas y de la Música, y miembro de los jurados de los premios del Ministerio de Cultura Calderón de la Barca, Nacional de Teatro y Nacional de Literatura Dramática.


ELSA SANTOS

ÁFRICA


Breve percurso:

Oriunda da família portuguesa radicada em Moçambique, foi criada e formada segundo os valores da cultura portuguesa sem perder, no entanto, as suas raízes moçambicanas e o apego a Moçambique.
Regressou a Portugal devido às contingências que abalaram o país e reside em Maputo desde 1998, onde desenvolve a sua carreira, performance e negócios.
Reside em Maputo há 14 anos, para onde regressou, casada, a fim de retomar actividades familiares e profissionais no seu país de origem.
1998 marca o início de actividades profissionais em Moçambique juntamente com o marido que investiu na área da Construção Civil ao adquirir a empresa Housing pertencente a um grupo sueco e o Estado de Moçambique.
Em termos individuais, ingressou, nesta altura na área do Turismo, como gerente da Agência de Viagens Safari onde desempenhou funções de Gestão Financeira, Administrativa e Comercial.
Como responsável máxima da empresa, acompanhou 3 missões a Macau visando o aconselhamento e consultadoria junto a personalidades ligadas ao Governo e seus interesses relacionados com Macau como uma porta de entrada da China nos Países da CPLP.
A ligação profissional com a área do Turismo, altera a trajectória profissional em direcção à promoção de negócios entre China e Moçambique.
2005/2006. Com base na experiência adquirida em Portugal, investe no Primeiro Business Center, como Empresária em nome individual e abre a primeira unidade de negócios – a Investe Imóvel.
2009. A Investe Imóvel inicia suas actividades imobiliárias na venda, compra e arrendamentos de propriedades e continua a actuar no mercado e no tecido empresarial de Maputo até o presente momento, com crescimento e novos empreedimentos.
Dinamizou o Nucleo Sportinguista em Maputo, levando a cabo iniciativas sociais, dezenas de eventos e actividades de apoio à comunidade cívica.
Como empresária do Sector Imobiliário e empreendedora, ganha terrreno no sector ao vincar uma nova visão do serviço personalizado ao cliente, que inclui apoios e aconselhamento em todas as vertentes envolventes ao arrendamento ou mediação imobiliária.
2009 - Cria a SOS Casa – que apresenta um leque de serviços de reparações e prestações de manutenção ao imóvel e condomínios
2010 O. Maputo Business Center, o primeiro business centre de Maputo, é inaugurado ao qual se seguiu a segunda unidade - o Polana Business Center, inaugurado em 2012.
No futuro próximo, princípios de 2013 – abre, ainda, um cooWork, seguindo os moldes europeus e personalizados às exigências de Moçambique.
Fiel ao Lema: “Minimizar o mal que nos acontece. Ridicularizar o que nos magoa. Fazer uma festa da mais pequena alegria”, prossegue objectivos de expansão dos conceitos adquiridos na trajectória profissional e empresarial com projectos de implementação de novas unidades de negócios no resto do País.

COMENDADOR ARTUR DOS SANTOS PEREIRA


Durante 50 anos de vida trabalhou voluntariamente para a Comunidade Portuguesa do RJ. Foi diretor de várias das maiores Instituições, Presidente da Federação das Associações Portuguesas e Luso- Brasileiras, Presidente da Portuguesa de Desportos, Presidente da Casa das Beiras e durante 20 anos presidiu a RBSP Caixa de Socorros D. Pedro V.
Tem 4 Comendas: 2 Governo Português e 2 do Governo Brasileiro, a que a sua dedicação faz jus.
Está sendo construído na sua terra natal, Chãs d’ Égua, um Museu do Emigrante Comendador Artur dos Santos Pereira, que deverá ser inaugurado em agosto/2013.
Uma prova da sua ligação à terra de origem é o facto de ter sido, durante 8 anos, eleito para a Assembleia Municipal de Arganil, cruzando o oceano, para cumprir esse mandato.
O seu súbito falecimento, aos 79 anos, em 06.04.06, deixou consternada a comunidade luso-brasileira, na certeza de que acabava de perder um dos seus mais ilustres representantes.
A AEMM pode contar, muitas vezes, com o apoio e o dinamismo do comendador Artur dos Santos Pereira e vai recorda-lo como um líder excepcional e um homem de grande generosidade e simpatia, um homem que nunca se deixou envelheceu, nem fisica nem espiritualmente, que sabia ultrapassar todos os obstáculos na sua luta por causas que partilhamos - e sempre sem perder a esperança e o sorriso.

JOANA SANTIAGO

O segredo da avó

Ser empresária numa época de crise, e numa área dominada pelo masculino não será a forma mais fácil de vencer na atualidade, sem dúvida. Também não será isso um impedimento, mas antes a força, a energia para vingar e para fazer nascer algo que há muito era um projeto - uma nova marca de vinho Alvarinho, a nossa.
É com orgulho que continuo uma grande obra, já iniciada há muito anos, pela família Santiago.
Também é com grande optimismo e emoção que vejo, a jovem empresa que lidero, de cariz familiar a projectar-se internacionalmente desde cedo. Assim, a Nenúfar Real sociedade Agrícola Lda. apresenta publicamente, este mês o seu primeiroAlvarinho – QUINTA DE SANTIAGO, edição especial - selecção O segredo da avó. Ele é o produto final, nascido e criado numa quinta com tradição centenária na produção de vinho Alvarinho, a Quinta de Santiago, também conhecida como Quinta da Gandra, em Cortes, na Sub-região de Monção e Melgaço.
Foi com determinação e alma, essencialmente marcada no feminino, que nasceu este projeto, a provar que as mulheres minhotas sempre tiveram e têm característicasde liderança e empreendedorismo. São estas as capacidades que pretendo homenagear, lembrando, em especial a matriarca, minha avó, Maria de Lima Santiago, que tantos saberes e segredos me transmitiu. Por essa razão, o primeiro vinho da Quinta de Santiago tem um sabor especial … tem “ o segredo da avó” , essa grande impulsionadora da manutenção e continuidade desta quinta até à terceira geração. Este Segredo representa a simbiose perfeita entre o saberempírico que vem das tradições e de gerações anteriores com o novo conhecimento teórico e tecnológico da modernidade, orientado por um jovem enólogo monçanense.
O produto finalé sem dúvida, fruto de encontro, de debate, nem sempre fácil, entre o passado e o presente mas , essencialmente, a olhar e a apostar no futuro. Poderei dizer que a sinergia do legado da família Santiago que se dedicou à cultura destas nobres castas brancas – o Alvarinho – e a modernidade e juventude farão a combinação perfeita para que esta marca e esta empresa vinguem. Acredito que, se por um lado, herdei algum conservadorismo da minha avó, o admirar e valorizar a identidade, a família, as raízes e o preservar o que é tradicional, neste caso concreto, a forma de tratar o vinho, a velha quinta com os seus encantos e casa senhorial, as paisagens rurais que foram cenário acolhedor e terno do meu universo de criança e adolescente. Por outro, move-me o desejo de diáspora da minha mãe, mulher da diáspora em três continentes, o asiático, o africano e o europeu, e que me fez desejar partir para o mundo dos negócios e projetar os nossos produtos, a nossa marca e o nome da terra dos meus antepassados portugueses quase exclusivamente “ lá fora”. A minha educação fez de mim “uma filha do mundo” e por isso partirei em busca de novos mercados emergentes.
Sou empresária, tenho sonhos, sou empreendedora e, neste complicado mundo dos negócios, sei que terei necessidade de muito mais provar enquanto mulher, mas isso não me demove, afinal sou mulher minhota!


Nota: Nesta história de empreendedorismo de 3 gerações de mulheres, num domínio tradicionalmente masculino - com excepções como a da Ferreirinha... e a desta Avó! - descobrimos uma faceta para nós desconhecida da nossa dinâmica associada Arcelina Santiago "mulher da Diáspora" em três continentes...

LEONOR FONSECA

A intervenção da Drª Leonor Fonseca, Vereadora da Cultura da Câmara de Espinho e associada da AEMM, sobre “As Mulheres Portuguesas na Política” foi saudada pela sua coragem e realismo, sobretudo pelas mulheres enquanto, inicialmente, era objecto de muitas questões por parte dos homens presentes, sendo, por isso, a que mais animou um vivo debate.
Leonor Fonseca começou por salientar que “As mulheres na política ensombram todos os que temem a perca de poder. Sim, é tudo uma questão de Poder”. disse. E prosseguiu: “Durante décadas foi útil subtrair à mulher o acesso aos estudos, ao conhecimento, à vida, ao mundo, não porque sofresse qualquer disfunção genética que lhe tivesse subtraído a capacidade de pensar, discernir, contestar, argumentar e aduzir mas porque bem sabiam que uma mulher inteligente poderia representar uma ameaça ao dito poder.
Pouco astutos, porque uma “mulher pensante” pode e deve ser uma entre os seus pares, mas ao invés, é olhada de soslaio! Por eles – Homens – que a sentem como uma ameaça – e por elas – Mulheres – que pensam como eles!” .
Para Leonor Fonseca “A igualdade de poder e a participação cívica, seja na vida pública ou privada é assunto de um passado recente, não muito longe dos dias de hoje. E infelizmente o mundo – deste séc. XXI - continua repleto de mulheres para quem os direitos básicos, como sejam o acesso à saúde, educação, são simplesmente uma miragem.
Olhando retrospectivamente todo um passado de luta, afirmou que “mesmo a Primeira República que poderia ter dado a oportunidade às mulheres de exercerem o seu direito de voto, traíu- as. Mas foi também nessa altura, apesar da traição legislativa, que uma Grande Mulher fez ouvir a sua voz, lutando pelos direitos de todas nós. Carolina Beatriz Ângelo invoca a sua qualidade de chefe de família porquanto era viúva e mãe e recorre às vias judiciais a fim de que lhe seja concedido o justo direito de exercer o seu voto. E ganha. Tendo sido a primeira mulher a votar em Portugal!
Mas outras sufragistas se lhe seguiram, Ana de Castro Osório, Elina Guimarães…”
Leonor falou seguidamente de Abril, de 1974, quando “ tudo parecia mudar". Com a liberdade, a sensação de que a discriminação em função do género seria coisa do passado, o que não veio a acontecer. Continuam a ser os homens a ocupar os lugares de topo. Raramente aparecem mulheres como cabeças de lista nas formações político-partidárias e quando aparecem ocupam lugares não elegíveis. A excepção ficará para sempre na história do Portugal recente: Engª. Maria de Lourdes Pintassilgo que, durante o ano de 1979, ocupou o cargo de Primeiro-Ministro, tendo criado a “Comissão da Condição Feminina”.
Finalmente, abordou, de frente, a ainda polémica lei da paridade, considerando-a “apesar de tudo uma vitória. O Parlamento Português tem 230 deputados. Apenas 57 são Mulheres. Inaceitável e mesmo assim, fruto da lei da paridade.
 E deixou perguntas pertinentes: Quantas vezes as quotas não camuflam lugares reservados àqueles homens?! Quantas vezes as mulheres apesar de exercerem funções públicas não são ostracizadas, humilhadas, relegadas de forma exímia para 5º plano porque têm a coragem de não calar o que lhe vai na alma?!. De expressarem livremente as suas opiniões nem sempre condizentes com o politicamente correcto? As mulheres portuguesas na política são ainda e só aquilo que alguns homens querem. Uma secção delimitada pela via legal, uma quota. Assim não! - Clamou a jovem Vereadora, para quem “se mantém a injustiça numa sociedade em que leis designadas Paritárias camuflam a sorte de cada uma de nós. Pelo que a luta pode e deve continuar. Está muito por fazer”

Bem vistas as coisas,  quem poderia discordar desta asserção? O consenso impôs-se.

CLAUDIA FERREIRA

FADISTA, RADIALISTA E JORNALISTA

Claudina Dias Cavaco, portuguesa, nascida no Algarve, veio para o Brasil com os pais em 1952. Começou sua carreira de cantora no “Programa dos Astros” de Joaquim Pimentel. Cantou em público em uma Festa no “Teatro João Caetano” no RJ e, logo depois ,profissionalmente, em muitos espetáculos no “Casino do Funchal” na Ilha da Madeira, em Londres, em Luanda em vários Estados do Brasil.
Participou na TV portuguesa com “Meia hora de Fados” e noutros programas.Gravou um disco na “Studio”, e tem estado sempre disponível para cantar para as instituições luso-brasileiras. Actuou em muitos espectáculos da Rádio e da TV..
Distinções e louvores - Medalha de Mérito das Comunidades, do Governo Português .Voto de Louvor dado pela Assembleia Legislativa do RJ. Vários Troféus Comunidade ofertados por outros Radialistas como o melhor “Programa em Lìngua Portuguesa”.
O seu programa Rapsódia Portuguesa existe há 40 anos, atualmente é transmitido pela Radio Manchete do RJ, com grandes audiências. Escreveu uma coluna social durante 25 anos no “Jornal O Mundo Português”.
Viúva do Comendador Artur dos Santos Pereira tem uma filha e um neto.
 Representa, há 15 anos, a “Associação Portuguesa Mulher Migrante” no RJ, dando-lhe. no Brasil, muito da sua personalidade tão comunicativa e entusiasta, do seu saber e empenho em causas sociais e culturais, que explica a popularidade e o sucesso do seu trabalho na rádio e na comunidade.

LOURDES ABRAÇOS

Professora de Artes Plásticas, pintura em porcelana e em tela) residente no Rio deJaneiro-Brasil. De 1979 a 2011 realizou muitas exposições individuais em Portugal eno Brasil e colectivas nos EUA, México, Nevezuela, Argentina, França, Uruguai.
Algarvia por nascimento, na última exposição realizada em Silves, doou 57 peças ao Município para constituir um acervo da Câmara Municipal em exposição permanente.
Durante anos, ministrou a pintura em porcelana sendo a precursora da arte em Portugal, em termos privados, e fundando em Lisboa a “ União Portuguesa de Arte em Porcelana”, coordenando várias exposições sob o auspício da referida Associação, entre elas a realizada no Rio de Janeiro no Palácio de São Clemente ( Consulado Geral de Portugal). No Rio de Janeiro, foi professora de ArtesPlásticas no Colégio Notre Dame e Colégio do Leme.
É titular da cadeira 6 da Academia Brasileira de Artes e Letras de Paranapuã; Comendadora "Grande Mestre da Sociedade Brasileira de Desenho e Artes Visuais; Detentora da Medalha de Mérito Cultural Austregésilo Ataíde; Diploma e Medalha de Ouro no IX Salão de Arte "Brasil-Portugal" de 500 anos de brasilidade.
 Outros prémios e distinções: Placa de Reconhecimento da ABRAP, na qualidade de Grande Mestra e Divulgadora da Pintura Sobre Porcelana no Brasilee  no Mundo, Homenagem Especial com placa de prata, em São Paulo, na 18ª. Expo APPP,  na qualidade de incentivadora das Artes do Fogo, disseminando a cultura lusitana no Brasil.
Organizadora e Coordenadora da 1ª. e 2ª Mostra de Artes Plásticas dos Artistas Portugueses Radicados no Brasil, realizadas respectivamente no Sheraton Hotel -Rio de Janeiro e Embaixada de Portugal em Brasília, divulgando a obra de cerca de40 artistas portugueses radicados no Brasil.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

MALICE RIBEIRO

Maria Alice Ribeiro , jornalista e directora do mais antigo jornal de língua portuguesa em Toronto era uma Mulher de cultura, de Letras e de causas, com um intenso interesse pelas coisas da política, tanto nacional, como canadiana e mais ainda pelas da sua comunidade. Sempre pronta a conversar à mesa do café, ou ao telefone, como se o tempo que perdia connosco, não o fosse gastar em noitadas de porfiado trabalho. Sim, havia o seu “quê” de excessivo na personalidade de Maria Alice – mas todos os seus excessos eram virtuosos (salvo o de ser fumadora inveterada): excesso de generosidade, de voluntariado, de cuidado com o detalhe, com o sucesso de todas as vertentes de uma acção, que a fazia uma parceira mais do que fiável, infalível, em qualquer iniciativa conjunta. As suas organizações tinham o rigor de um relógio suíço, a par de um entusiasmo e uma emotividade muito à portuguesa.
Amigos não lhe faltavam, Sabia escolhe-los na perfeição, e pô-los a trabalhar para o “bem comum”. Foi através dela que conheci o filantropo Virgílio Pires, o Manuel Leal (que ela achava “esquerdista” – que exagero! …) ou o Laurentino Esteves, o jovem promissor, que tratava como um segundo filho.
Só ela me faria estar numa passagem de ano em Toronto (porque para além da minha família portuguesa, achava que eu tinha obrigações para com a minha vasta família de afectos luso-canadiana…). E não nos limitamos a confraternizar em duas ou três festas de associações, mas em quatro ou cinco, umas visitadas no ano que findava e outras já no ano seguinte,,, No meio de um nevão que cobria os passeios, onde se afundavam os nossos sapatos de salto alto. Coisa benigna, quando comparada a uma ida de Toronto a Kingston, que durou horas e horas, sob sucessivas tempestades de neve, com o Virgílio Pires firmemente ao volante do seu Cadillac, que resvalava aqui e ali, mas sempre sem perder o rumo…. E, depois de cumprirmos na íntegra o programa – visita à Igreja portuguesa, encontro no clube, entrevistas à rádio e à televisão e jantar como Mayor – regressamos à aventura de mais umas horas de condução exímia do Virgílio, sob a fúria da intempérie. Em ininterrupta e divertida conversação a três, naturalmente… Com Malice não havia silêncios nem tempos mortos, era assim, cheia de energia, de ideias e de projectos, que levava por diante contra todos os obstáculos, fossem os da natureza ou os dos seus opositores - que nunca a venceram nem convenceram...
O que a movia? Julgo que era, antes do mais, o portuguesismo, a vontade de defender a cultura portuguesa na imensa panóplia de culturas conviventes no Canadá e também o inconformismo face às práticas e tradições que desvalorizavam o modo de ser feminino.
O Correio Português era o jornal da Maria Alice e do António Ribeiro, numa paridade completa, pragmática e eficaz. Mas para Malice, como os amigos lhe chamavam, o jornal foi mais do que um periódico bem gerido e bem escrito. Com ele deu voz à comunidade, fez a história da comunidade, mas também soube ter voz própria e ser protagonista de primeiro plano na construção de um universo luso canadiano que não parava de crescer, após o início das migrações em massa dos anos 50.
Do seu pioneirismo no campo da escrita e do jornalismo ao seu pioneirismo na representação dos emigrantes no Conselho das Comunidades Portuguesas, desde os anos 8o até ao último dia de uma luta contra grave doença, fica a força de um exemplo de vida,.
Fica a memória da fase primordial da emigração portuguesa no Canadá, em páginas e páginas do seu "Correio". E fica, também, à espera dos investigadores que o possam tratar e divulgar, um precioso arquivo fotográfico, recolhido no Museu Português de Toronto, graças a uma intervenção atempada de Virgílio Pires.
Na verdade, Malice tinha sempre à mão, para além do inevitável maço de cigarros, a sua máquina fotográfica de profissional...Nesse arquivo, está, em imagens, muito do passado português em Toronto – cabe agora ao “Museu”
revela-lo, valorizando-se.
E, por fim, numa revista que fala de mulheres na diáspora não poderíamos esquecer que a ela se deve a proposta para a realização do “1º Encontro Mundial de Mulheres Portuguesas no Associativismo e no Jornalismo”, em 1985. Esse
seu feito é, de algum modo, o precursor da longa caminhada, em que andamos, e em que a sua memória nos acompanha.



LEMBRAR MÁLICE


Sim, havia o seu “quê” de excessivo na personalidade de Maria Alice – mas todos os seus excessos eram virtuosos (salvo o de ser fumadora inveterada): excesso de generosidade, de voluntariado, de cuidado com o detalhe, com o sucesso de todas as vertentes de uma acção, que a fazia uma parceira mais do que fiável, infalível, em qualquer iniciativa conjunta. As suas organizações tinham o rigor de um relógio suíço, a par de um entusiasmo e uma emotividade muito à portuguesa.
Amigos não lhe faltavam, Sabia escolhe-los na perfeição, e pô-los a trabalhar para o “bem comum”. Foi através dela que conheci o filantropo Virgílio Pires, o Manuel Leal (que ela achava “esquerdista” – que exagero! …) ou o Laurentino Esteves, o jovem promissor, que tratava como um segundo filho.
Só ela me faria estar numa passagem de ano em Toronto (porque para além da minha família portuguesa, achava que eu tinha obrigações para com a minha vasta família de afectos luso-canadiana…). E não nos limitamos a confraternizar em duas ou três festas de associações, mas em quatro ou cinco, umas visitadas no ano que findava e outras já no ano seguinte,,, No meio de um nevão que cobria os passeios, onde se afundavam os nossos sapatos de salto alto. Coisa benigna, quando comparada a uma ida de Toronto a Kingston, que durou horas e horas, sob sucessivas tempestades de neve, com o Virgílio Pires firmemente ao volante do seu Cadillac, que resvalava aqui e ali, mas sempre sem perder o rumo…. E, depois de cumprirmos na íntegra o programa – visita à Igreja portuguesa, encontro no clube, entrevistas à rádio e à televisão e jantar como Mayor – regressamos à aventura de mais umas horas de condução exímia do Virgílio, sob a fúria da intempérie. Em ininterrupta e divertida conversação a três, naturalmente… Com Malice não havia silêncios nem tempos mortos, era assim, cheia de energia, de ideias e de projectos, que levava por diante contra todos os obstáculos, fossem os da natureza ou os dos seus opositores - que nunca a venceram nem convenceram...
O que a movia? Julgo que era, antes do mais, o portuguesismo, a vontade de defender a cultura portuguesa na imensa panóplia de culturas conviventes no Canadá e também o inconformismo face às práticas e tradições que desvalorizavam o modo de ser feminino.
O Correio Português era o jornal da Maria Alice e do António Ribeiro, numa paridade completa, pragmática e eficaz. Mas para Malice, como os amigos lhe chamavam, o jornal foi mais do que um periódico  bem gerido e bem escrito. Com ele deu voz à comunidade, fez a história da comunidade, mas também soube ter voz própria e ser protagonista de primeiro plano na construção de um universo luso canadiano que não parava de crescer, após o início das migrações em massa dos anos 50.
Do seu pioneirismo no campo da escrita e do jornalismo ao seu pioneirismo na representação dos emigrantes no Conselho das Comunidades Portuguesas, desde os anos 8o até ao último dia de uma luta contra grave doença, fica a força de um exemplo de vida,.
Fica a memória da fase primordial da emigração portuguesa no Canadá, em páginas e páginas do seu "Correio". E fica, também, à espera dos investigadores que o possam tratar e divulgar, um precioso arquivo fotográfico, recolhido no Museu Português de Toronto, graças a uma intervenção atempada de Virgílio Pires.
Na verdade, Malice tinha sempre à mão, para além do inevitável maço de cigarros, a sua máquina fotográfica de profissional...Nesse arquivo, está, em imagens, muito do passado português em Toronto – cabe agora ao “Museu”
revela-lo, valorizando-se.
E, por fim, numa revista que fala de mulheres na diáspora não poderíamos esquecer que a ela se deve a proposta para a realização do “1º Encontro Mundial de Mulheres Portuguesas no Associativismo e no Jornalismo”, em 1985. Esse
seu gesto é, de algum modo, o precursor da longa caminhada, em que andamos, e em que a sua memória nos acompanha.







Maria Alice, jornalista e directora do mais antigo jornal de língua portuguesa em Toronto era uma Mulher de cultura, de Letras e de causas, com um intenso interesse pelas coisas da política, tanto nacional, como canadiana e mais ainda pelas da sua comunidade. Sempre pronta a conversar à mesa do café, ou ao telefone, como se o tempo que perdia connosco, não o fosse gastar em noitadas de porfiado trabalho.

Manuela Aguiar

Manuela Aguiar sobre Mulheres no Associativismo, na década de 80

No início de 1980, Sá Carneiro escolheu-me para Secretária de Estado da Emigração do seu Executivo e, por dever de ofício, parti então, para as primeiras de muitas visitas a comunidades do estrangeiro. Deparei com um mundo de homens - homens que me recebiam surpreendentemente bem, atendendo ao facto incontroverso de eu ser a primeira mulher que um Governo da Pátria mandava ao seu encontro, desde o remoto começo das migrações portuguesas…
Havia, é certo, algumas raras mulheres que com eles ombreavam, mas constituíam a excepção à regra e eram, naturalmente, excepcionais, a todos os títulos...
Malice Ribeiro em Toronto, Manuela Chaplin em Newark, Mary Giglitto em San Diego,  Benvinda Maria no Rio de Janeiro, Manuela da Rosa em Pretória… (cito pela ordem cronológica determinada pelo roteiro dessas “viagens de descoberta” das pessoas e das comunidades).
Digamos que elas partilhavam, formal ou informalmente, o “poder” nessas pequenas" repúblicas de homens" - e tinham bastante poder, tomavam decisões, ou influenciavam acontecimentos de uma forma pública e não só nos bastidores... Eram reconhecidas admiradas e algumas, para além disso, a meu ver, temidas também - visivelmente, no caso das formidáveis jornalistas, Malice Ribeiro e a Dona Benvinda Maria e da cronista Manuela Chaplin... Mas as outras impunham respeito do mesmo grau e natureza : quem ousaria atravessar-se no caminho da Mary, “alma mater” do grandioso Festival Cabrilho ou pôr em questão o movimento feminino de Manuela da Rosa, fundadora da “Liga da Mulher Portuguesa da África do Sul?
Destas cinco "grandes" da Diáspora, três foram pioneiras da presença feminina no Conselho das Comunidade Portuguesas - ao tempo oriundo do associativismo e espelhando o perfil masculino do dirigismo das suas organizações. Eleitas e reeleitas “conselheiras” quando e como desejaram (Malice, Chaplin e Manuela Da Rosa, pertenceriam ao CCP na sua segunda vida, a partir de 1997, num modelo de eleição por sufrágio universal). E Mary e Benvinda Maria só não foram por que não quiseram - uma assembleia de pendor "político" não era o palco preferido de uma e de outra.

O Encontro Mundial de 1985 foi para mim a revelação de outras mulheres extraordinárias  e deu-me a certeza de que há muitas mais, num injusto esquecimento ou anonimato. Encontrá-las e dar-lhes visibilidade é, certamente, um dos objectivos principais da AEMM.

Maria Manuela Aguiar



MULHERES EM MOVIMENTO em Espinho


A ideia nasceu no âmbito da AEMM para fomentar o intercâmbio artístico e cultural. É, segundo Isabelle Oliveira, uma das suas mentoras, um “movimento de charneira em que há uma necessidade de mudança social e de instauração de uma sociedade nova, baseada em valores éticos e verdadeiramente democráticos. Nesta perspectiva assume relevo peculiar a reflexão sobre o lugar e o papel das mulheres e a sua contribuição para o processo de mudança através do acesso e participação activa”
O primeiro encontro aconteceu em Vila Nova de Famalicão. O tema foi a “Educação para a Cidadania” e o salão polivalente da Escola Secundária local encheu- se de mulheres (e homens) interessadas em falar das suas experiências e de algum desalento porque os seus filhos deixaram de ter nas Escolas as disciplinas que os despertavam para as questões da cidadania.
Participaram pela AEMM Isabelle Oliveira, Nassalete Miranda e Leonor Fonseca.
O segundo encontro Mulheres em Movimento foi em Espinho na Biblioteca José Marmelo e Silva, já em Outubro. O tema “Os Novos desafios da Mulher num Mundo em mudança” foi moderado por Leonor Fonseca, Vereadora da Cultura da CME. Participaram Manuela Aguiar, Graça Guedes, Isabelle Oliveira e Palmira Maciel, vereadora da Educação, Desporto e Acção Social da Câmara Municipal de Braga.
Na oportunidade Manuela Aguiar salientou a modernidade da ideia da paridade no discurso feminista durante a 1ª República (Mulheres Feministas e assumidamente femininas – percursos numa caminhada que queriam conjunta, ao lado dos homens, em atitude sempre construtiva, aliando as causas da emancipação da Mulher à utopia de um republicanismo igualitário) e citou algumas das grandes lideres do movimento, que atingiu o seu auge nos primeiros anos da revolução de 1910.
No que respeita ao tempo de hoje, Manuela Aguiar defendeu e fundamentou a razão de ser da actual “Lei da Paridade”, no que foi secundada pela generalidade da assistência.

O terceiro encontro Mulheres em Movimento já está agendado para 26 de Janeiro no Porto, na Fundação Engº António de Almeida, nama sessão a presidir pela Dra. Maria Barroso.

VENEZUELA II CONGRESSO DAS MULHERES PORTUGUESAS

"Venezuela – Novembro 2012
Sobre o II Congresso das Mulheres Portuguesas da Venezuela, onde nasceu uma nova "Associação de Estudos Mulher Migrante" damos a palavra a um jornalista de Caracas, e à sua objectiva narração de acontecimentos marcantes e inesquecíveis em que fomos parte.

Sérgio Ferreira in Correio de Venezuela (edição nº 483, 30/11/2012)

MULHERES APELARAM À IGUALDADE DE GÉNERO

O II Congresso da Mulher Migrante serviu para a criação de uma nova associação no país.
O Salão Río Caroní no Hotel Gran Meliá Caracas acolheu no passado domingo, 25 de Novembro, o II Congresso Nacional da Mulher Migrante Luso-Venezuelana, uma iniciativa do Clube dos Comunicadores Sociais Luso-Venezuelanos (CSLusoven), organizada em conjunto com a Conselheira das Comunidades Portuguesas pela Venezuela, Maria de Lourdes Almeida
e com os filhos de Portugueses nascidos na Venezuela.
 Durante a jornada, na qual participaram 124 congressistas de 18 instituições, marcaram ainda presença a ex-secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Manuela Aguiar, a presidente da Associação Mulher Migrante de Portugal, Rita Gomes, o cônsul geral de Portugal em Caracas, Paulo Martins dos Santos e o cônsul geral de Portugal em Valência, Antonio José Chrystello Tavares. A abertura esteve a cargo de María de Lourdes Almeida, que agradeceu todos os presentes pelo apoio dado à nova Associação Mulher Migrante da Venezuela. De seguida, Paulo Martins dos Santos fez uma breve intervenção para explicar o importante papel da mulher no processo migratório luso em terras crioulas e de como as mulheres se impuseram nas mais variadas instituições luso-venezuelanas. Antes de iniciar as intervenções das oradoras, foi feito um contacto via telefone com a deputada eleita pelo círculo fora da Europa, Maria João Avila, que agradeceu às mulheres emigrantes na Venezuela pelo seu trabalho incansável. “É muito importante ver as pessoas da comunidade envolvidas num projecto como este. Nunca mais vamos ter uma pessoa do calibre de Manuela Aguiar”, ressaltou. E foi a antiga secretária de Estado, Manuela Aguiar, que abriu oficialmente o congresso. “Em Caracas, como noutras cidades, a associação tem estado ligada ao trabalho com as comunidades (…). Já estou com a ideia de que este é o país onde as mulheres estão mais envolvidas e têm um papel mais determinante na vida da comunidade portuguesa. O futuro deve ser construído entre homens e mulheres; o caminho para o equilíbrio deve ser percorrido no exercício da cidadania. Cesário converteu em realidade política a mobilização das mulheres emigrantes (…) Temos que saber o que queremos para dar mais Portugal a Portugal e fazer das mulheres mais portuguesas e cidadãs”, disse Manuela Aguiar.
 A primeira oradora da noite foi a presidente da Academia da Espetada de Maracay, Ana Maria de Abreu, que explicou o trajecto da instituição que dirige e os seus contributos para a comunidade. De
seguida, foi a vez da presidente da Sociedade de Beneficência Só Bem, Ana Maria Góis, que assegurou que a associação continuará a lutar pela dignidade de todos aqueles que sofreram atropelos na vida. A mais aplaudida foi Joamar Isabel Gonçalves, uma jovem de apenas 12 anos de idade, filha da directora da Fundação Luso-Venezuelana de Clarines, Carla de Gonçalves, que foi ao microfone para falar sobre a instituição e ressaltar o talento da mulher luso-venezuelana. Depois, subiu ao palco a primeira mulher a ser presidente da secção de Carabobo da Câmara Venezuelana Portuguesa de Comércio, Indústria, Turismo e Afins (Cavenport), Fátima de Pontes, que destacou o papel de
algumas mulheres na história da humanidade e enfatizou o lema “na união está a força”. Fátima Pinto, directora da associação Filhos de Portugueses Nascidos na Venezuela, fez um percurso pela história deste grupo no Facebook fundado em 2008 e falou do lançamento de uma nova página que reunirá filhos de Portugueses nascidos pelo Mundo. “Nasci e vivo num maravilhoso país, a Venezuela, mas o meu coração estremece cada vez que escuto alguém falar com sotaque português”, finalizou.
Luísa Campos, presidente da Comissão de Damas do Centro Português, em Caracas, explicou a sua participação na mudança de nome do grupo que dirige e do papel fundamental que tiveram em diversas actividades no centro social. “Ao lado de um bom homem está sempre uma grande mulher”, disse Luisa Campos, exortando à igualdade e ao trabalho conjunto entre os géneros. Chegou depois a vez de Marilú de Andrade, representante do grupo ‘Nietas del Lar Padre Joaquim Ferreira’, qu eafirmou que é muito satisfatório ver as demonstrações de alegria dos idosos quando estas mulheres os visitam. “O papel da mulher na sociedade actual é claro: ser transformadora, com valentia e estar
preparada para enfrentar novos desafios”, sentenciou. Por seu turno, a presidente do Grupo de Danças Internacionais Dos Patrias, Mónica da Silva, falou sobre o sentimento emigrante presente em cada actuação do grupo folclórico e os seus desafios como presidente nos próximos anos.
Posteriormente, foi a vez de Fátima Pita, secretária da Sociedade de Beneficência de Damas Portuguesas e Salomé de Martins, presidente da Fundação Martins, que falaram do trabalho de beneficência desempenhado por ambas as instituições e do papel fundamental das mulheres nessas
instituições. Depois de um breve intervalo, foi a vez dos principias oradores: Rita Gomes falou sobre a Associação da Mulher Migrante desde a sua fundação, em 1985, até aos dias actuais, assegurando que a instituição está presente em qualquer lugar onde haja uma mulher lusa que precise dela; a economista Nélia Santos, explicou o desafio que significou para ela ser a primeira mulher representante do Banco Internacional do Funchal (Banif) em Caracas, apelando ao equilíbrio entre géneros e à profissionalização das mulheres; a advogada Adriana da Silva, abordou o tema da violência contra a mulher, números e as leis: a conselheira Maria de Lourdes Almeida, recordou
os nomes de mulheres luso-venezuelanas que triunfaram nos mais diversos âmbitos. Para finalizar o evento, Manuela Aguiar fez uma nova intervenção na qual destacou o papel das mulheres no associativismo luso-venezuelano, dizendo que apesar de pertencer a uma sociedade conservadora e tradicional, a pouco e pouco conseguiram ressaltar em diversos sectores. Fez ainda referência ao novo processo migratório, explicando que a inserção destas novas mulheres será menos traumática
devido ao alto nível de profissionalização. Manuela Aguiar e Rita Gomes foram recebidas na filial número 43 do FC Porto, em Caracas, pelo seu presidente, Alvarinho Sílvio Moreira, onde tinham preparada uma noite de gala de fados com os melhores fadistas luso-descendentes.
A ex-secretária de Estado expressou a sua grande emoção e orgulho ao ver que a Casa do Porto na Venezuela promove importantes actos culturais, onde os descendentes lusos são os principais protagonistas; igualmente, destacou que este tipo de actividades mantém vivas as tradições, usos e costumes do povo português, inculcando nas novas gerações a consciência de que ser filhos de portugueses significa ter as portas abertas em qualquer parte do mundo.

BUDAPEST - conferência internacional

Conferência internacional sobre a representação parlamentar dos cidadãos residentes fora de fronteiras

Budapeste Setembro 2012

A convite do Presidente da Academia Húngara de Ciências e do Reitor da Universidade de Szeged a AEMM  esteve, pela segunda vez consecutiva, presente na Conferência de Budapest.
 Na primeira conferência, em 7 de Outubro de 2011, Maria Manuela Aguiar fez uma comunicação sobre o sistema juridico-constitucional português e a sua evolução histórica, no domínio dos Direitos dos Expatriados e da lei da Nacionalidade, defendendo a aceitação da dupla ou múltipla nacionalidade, tal como é admitida em Portugal, desde 1981, assim como a dupla participação política, no pais de origem e no de residência, em todos os processos eleitorais .
 Em 2012, a representante da AEMM foi Ana Paula Barros, que referiu as características da emigração portuguesa e da participação política dos expatriados e deu informação sobre o estatuto de igualdade de direitos políticos de Portugueses e Brasileiros - um “estatuto de cidadania” paradigmático, que vai muito além do conteúdo de direitos políticos da cidadania europeia, no que respeita a capacidade eleitoral activa e passiva em eleições -  não só autárquicas, mas também nacionais, para órgãos de soberania.


Reuniões na AMÉRICA DO SUL - SP, Montevideo, B. A.


Outubro 2012


SÃO PAULO
Primeira  reunião, em SP, para a criação do Núcleo da AEMM,  encabeçado por Graça Frazão e Renata Afonso, com a presença de Manuela Aguiar, Beatriz Rocha Trindade e Rita Gomes.
Ocasião para evocar Maria Archer, na companhia das suas amigas brasileiras Profª Doutora Blanche de Bonneval e Maria Jorge de Bonneval, de qum foi preceptora, durante o seu exílio no Brasil.
Relativamente à constituição de uma Associação Mulher Migrante em S. Paulo, foram referidas as dificuldades que não permitem a sua oficialização imediata, como instituição autónoma.
Tal como acontece no RJ será, de início, um Núcleo local da AEMM. O primeiro projecto que se propõem desenvolver é o da recolha de narrativas de vida.
De seguida, no tradicional "almoço das quintas" na Casa de Portugal, as visitantes tiveram oportunidade de encontrar dirigentes da comunidade e de falar dos seus trabalhos. Um convívio em que a Dra. Manuela Aguiar disse umas palavras, lembrando a vida de Maria Archer em S.Paulo, e salientado o projecto do núcleo da AEMM para a recolha de narrativas de vida, que teve uma entusiástica reacção do Cônsul Geral em S. Paulo, Dr. Paulo Lopes Lourenço, disposto a integra-lo  num estudo já em curso sobre a Memória da Comunidade Portuguesa em SP

URUGUAI - Montevideo e Sacramento

 XXIV Encontro das Comunidades Portuguesas e Luso descendentes do Cone Sul,

Como sempre, um Encontro que juntou centenas de participantes, num programa multifacetado.
Para a Associação de Estudo Mulher Migrante que tem, desde há anos, procurado introduzir as temáticas de género e de geração em eventos tradicionais das comunidades, o convite para debater estas questões no seminário cultural do "Encontro", foi aceite com a convicção de que não é só entre mulheres que se deve procurar a mudança neste domínio.
Já em 2007, a AEMM promoveu, com bons resultados, seminários sobre igualdade no quadro das festas do 10 de junho em Newark e em Montreal - uma experiência que se repetiu este ano na Califórnia, na parceria com a Luso American Educational Foundation.
 O seminário cultural de Montevideo teve por tema central o maior equilíbrio de participação dos que mais marginalizados se encontram ainda no movimento associativo, as mulheres, os mais velhos, os mais jovens - o que, não sendo justo para as pessoa,s compromete o futuro das próprias instituições, como se torna cada vez mais evidente...

O "seminário" tem assumido, na última década, uma relevância crescente no Encontro do Cone Sul, que  constitui um paradigma da prossecução de finalidades várias, a partir de um modelo inicial puramente lúdico: um portuguesíssimo torneio de sueca, que começou nas comunidades do sul
do Brasil e do Uruguai e veio a estender-se à Argentinal. Do jogo e do convívio se passou a outras iniciativas que decorrem em simultâneo: exposições, festivais de música e dança, palestras, debates. Participantes numerosos, presença de autoridades dos 3 países, dos nossos diplomatas e, quase sempre, a presidência protocolar do SECP. Um evento que cresceu para se tornar um dos mais importantes, um dos mais "internacionais" de todo o mundo da nossa Diáspora.
Em 2012, a Associação de Estudos MM foi, com o apoio da SECP, o parceiro principal na realização deste seminário - levando ao sul da América  as preocupações com o envelhecimento activo e a
solidariedade intergeracional no contexto do movimento associativo português.
Do ponto de vista das dirigentes da AEMM, como explicitaram,  a mudança e a inovação passam, largamente, pela capacidade de atrair ao cerne da vida associativa estes grupos, que têm sido
marginalizados, para não dizer praticamente excluídos.
Tomar consciência desta realidade é preciso, mas não basta - é urgente tomar medidas concretas, fazer das instituições a" casa de todos", onde todos tenham o seu espaço próprio, para decidirem autonomamente iniciativas e modos de convívio, porventura em ruptura com rotinas e hábitos antigos.
Num simples bar de associação, podem reunir as tertúlias mais criativas, de um simples jogo de sueca pode nascer uma universidade sénior, como de almoços de amigos surgiu o formidável movimento das Academias de Bacalhau e, muito recentemente, as Academias da Espetada na Venezuela.
Foi esta a tónica das intervenções de Maria Manuela Aguiar (A expansão de Portugal pelo Movimento Associativo) e de Maria Beatriz Rocha Trindade (Associativismo construindo o futuro a partir de um olhar retrospectivo). O Engº Daniel Amado e a Drª Alexandra Allo deram
exemplos concretos da dinâmica Associação de Comodoro-Rivadávia, actualmente presidida por Maria Amado. a que se seguiram, na mesma linha, intervenções de jovens luso-descendentes de Ijuí.
Rita Gomes realçou a participação activa das mulheres nas estruturas associativas e Nassalete Miranda deu visibilidade a um domínio, onde as Mulheres são já "mais iguais" aos Homens - a do empreendedorismo cultural, numa mensagem que soou a coisa nova.
Várias outras intervenções e o debate se seguiram, na presença de mais de 200 congressistas, que enchiam o "salão de cerimónias Dr Ernesto de los Campos, oferecido pela Intendência para a realização dos trabalhos.
A própria Intendente - a primeira Mulher na História a presidir à Câmara Municipal de Montevideo - esteve presente a saudar todos os participantes, a realçar o papel das mulheres nas sociedades de hoje,
tendo concedido o título e a medalha de "Visitante Ilustre" ao Secretário de Estado José Cesário e à Ex- Secretaria de Estado Maria Manuela Aguiar.
O SECP mostrou, uma vez mais, a sua proximidade das pessoas e dos problemas, um conhecimento de causa, feito de experiência vivida e, também, o que não é menos raro, em quem desempenha essas funções, de sensibilidade para as questões de género.
Uma questão que nunca pode ser vista como especificamente feminina, e que não pode ser resolvida apenas por mulheres nem, na nossa óptica, faz hoje sentido que seja movida "contra" os homens. Luís Panasco, a "alma" deste Encontro, que institucionalmente organizou como Presidente da Casa de Portugal de Montevideo, e que a AEMM se orgulha de contar entre os seus membros activos, disse um dia, em Villa Elisa, Argentina,  numa reunião em que era o único homem presente: "não é preciso ser jovem para procurar ajudar os jovens, nem velho para procurar resolver problemas de envelhecimento, nem é preciso ser mulher para lutar pela igualdade de sexos".
O " Encontro" correu contra o tempo escasso, numa programação intensa e variada - reunião de empresários, promovida pela Câmara de Comércio Luso- uruguaia, encontro do SECP e dos deputados com o Grupo de Amizade Uruguai- Portugal no Parlamento, reunião do SECP com dirigentes associativos do Cone Sul, uma conferência sobre as mulheres na política no Clube Brasil (oradora e convidada a falar da sua própria experiência, Maria Manuela Aguiar), festa com exibição de ranchos folclóricos das comunidades portuguesas dos 3 países do Cone Sul, visita a Colónia de Sacramento, com recepção oficial na Intendência, desfile dos Ranchos nas ruas da cidade fundada por Portugueses e hoje património da Humanidade, sessão de encerramento, com apresentação de conclusões e entrega dos prémios do torneio de sueca. E, por isso, a deputada Maria João Ávila e Nassalete Miranda recomendaram vivamente que mais mulheres passem a participar dos jogos, em paridade e não só a título de excepção, como vem acontecendo.
Sacramento foi também o lugar ideal para lembrar Fernando Assunção, o grande intelectual e militante da cultura portuguesa, a quem se deve a reconstrução de “Colónia”, fiel à sua traça arquitectónica portuguesa, que lhe vale, agora, a distinção da UNESCO.

URUGUAI Encontro do Cone Sul

A Associação de Estudo Mulher Migrante tem, desde há anos, procuradointroduzir as temáticas de  género e de geração em eventos tradicionais das comunidades, onde, como regra, o enfoque vai para outras questões. Julga-se que esta é uma forma eficaz de lhes dar a prioridade que tem
faltado.
Assim, por ex, aconteceu em em 2007, com a Associação MM a promover seminários sobre igualdade no quadro das festas do 10 de junho em Newark e em Montreal -uma experiência que se repetiu agora com a inserção das preocupações de igualdade de género e geração no Encontro
do Cone Sul, num seminário cultural que teve por tema central o maior equilíbrio de participação dos que mais marginalizados se encontram ainda no movimento associativo - o que não sendo justo para as pessoas compromete o futuro das próprias instituições, como se torna cada vez mais evidente...
O Encontro do Cone Sul constitui um paradigma da prossecução de finalidades várias, a partir de um modelo inicial puramente lúdico: um portuguesíssimo torneio de sueca, que começou nas comunidades do sul do Brasil e do Uruguai e veio a estender-se à Argentina, alternando entre os 3 países a sede do evento anual. Do jogo e do convívio se passou a outras iniciativas que decorrem em simultâneo, exposições, festivais de música e dança e, desde há já 10 anos, um "Seminário
cultural". Participantes às centenas, presença de autoridades dos 3 países, dos nossos diplomatas e, quase sempre, a presidência protocolar do SECP. Um evento que cresceu para se tornar um dos mais
importantes, um dos mais "internacionais" de todo o mundo da Diáspora lusófona.
Em 2012 a Associação de Estudos MM foi, com o apoio da SECP, o parceiro principal na economia desse seminário - para marcar, também fora da Europa, as preocupações com o envelhecimento activo e a solidariedade intergeracional no contexto do movimento associativo português.
É óbvio, do ponto de vista das dirigentes da AEMM, como explicitaram, que a mudança e a inovação passam, largamente, pela capacidade de atrair ao cerne da vida associativa estes grupos, que têm sido
marginalizados, para não dizer praticamente excluídos. Tomar consciência desta realidade é preciso, mas não basta - é urgente tomar medidas concretas, fazer das instituições a" casa de todos",
onde todos tenham o seu espaço próprio, para decidirem autonomamente iniciativas e modos de convívio, porventura em ruptura com rotinas e hábitos antigos. Num simples bar de associação, podem reunir as tertúlias mais criativas, de um simples jogo de sueca pode surgir uma
universidade sénior, como de almoços de amigos surgiu o formidável movimento das Academias de Bacalhau e, muito recentemente, as Academias da Espetada na Venezuela.
Foi esta a tónica das intervenções de Maria Manuela Aguiar (A
expansão de Portugal pelo Movimento Associativo) e de Maria Beatriz
Rocha Trindade (Associativismo construindo o futuro a partir de um
olhar retrospectivo). O Engº Daniel Amado e a Drª Alexandra Allo deram
exemplos concretos da dinâmica Associação de Comodoro-Rivadávia,
actualmente presidida por Maria Amado. a que se seguiram, na mesma
linha, intervenções de jovens luso-descendentes de Ijuí.
Rita Gomes realçou a participação activa das mulheres nas estruturas
associativas e Nassalete Miranda deu visibilidade a um domínio, onde
as Mulheres são já "mais iguais" aos Homens - a do empreendedorismo
cultural, numa mensagem que soou a coisa nova.
Várias outras intervenções e o debate se seguiram, na presença de mais
de 200 congressistas, que enchiam o "salão de cerimónias Dr Ernesto de
los Campos, oferecido pela Intendência para a realização dos
trabalhos.
A própria Intendente - a primeira Mulher na História a presidir à
Câmara Municipal de Montevideo - esteve presente a saudar todos os
participantes, a realçar o papel das mulheres nas sociedades de hoje,
tendo concedido o título e a medalha de "Visitante Ilustre" ao
Secretário de Estado José Cesário e à Ex- Secretaria de Estado Maria
Manuela Aguiar.
O SECP mostrou, uma vez mais, a sua proximidade das pessoas e dos
problemas, um conhecimento de causa, feito de experiência vivida e,
também, o que não é menos raro, em quem desempenha essas funções, de
sensibilidade para as questões de género.
Uma questão que nunca pode ser vista como especificamente feminina, e
que não pode ser resolvida apenas por mulheres nem, na nossa óptica,
faz hoje sentido que seja movida "contra" os homens. Luís Panasco, a
"alma" deste Encontro, que institucionalmente organizou como
Presidente da Casa de Portugal de Montevideo e que a AEMM se orgulha
de contar entre os seus membros activos disse um dia, em Villa Elisa,
numa reunião em que era o único homem presente: "não é preciso ser
jovem para procurar ajudar os jovens, nem velho para procurar resolver
problemas de envelhecimento, nem é preciso ser mulher para lutar pela
igualdade de sexos.
Para além do seminário, o encontro foi vivido numa programação
multifacetada - reunião de empresários, promovida pela Câmara de
Comércio luso uruguaia, encontro do SECP e de deputados do Grupo de
Amizade Uruguai Portugal no Parlamento, reunião do SECP com dirigentes
associativos do Cone Sul, uma conferência sobre as mulheres na
política no Clube Brasil (oradora e convidada a falar da sua própria
experiência, Maria Manuela Aguiar), festa com exibição de ranchos
folclóricos das comunidades portuguesas dos 3 países do Cone Sul,
visita a colónia de sacramento, com recepção oficial na Intendência,
desfile dos Ranchos nas ruas da cidade património da Humanidade,
sessão de encerramento, com apresentação de conclusões e entrega dos
prémios do torneio de sueca, que, sendo um de muitos eventos não
perdeu a sua importância. E, por isso, a deputada Mª João Ávila e
Nassalete Miranda que mais mulheres passem a participar dos jogos, em
paridade e não só a título de excepção que confirma a regra.
Sacramento foi também o lugar ideal para lembrar Fernando Assunção, o
grande intelectual e militante da cultura portuguesa, a quem se deve a
reconstrução de “Colónia”, fiel à sua traça arquitectónica portuguesa,
que lhe vale, afinal, a distinção da UNESCO. Presentes entre nós, a
viúva e a filha do Doutor Assunção.

UNIVERSIDADE DE TORONTO SET 2012

Síntese da intervenção de Manuela Aguiar

A conferencista começou por referenciar os esforços da Associação a que pertence, e, antes disso, até dos seus próprios projectos na Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, para promover a recolha de narrativas de vida de emigrantes, como embrião de um futuro Museu das Migrações. Um Museu, cujo primeiro património seria a história das pessoas e das instituições de que são formadas as comunidades portuguesas - uma forma ideal de fazer a história das migrações, como parte da história da Nação portuguesa - guardando a riqueza das singuralidades de experiências individuais imersas na grande vaga dos movimentos de expatriação e de retorno. O Museu da Emigração sueca ,
em Vaxö , com os seus registos de milhares de imagens e de entrevistas de gente comum foi o modelo inspirador do Fundo Documental e Iconográfico das Comunidades Portuguesas, criado na primeira metade da década de 80 para proceder à recolha de imagens e de contributos de investigadores e dos próprios emigrantes, e à sua publicação, mas o "Fundo" acabou por não ter continuidade.
Manuela Aguiar não escondeu as dificuldades com que tem deparado os projectos da Associação de Estudos Mulher Migrante, que se enquadram no mesmo tipo de preocupações, incluindo o que está em curso, com a denominação de "Ateliers da Memória".
Resultados concretos foram obtidos no Rio de Janeiro, onde a Directora do Jornal "Portugal em Foco" , a Comendadora Benvinda Maria, impulsionou uma publicação com narrativas de vida de cerca de 120 mulheres portuguesas e luso- brasileiras e na região de Buenos Aires, está em curso um projecto semelhante, encabeçado pela Associação Mulher Migrante Portuguesa da Argentina.
Segundo Manuela Aguiar, o próprio projecto da criação de Academias Séniores de Artes e Saberes, foi desde o início visto como um meio de incentivar a recolha das narrativas de. vida Essa é a única matéria que se coloca como prioritária no programa de funcionamento das "Academias", tudo o mais sendo deixado ao critério de cada organização, por se entender que só cada um dos interlocutores saberá como adaptar o paradigma das designadas Universidades Séniores às características do associativismo local .Mais importante do que o número inicial de participantes, o número de cursos ou actividades, a designação que cada iniciativa tome, é que vá num crescendo de participação, que signifique mobilização dos mais velhos. Para que se sintam cidadãos que ainda podem dar muito de si aos outros e à sua comunidade Para que possam ajudar a combater a tão falada decadência de grande parte das associações portuguesas espalhadas pelo mundo.


Síntese da Intervenção de Manuela Bairos

Esta oradora começou por distinguir três planos de análise da diplomacia da Língua Portuguesa: a sua importância como língua de oficial ou de trabalho em diversas organizações internacionais; a sua utilização nos vários países de língua oficial portuguesa em quatro continentes e o potencial de crescimento como língua de herança junto das comunidades oriundas de países de língua portuguesa espalhadas pelo mundo.
 Os dois últimos planos de análise mereceram particular atenção, uma vez que é justamente da sua interação que o impacto da língua portuguesa no mundo poderá ser mais visível e imediato. Se por um lado é certo que a importância da língua portuguesa se prende com o número crescente de falantes e com a relevância regional e mundial de países como o Brasil e Angola nos respetivos continentes, esta realidade serve de inegável impulso e estímulo à sua promoção nas diásporas que têm o português como língua de herança.  Neste contexto, as comunidades emigrantes oriundas de países de língua portuguesa assumem um papel fundamental em países como os EUA, Canadá, França, Suíça, África do Sul ou Austrália, para citar alguns exemplos.
 Sabemos, com efeito, que o interesse crescente pela língua portuguesa (hoje bem visível numa China em plena expansão mundial) dispensará o esforço que hoje pedimos às nossas comunidades e às instituições académicas pertinentes em vários países do mundo. Mas na atual fase, Manuela Bairos salientou que ainda precisamos de criar um estímulo que possa desencadear o efeito multiplicador que sabemos se produzirá no futuro em relação à língua portuguesa. Esse estímulo só poderá ser
 suscitado e alimentado pelas comunidades portuguesas na diáspora, que por razões emocionais e de identidade, tem investido na sua manutenção e promoção junto das novas gerações. São estas novas gerações que têm assumido com brio a herança da língua e da cultura portuguesa (a exemplo da tuna académica dos estudantes luso-canadianos da Universidade de Toronto, que atuou no decurso do
simpósio), reconhecendo a riqueza do país de que são oriundos e das suas tradições e cultura. Este é o fermento que em primeira linha deveremos utilizar para a necessária mobilização de esforços na
 promoção da língua portuguesa, que, de uma forma geral, ainda se encontra muito aquém do seu verdadeiro potencial. Manuela Bairos exemplificou com a situação dos EUA onde incompreensivelmente a língua portuguesa sofre dum estatuto de  menorização, já que não está disponível num leque de nove línguas oferecidas nos exames de acesso ao ensino superior (SAT II), ou da França onde, embora exista uma das maiores comunidades portuguesas no  mundo, o número total de alunos de português naquele país se equipara ao Senegal, com cerca de 27 000 alunos que aprendem português.
 Uma palavra final foi dirigida às mulheres (mães e sobretudo avós) na diáspora e ao seu papel na transmissão da língua e de outros traços da nossa cultura que são em regra assimilados no lar e no modo de vida das famílias portuguesas, um legado tradicionalmente a cargo das mulheres e mães que muito se orgulham de o passar às novas gerações.

LUXEMBURGO E GENEBRA


20 e 21/09/ 2012 – Luxemburgo

Instituto Camões
Com o apoio da Embaixada de Portugal no Luxemburgo e do Instituto Camões– Centro Cultural Português no Luxemburgo, a Amizade Portugal –Luxemburgo (APL), a Confederação da Comunidade Portuguesa no Luxemburgo (CCPL),o Centro de Apoio Social e Associativo (CASA), a
Câmara de Comércio e Indústria Luso – luxemburguesa (CCILL), o Serviço de Ensino de Português (SEP) e a Confraria dos Financeiros Lusófonos no Luxemburgo, foi realizada esta Conferência com a participação por parte da AEMM, da Drª Manuela Aguiar, da Drª Rita Gomes e da Drª Nassalete Miranda.
Temas destas Intervenções: Drª Manuela Aguiar: “As Academias Seniores de Artes e Saberes”; Drª Rita Gomes: “Associação de Estudos Mulher Migrante”e “Participação Ativa da Mulher nas Estruturas Associativas e outras”; Drª Nassalete Miranda: “Empreendedorismo Feminino Cultural”
Foi feito o lançamento da Publicação desta Associação sobre «O Encontro Mundial de Mulheres Portuguesas na Diáspora», realizado em 2011, no Forum da Maia.
Participaram nesta Iniciativa a Embaixadora Drª Rita Ferro, o Senhor Cônsul- Geral de Portugal no Luxemburgo, Dr. Rui Gonçalves Monteiro, vários dirigentes de Associações e outras Instituições das Comunidades Portuguesas.
As conferencistas foram convidadas a visitar uma instituição de Solidariedade Social Luxemburguesa onde decorria um encontro intergeracional para debate dos principais problemas vividos pelos
idosos, com a presença de jovens querecolhiam elementos para estudo, teses de mestrado e de doutoramento nas áreas socias.
Foram efectuadas visitas à C.A.S.A, À Rádio Latina e à Caixa Geral de Depósitos na procura de espaços para a realização de exposições de artes plásticas de mulheres da própria comunidade e de outras.
O programa encerrou com uma conferência de Manuela Aguiar sobre “Le mouvement féministe républicain au Portugal”, organizada pela Confrérie des Financiers Lusophones au Luxembourg., e em que participaram diversas individualidades, designadamente o Senhor Cônsul Geral de Portugal no Luxemburgo, Dr. Rui Gonçalves Monteiro.
Uma audiência interessada, participativa e cheia de personalidades portuguesas e luxemburguesas, mulheres e homens, que interpelaram a conferencista com várias questões, no que resultou um diálogo vivo a entrar pela noite..

Encontro em Genebra - Livraria Camões

O programa na Suiça teve uma excelente organização do Consulado de Portugal, com grande envolvimento do Dr. Carlos Oliveira, Cônsul-Geral de Portugal em Genebra (que mais uma vez assim dava apoio a iniciativas da AEMM - uma colaboração iniciada em 2007, quando era
Cônsul-Geral em Montreal ) , da jornalista Cristina Rodrigues, uma das participantes no Encontro Mundial da Maia, e da Livraria Camões, onde teve lugar a reunião.
A Drª Manuela Aguiar fez a apresentação do Livro sobre o «Encontro Mundial de Mulheres Portuguesas na Diáspora de 2011, destacando as temáticas aí tratadas, e moderou as intervenções de um painel composto por Rita Gomes, Isabelle Oliveira, Nassalete Miranda e Leonor Fonseca,
abordando temas como o projecto ASAS, a organização de tertúlias destinadas à recolha de narrativas de vida de emigrantes e à situação da Mulher na política e na vida das comunidades.



terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Manuela Aguiar AMM 2013 ASAS e outras propostas

Caras Amigas




É urgente apresentar o pedido de parceria à SECP, conforme recomendado pelo próprio Dr José Cesário. Para ir adiantando trabalho, aqui vai o 1º "draft", - que poderá ser alterado por qualquer uma de nós. Quanto mais contributos, melhor!

A fim de prosseguir os objectivos de "networking" do associativismo feminino ou paritário, e do reforço de cooperação, a nível da diáspora, entre mulheres e homens envolvidos na promoção de uma crescente participação cívica e da colaboração intergeracional e de género, a AEMM prepara a organização, em 2013, de um novo Encontro Mundial de portuguesas (encontro que, assim, passaria a ter um periodicidade bienal).

A AEMM pretende, desta forma, dar continuidade às acções desenvolvidas desde 2011 em colaboração com a SECP e com muitas instituições das comunidades portuguesas, que partilham as suas preocupações e vontade de mudança de um "status quo" em que a igualdade de sexos está ainda por conseguir plenamente.

Em 2012, a AEMM procurou aumentar a rede de contactos e cooperação entre mulheres das comunidades, com a criação de novos movimentos associativos, designadamente em Londres, na Venezuela, em Toronto e São Paulo, na Alemanha, o projectos embrionários de organizações semelhantes na França, Suiça, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, califórnia - sem esquecer o diálogo com os núcleos da AEMM de Newark e do Rio de Janeiro e com a Associação irmã existente na Argentina.

No estabelecimento desses laços de relacionamento associativo a nível cada vez mais global, no enfoque dado às questões culturais, na promoção dos projectos "ASAS" e "memória" (narrativas de vida de mulheres emigradas), nos estudos da emigração feminina numa perspectiva diacrónica, nas publicações que ficam a testemunhar o trabalho realizado, a AEMM contou com um apoio constante do SECP Dr José Cesário, dos serviços da DGACCP, e, muito em especial, da Drª Manuela Bairos e de todo o gabinete do Senhor Secretário de Estado. Em nome de todos os membros da "Associação", aqui deixamos, Senhor Secretário de estado, o nosso grande reconhecimento.

Esperamos em 2013 poder manter o mesmo nível de colaboração, nomeadamente, na realização do Encontro Mundial e na execução dos projectos ASAS, Memória e Empreendedorismo cultural das Mulheres:

 ( e o mais que entenderem alterar ou acrescentar).


Um abraço
Manuela Aguiar

MÓNICA DA SILVA

En el mes de Septiembre del año 1995, el 90 % de los integrantes del Grupo Folklórico del otrora
Centro Luso de Caracas, ahora Centro Marítimo de Venezuela, deciden retirarse y emprender una
ardua tarea con la fundación de una Asociación sin Fines de Lucro, en Filas de Mariches, Estado
Miranda, donde pudieran invertir su tiempo libre y su mejor voluntad para difundir la cultura de su tierranatal.No fueron fáciles nuestros inicios, empezamos de la nada, sin trajes y sin instrumentos, pero con unpequeño grupo de personas emprendedoras, que a través de la organización de múltiples actividades,lograron realizar la presentación inaugural de esta agrupación en el mes de Noviembre de ese mismoaño, con una representación muy digna de la región de Minho.
Fue difícil lograr el consenso para determinar que nombre le colocaríamos al grupo, pero embuidos en el espíritu de una canción del cantautor Oliver, logramos que todos estuvieran de acuerdo en que “Dos Patrias” sería el más apropiado; pues engloba el sentimiento del emigrante; sentimiento que las
personas que no han salido de su país, jamás podrán entender, como es que se puede llegar a querer
tanto a su tierra de acogimiento, al punto de sentirla tan suya como la que le vio nacer y es así… como surge esta agrupación.Desde el inicio, tuvimos muy claro, que al no estar inseridos en una región etnográfica definida,podríamos representar la región de Portugal que quisiéramos, pero escoger una sola nos parecióegoísta y además quisimos darle a conocer a nuestros jóvenes cada una  de esas regiones que hacenque nuestra cultura sea tan rica y prolifera y comenzamos a inculcarles esa pasión por la preservación de su sus origenes, siempre hemos tratado de ser para ellos el apoyo que necesitan para su lucha porevitar que las raíces sembradas por sus padres y abuelos, nunca desaparezcan y puedan ellos

Mónica da Silva
Presidenta de la Asociación “Dos Patrias” (Filas de Mariche)
Red asociativa femenina lusovenezolana: De la teoría a la práctica
Mantenerse a lo largo de los años tan portugueses como lo eran sus ascendientes a su llegada a
Venezuela, todo esto siempre dentro de un ambiente de esparcimiento sano y seguro.
Hoy en dia, somos treinta personas entre músicos, vocalistas y bailarines, quienes representamos
auténticamente las regiones de: Minho, Douro Litoral, Nazaré, Ribatejo, Alentejo, Algarve, Madeira y por supuesto Venezuela, con los trajes que identifican cada oficio de nuestros antepasados respetando así la etnografía de cada región.
Hemos logrado grandes éxitos en estos diecisiete años, sin embargo, no podemos decir que el triunfo
es solo nuestro, muchos de nuestros logros se lo debemos a un grupo nutrido de colaboradores que
han dicho siempre presente aún sin pedírselo, personas de toda nuestra estima y consideración,
gracias a ellos hemos tenido la felicidad de alcanzar muchos de nuestros objetivos.
A lo largo de nuestra historia hemos participado en la gran mayoría de las ediciones del Festival de
Folklore Portugués, del Encuentro de Folklore Madeirense y del Encuentro de Folklore Continental,
eventos donde hemos obtenido varios reconocimientos, sobre todo a nivel de voces y música; hemos
organizado noches de Fado Vadio (donde logramos involucrar a gran parte de nuestros integrantes
tanto jóvenes como adultos), tenemos los derechos registrados para la organización del Rally Día de
Portugal, evento que organizamos hace algunos años sintiendo mucho orgullo de la gran participación joven que tuvimos; hemos organizado y participado en eventos para recaudación de fondos con fines benéficos; participamos como representantes de la Región Gran Caracas del Club de Jóvenes Folcloristas Portugueses en Venezuela, hemos realizado tres giras a Portugal Continental y a la Isla de Madeira, la primera en el año 1998, donde tuvimos la oportunidad de bailar y representar el folklore venezolano en la Expo 98 en el Pabellón de Venezuela, la segunda en el año 2007, donde pudimos participar en el programa Praça da Alegría y la última la realizamos durante el presente año, en la cual

Red asociativa femenina lusovenezolana: De la teoría a la práctica realizamos 30 actuaciones de folklore venezolano, teniendo especial participación en el programa Atlântida y en el Festival de Folclore de Ponta do Sol, el cual fue televisado por la RTP Internacional; además organizamos y participamos en varios torneos deportivos de bolas criollas, dominó, sueca, futbol sala, etc.; entre otras muchas otras actividades donde gracias a nuestra seriedad, compromiso y dignidad de nuestro desempeño en la defensa de nuestras raíces hemos sido objeto de reconocimientos, como el Lusitano de Oro como Mejor Agrupación Portuguesa del Año en 1999 y entrevistas prensa, radio y televisión.
Actualmente tenemos algunos proyectos que esperamos podamos culminar con éxito, uno de ellos a
corto plazo, que es la grabación de nuestro primer CD para el cual ya contamos con un patrocinio y nos encontramos en el proceso de solicitud de cotizaciones y selección del estudio de grabación, otro más a largo plazo, que es la adquisición de un espacio que funcione como sede de nuestra agrupación.
Sabemos que ninguno de estos proyectos será fácil de llevar a cabo, pero lo que si les puedo asegurar
es que nos van a ver luchando y trabajando muy duro por hacerlos realidad, estoy segura de que lo
vamos a lograr, porque cuando existe honestidad, buena voluntad y perseverancia, Dios se hace
presente para colocar a las personas indicadas en nuestro camino.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

GRAÇA GUEDES AS ACADEMIAS SÉNIORES EM LONDRES

A ideia lançada em Joanesburgo, em 2008 nos ENCONTROS PARA A CIDADANIA: MULHERES – VERTENTE DE MOBILIDADE NUMA PERSPECTIVA DE DIÁLOGO INTERCULTURAL – para a criação de Universidades Sénior destinadas a ocupar o tempo livre dos mais velhos, agora reformados e tantas vezes sem programas de actividades interessantes e enriquecedoras no ponto de vista cultural, como também para intercâmbio de ideias e de relacionamentos, está a procurar ser implementada em Durban e em Caracas.
Considerando que 2012 é o Ano Europeu do Envelhecimento Activo e da Solidariedade entre Gerações, a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas decidiu patrocinar a divulgação deste projecto e, depois de apresentado á comunidade portuguesa de Newark, pretende-se alastrá-lo a outros espaços da nossa diáspora, tal como foi feito em Londres pela Dra. Manuela Aguiar, no passado mês de Junho na Embaixada de Portugal, na presença do Senhor Embaixador, que assim tanto dignificou o nosso Encontro.
Procurando também que lhe esteja associado um diálogo inter-geracional no espaço da nossa diáspora, este projecto passa a designar-se ACADEMIAS SÉNIOROS DE ARTES E SABERES (ASAS).
Inspiradas no modelo das Universidades Sénior portuguesas, propiciarão uma multiplicidade de actividades dependentes dos contextos onde estão inseridas e, consequentemente, das motivações e das carências reveladas, tais como cursos temáticos (línguas estrangeiras, história, literatura, informática, artes plásticas, teatro, grupo coral, dança e folclore, culinária, socorrismo, etc.), palestras, seminários, viagens de estudo, sessões de convívio (jantares e bailes), investigação (histórias de vida da Diáspora, auto-biografias), favorecendo também um diálogo inter-geracional, bem como uma Rede entre todas elas.
A frequência dos cursos deverá ser regular e calendarizada, sem avaliação final, mas com direito à obtenção de diploma de participação. Pretende-se que as academistas e os academistas tenham sempre atitudes interventivas e participativas, aproveitando mesmo os saberes individuais para a animação de actividades e para a leccionação de cursos.
O grupo presente na Embaixada de Portugal e seleccionado pela Dra. Luísa Ribeiro, era representativo de diferentes contextos e com papeis muito importantes em cada um deles, que favoreceu o entendimento de uma tipologia específica para a comunidade portuguesa em Londres e a analisar com profundidade, pelo que deveria ser objecto de discussão em novas reuniões, tal como a que aconteceu num jantar já agendado para Setembro.
Foi com enorme satisfação que nesse jantar em Lambeth, o grupo aumentou e muitas ideias surgiram, definindo-se metodologias, estratégias, frequência (1ªs quartas-feiras de cada mês) e mesmo o local,
disponibilizado por uma das novas aderentes e dona de um restaurante, bem como o secretariado, que se responsabilizaria pelo encaminhamentovia e-mail de todas as informações recebidas.
Este grupo de mulheres, agora intituladas LUSÓFONAS EM LONDRES, já tem um programa detalhado expresso neste e-mail agora recebido:

Olá a todas,
No nosso jantar da passada quarta-feira, dia 07/11/12, ficaram algumas questões esclarecidas e outras se levantaram. Assim, decidiu-se que:
1) o nome do grupo será "Lusófonas em Londres"
2) as sessões/encontros terão a duração de 1 hora, sendo os primeiros 30 minutos destinados à apresentação dos temas (1/2) dessa sessão e a segunda meia hora a esclarecimentos mais individualizados. Haverá sempre duas pessoas responsáveis pela organização e apresentação da sessão, assegurando a sessão caso aconteça algum imprevisto.
3) a primeira sessão será dia 14 de Janeiro (segunda-feira), sendo o tema "Ano Novo, Vida Nova". O objectivo será abordar questões ligadas à auto-imagem (contaremos com o apoio de uma cabeleireira e de uma maquilhadora) e à definição de objectivos pessoais para o novo ano. Esta sessão é da responsabilidade da Maria e minha.
4) a segunda sessão, da responsabilidade da Ana Paula e da Luísa, será dia 6 de Fevereiro (quarta-feira), sendo o tema "Ano Novo, Casa Nova".
5) a terceira sessão, dia 6 de Março, com o tema "Ano Novo, Trabalho Novo" fica a cargo da Isabel.
6) no final de cada sessão ficamos por mais 15 min para discutir alguma questão sobre essa sessão e acertar algum pormenor para a seguinte.
Quanto a questões levantadas, falou-se na possibilidade de criar uma página no Facebook e na necessidade ou não de se escolher uma líder para o grupo.
Aproveito para pedir a todas que ao responder a emails tenham o cuidado de escolher a opção de responder a todos os contactos, para garantir que todas recebem as mensagens
trocadas. Peço também que caso não possam estar presentes nalgum encontro avisem para sabermos ao certo com quem podemos contar em cada sessão.
Até breve.
Abraço,

Mariana Costa

RITA GOMES SOBRE ELSA DE NORONHA

Elsa de Noronha
Como ela própria se intitula é uma “Poeta de Dizer”.
Nasceu em Moçambique, sendo flha do grande poeta, também moçambicano, Rui de Noronha.
A nossa muito estimada amiga Elsa de Noronha tem – nos acompanhado em várias Iniciativas da «Associação de Estudos Mulher Migrante», mostrando-se sempre disponível para participar com muito entusiasmo e a título voluntário.
Tem actuado em vários Encontros, praticamente desde a constituição da Associação, sobretudo em Portugal, sendo fantásticas as suas exibições, pelo que tem recebido os maiores elogios.
Por sua Iniciativa, foi a Estocolmo, aquando da realização do «Encontro para a Cidadania», em Março de 2006, naquela cidade.
Estava presente o Dr. Jorge Lacão que muito a felicitou, bem como todas e todos os restantes participantes. Foi um espetáculo Inesquecível!
Por todas essas razões, a Poeta de Dizer, Elsa de Noronha, merece a nossa gratidão com o maior reconhecimento.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

LEONOR GIL - O CV DE UMA BRILHANTE JOVEM DA DIÁSPORA

Calado Varela Lopes Gil, Leonor
(+33) 6. 73.28.18.79
25, rue Beaurepaire
75010 PARIS - França
leonorlopesgil@gmail.com
3 de Fevereiro de 1985
Direito / Relações Internacionais / Fundações
Setembro 2012 – actualmente
Chefe de projecto “Artes e Cultura para a Educação” & “Ariane de Rothschild Fellowship Program” (programa para o desenvolvimento do empresariado social e o diálogo intercultural judaico-muçulmano).
-Responsável pelo desenvolvimento dos programas da pasta “Artes e Cultura para a Educação”
(principais parceiros: Guggenheim Nova Iorque; Carneggie Hall; Beaux-Arts Paris)
- Responsável pela gestão do programa “Ariane de Rothschild Fellowship” organizado em parceria
com a Universidade de Cambridge e a Universidade de Cornell.
- Participação na definição da estratégia global das Fundações Edmond de Rothschild (12 Fundações
www.edrfoundations.org)
Setembro 2012 - actualmente
Assistente da cadeira de Direito Europeu sob a regência da Prof. Doutora Santamaria Dacal
Condução das aulas teórico-práticas de Direito Europeu (e Assuntos Europeus) a alunos do segundo
ano universitário
SCIENCES PO PARIS (Institut d’Etudes Politiques de Paris – www.sciencespo.fr)
27, rue Saint Guillaume 75007 PARIS – França
Ciências Políticas – Direito Internacional e Europeu – Assuntos Europeus
Agosto 2011 – Fevereiro 2012
Estágiaria da ENA (Escola Nacional de Administração Francesa - www.ena.fr)
- Adaptação das orientações políticas nacionais ao nível local (Département)
- Responsável pela pasta da intermunicipalidade – gestão duma equipa de 5 pessoas
- Organização de seminários em parceria com o sector empresarial sobre temáticas económicas e de
emprego
- Preparação e acompanhamento das visitas de Ministros
- Representação do Préfet (Presidente do Département) nas reuniões com os autarcas do
Département
Préfecture du Va-d’Oise
5, avenue Bernard Hirsch - 95010 Cergy Pontoise Cedex – França (http://www.val-doise.pref.gouv.fr)

Janeiro 2011 – Maio 2011
Perita nacional destacada na Comissão Europeia no Gabinete do Presidente Barroso
Contribuição no trabalho realizado no Gabinete. Em especial, colaboração com o Conselheiro
encarregado dos assuntos ligados à economia e empresas; realização de tarefas administrativas
como a elaboração de discursos, realização de briefings, preparação e participação em reuniões.
Comissão Europeia, Edifício Berlaymont,
Julho 2010 – Setembro 2010
Adjunta do Chefe de Serviço do sector “Segurança do Espaço Europeu”
Secretariado Geral dos Assuntos Europeus (SGAE), Serviço do Primeiro-Ministro (Paris)
Administração Pública Francesa e Europeia

Dezembro 2010 – Abril 2012
Master of Public Administration
Direito da União Europeia; Direito Administrativo Francês; Media Training; Negociação; Economia
Política; Gestão Pública.
Ecole Nationale d’Administration (ENA – www.ena.fr )
Estrasburgo, França
Magna Cum Laude
Outubro 2011 - Maio 2012
Master 2 – Comunicação Política e das Instituições Públicas
Comunicação pública e política
CELSA – Paris IV Sorbonne
Média de 16 valores
Outubro 2009 – Setembro 2010
Master 2 - Direito Económico Europeu
Direito da União Europeia; especialização em Direito Económico Europeu, nomeadamente em Direito da Concorrência e União Económica e Monetária e em Direitos Humanos
Paris 1 Panthéon-Sorbonne
Mention BIEN (entre 13 e 15 valores)
Setembro 2007 – Julho 2009
Master 2 – Assuntos Europeus
Direito Europeu; Políticas Comparadas; Sistema Político Europeu; História da Integração Europeia;
Negociação; Empresariado internacional e europeu
SCIENCES PO PARIS (Institut d’Etudes Politiques de Paris)
Mention BIEN (entre 13 e 15 valores)
Setembro 2002 – Julho 2003
12º ano
Economía, Francês, Literatura, História, Geografia, Matemática, Inglês, Espanhol, Filosofia
LICEU FRANCÊS DE MADRID
Mention BIEN (média de 15,75 valores
Sócia fundadora e Presidente (2007 – 2009 ) da Associação do Master dos Assuntos Europeus de
Sciences Po Paris;
Voluntária em projectos de acompanhamento escolar e progressão de crianças dos 12 aos 19 anos:
Réussir aujourd’hui; TutorENA; Entretiens de l’Excellence; Passerelles
A nível desportivo: prática regular de natação e Râguebi (8 anos) (equipa feminina de Sciences Po
Paris).
Eleita representante de turma desdo ensino secundário e na ENA – delegada principal da promoção
Marie Curie - Eleita organizadora da Festa de fim de estágio da Comissão Europeia junto do Gabinete de Estágio (800 participantes).
Participação na Festa da Europa no Ministério dos Negócios Estrangeiros francês como
representante da geração ERASMUS;
Trabalhos realizados no âmbito do Mestrado:
- Ensaio “Salazar, Franco, Hiter e Mussolini : pequenas similitudes e grandes diferenças” (15 valores)
- Ensaio “A comunicação interna e externa da Rede empresarial Réseau Entreprendre” (15 valores)
4

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

MANUELA BAIROS em Toronto

Manuela Bairos começou por distinguir três planos de análise da diplomacia da Língua


Portuguesa: a sua importância como língua de oficial ou de trabalho em diversas organizações

internacionais; a sua utilização nos vários países de língua oficial portuguesa em quatro

continentes e o potencial de crescimento como língua de herança junto das comunidades

oriundas de países de língua portuguesa espalhadas pelo mundo.

Os dois últimos planos de análise mereceram particular atenção, uma vez que é justamente

da sua interação que o impacto da língua portuguesa no mundo poderá ser mais visível e

imediato. Se por um lado é certo que a importância da língua portuguesa se prende com o

número crescente de falantes e com a relevância regional e mundial de países como o Brasil e

Angola nos respetivos continentes, esta realidade serve de inegável impulso e estímulo à sua

promoção nas diásporas que têm o português como língua de herança.

Neste contexto, as comunidades emigrantes oriundas de países de língua portuguesa

assumem um papel fundamental em países como os EUA, Canadá, França, Suíça, África

do Sul ou Austrália, para citar alguns exemplos. Sabemos, com efeito, que o interesse

crescente pela língua portuguesa (hoje bem visível numa China em plena expansão mundial)

dispensará o esforço que hoje pedimos às nossas comunidades e às instituições académicas

pertinentes em vários países do mundo. Mas na atual fase, Manuela Bairos salientou que ainda

precisamos de criar um estímulo que possa desencadear o efeito multiplicador que sabemos

se produzirá no futuro em relação à língua portuguesa. Esse estímulo só poderá ser suscitado

e alimentado pelas comunidades portuguesas na diáspora, que por razões emocionais e de

identidade, tem investido na sua manutenção e promoção junto das novas gerações.

São estas novas gerações que têm assumido com brio a herança da língua e da cultura

portuguesa (a exemplo da tuna académica dos estudantes luso-canadianos da Universidade

de Toronto, que atuou no decurso do simpósio), reconhecendo a riqueza do país de que são

oriundos e das suas tradições e cultura. Este é o fermento que em primeira linha deveremos

utilizar para a necessária mobilização de esforços na promoção da língua portuguesa, que, de

uma forma geral, ainda se encontra muito aquém do seu verdadeiro potencial.

Manuela Bairos exemplificou com a situação dos EUA onde incompreensivelmente a língua

portuguesa sofre dum estatuto de menorização, já que não está disponível num leque de nove

línguas oferecidas nos exames de acesso ao ensino superior (SAT II), ou da França onde,

embora exista uma das maiores comunidades portuguesas no mundo, o número total de

alunos de português naquele país se equipara ao Senegal, com cerca de 27 000 alunos que

aprendem português.

Uma palavra final foi dirigida às mulheres (mães e sobretudo avós) na diáspora e ao seu papel

na transmissão da língua e de outros traços da nossa cultura que são em regra assimilados

no lar e no modo de vida das famílias portuguesas, um legado tradicionalmente a cargo das

mulheres e mães que muito se orgulham de o passar às novas gerações.

Manuela Aguiar sobre MARIA LAMAS

Vamos olhar, nas páginas de um revista, um mundo feito de sonhos e de obras de muitas Mulheres Portuguesas. Vamos à procura da realidade plural, dinâmica e mutável da nossa emigração feminina, situando-a no espaço que efectivamente ocupa no trabalho, na cultura, nas artes e nas ciências, na política, no associativismo, no desporto, na família...


Move-nos a intenção de reflectir sobre a história do passado e sobre a história no seu curso para o futuro, com a vontade de contribuir para a mudança, de influenciar o processo, e de mobilizar para a acção a metade que tem sido marginalizada nas nossas comunidades do estrangeiro. Foi este o objectivo maior do Encontro Mundial de Mulheres da Diáspora, em 2011 -o terceiro organizado pela “Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade Mulher Migrante”. Um forum que, num tempo em que tanto se alargam as vagas migratórias, trouxe, novos dados e perspectivas sobre a componente feminina e permitiu, pela intervenção de muitas das suas protagonistas, com a força dos sentimentos e experiências de vida, e pelo contributo de muitos especialistas e investigadores, com a sua visão objectiva e rigorosa, repensar os modos combater por uma causa que nos une: a da cidadania assumida pelas portuguesas no seu trajecto transnacional.

A História mostar que a igualdade se conquista, antes de mais, na letra das Constituições e dos Tratados, e, só depois, decisivamente, na consciência das discriminações que subsistem e na exigência do cumprimento do espírito das leis.

O "congressismo" tem sido, desde a eclosão dos grandes movimentos feministas no século XIX e XX, um instrumento fundamental de desocultação das situações de injustiça e de criação de condições para a prática da paridade. Por essa via, no espaço da diáspora, nos lançou, em 1985, o 1º Encontro de Portuguesas Migrantes no Associativismo e no Jornalismo, em cujas propostas se inspiraram as fundadoras da Associação Mulher Migrante. E nessa via havemos de continuar.

A revista é mais uma forma de estar no mesmo combate, de aprofundar a colaboração com mulheres e homens, que vivem a emigração, com políticos que a compreendem, como o Secretário de Estado José Cesário, com investigadores que a revelam em todas as suas dimensões.

E pretende ser, também, um tributo a Maria Lamas, uma precursora, exemplo da cidadania exercida com uma clara visão de futuro, uma crença inabalável na força das mulheres, e uma infinita generosidade.