segunda-feira, 4 de setembro de 2023

TERTÚLIAS DE VERÃO AMM/ Círculo Maria Archer Homenagem a Maria José Silva

Estando a acontecer a 7ª Bienal Internacional de Arte de Espinho, que decorre até 30 de setembro de 2023, o Círculo de Culturas Lusófonas Maria Archer e a Associação Mulher Migrante pretendem associar-se a este prestigiado evento artístico e realizar quatro tertúlias/debates – TERTÚLIAS DE VERÂO - ao longo do mês de Setembro. O Círculo Maria Archer tem vindo a desenvolver uma intensa atividade para recolocar o nome de Maria Archer no lugar vazio que é seu, na história da nossa Literatura, do feminismo português e do pioneirismo na construção de pontes entre as culturas da lusofonia. Para Teresa Horta, Maria Acher, mulher livre num país ainda sem liberdade, a mais feminista das escritoras portuguesas do século XX e que usou a escrita como arma de combate, pagando por isso um preço alto, tendo sido forçada ao exílio e deliberadamente apagada da História. Este Círculo, é um espaço de reflexão que teve a sua origem na Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade Mulher Migrante (AMM). Na concretização de um grande número das suas atividades, tem contado sempre com a parceria da AMM, que transferiu recentemente a sua sede de Lisboa para Espinho e está agora instalada no Fórum de Arte e Cultura de Espinho (FACE), graças à generosidade e apoio da Câmara Municipal. O Círculo Maria Archer e a Associação Mulher Migrante, pretendem assim e mais uma vez, contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, dando voz às mulheres portuguesas que, nas mais variadas áreas profissionais, se constituem como seres humanos de visão feminista e ciente dos seus direitos e deveres. Dedicamos estas Tertúlias à nossa associada Maria José Silva, que muito recentemente nos deixou, que é um exemplo de vida, norteada por esta visão feminista no seu dia a dia. É para esta programação, que tem o apoio da Junta de Freguesia de Espinho e da Câmara Municipal, que temos a honra de vos convidar: para assistir, participar ou intervir. 9 de setembro – 15.00H Local: Junta de Freguesia de Espinho Tema: A Mulher nas Artes Intervenientes: Ana Pais de Oliveira (curadora da Bienal) Eva Resende – vencedora da 7ª Bienal; Balbina Mendes (AMM); Ana Maria Pintora (AMM); Ana Ferreira, Prémio Especial do Júri, entre outras. Moderação: Nassalete Miranda (AMM) 19 de setembro – 16.00H Local: Junta de Freguesia de Espinho Tema: A Mulher nas Migrações Intervenientes: Maria Manuela Aguiar (AMM) – ex-Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas; Maria Engrácia Leandro (AMM) – Investigadora e professora universitária; Maria da Conceição Ramos (AMM) – Investigadora e professora universitária; Deolinda Adão (AMM), professora universitária; Aida Baptista (AMM), escritora, autora de várias obras sobre as migrações; Maria de Lourdes Almeida (AMM), Conselheira da CCP; Natália Correia (AMM), Associação Mulher Migrante da Argentina Moderação: Graça Guedes (AMM) 23 de setembro – 16.00H Local: FACE Tema: A Mulher na Política Intervenientes: Maria Manuel Cruz –Presidente da CME; Elisa Ferreira – Comissária Europeia; Berta Nunes, ex-Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas; Nathalie Oliveira, Deputada da Assembleia de República; Elsa Tavares – ex - Presidente da CME; Ilda Figueiredo, Vereadora da CMPorto. Moderação: Manuela Aguiar (AMM) 30 de setembro – 16.00H Local: Junta de Freguesia de Espinho Tema: Arte Xávega em Espinho - as mulheres vareiras Conferencista: Armando Barge Bouçon Ribeiro - Historiador e autor de obras sobre Arte Xávega, Diretor do Museu Municipal de Espinho. Moderação: Ivone Ferreira (AMM) Manuela Aguiar Graça Guedes Círculo Maria Archer AMM

sábado, 12 de agosto de 2023

Livro Cassio e Constancia

domingo, 25 de junho de 2023

LIVRO INFANTIL

Maria viveu em VA, pequena cidade do interior e nasceu em Ipiguá-  Filha de AN e APN, viveu em VA até os doze anos de idade. O pai cuidada da loja de secos e molhados e tocava violino para animar os bailes aos domingos. Seus olhos muito azuis e sonhadores, encurtava a distância que separava seu talento de músico do palco do Teatro Municipal da Capital. A mãe cuidava de dois filhos e três filhas, fazia flores de papel crepom e bonecas de pano. Decorava o altar, os andores e organizava as festas para receber o senhor padre que visitava a cidade e rezava a missa uma vez ao mês. Consmell frequentava a escola, as festas e desenhava com carvão, as paredes da sua casa e o quintal, onde também administrava o circo feito de lençóis e de toalhas velhas. A quermesse, as barraquinhas de pesca de brinquedos fariam parte das lembranças que Lauren retrataria em suas obras de arte futuramente.  

CAPA: 

(ilustração)   

quarta-feira, 22 de março de 2023

AMM SINGULARIDADES Maria Manuela Aguiar

DRAFT | 12.9.2020 ORIGENS A "Mulher Migrante- Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade" (AMM) nasceu, indiretamente, do diálogo entre governo e movimento associativo, que, no início da década de 80 do século passado, foi o grande destinatário das políticas públicas designadas, no discurso oficial, por "políticas de reencontro". Em termos institucionais, seria através da implementação e regular funcionamento do "Conselho das Comunidades Portuguesas" (CCP), fórum de âmbito mundial, de caráter representativo e consultivo, que se lhes deu, em larga medida, concretização. O 1º CCP era composto por dirigentes escolhidos pelos seus pares, num colégio eleitoral associativo, e por jornalistas - no conjunto, cerca de sessenta, todos homens. No segundo processo eleitoral, em 1983, apenas duas mulheres, ambas oriundas da quota de jornalistas, tiveram assento neste órgão, que espelhava, fielmente, a real desigualdade de sexo no dirigismo comunitário. Bastou, porém, uma mulher, Maria Alice Ribeiro do Canadá, para mudar o "status quo", ao recomendar ao governo, em 1984, a convocação de um congresso de mulheres da diáspora, onde pudessem ter a presença e a voz que lhes faltava no plenário do CCP. O governo deu cumprimento à proposta, e o "1º Encontro de Mulheres no Associativismo e no Jornalismo", patrocinado pela UNESCO, teve lugar em Viana do Castelo, em junho de 1985. Com esse feito, Portugal transformou-se em país europeu pioneiro, "antecipando em dez anos os esforços das Nações Unidas para o empoderamento das mulheres na sociedade e na política" (Cunha Rego, 2015: 24). Desse encontro, cheio de ensinamentos e partilha de experiências, duas conclusões seriam portadoras de futuro: a ideia de criarem uma organização transnacional que lhes desse força coletiva e visibilidade, e a institucionalização do diálogo com o governo, através de mecanismos de audição periódica das mulheres. A queda do Governo, em 1987, inviabilizou o início dos trabalhos da recém - instituída "Comissão para a Participação e Promoção das Mulheres", que, deveria funcionar, com regularidade, na órbita do CCP. Do lado da sociedade civil, a instância de âmbito internacional em que queriam unir-se tardou, também, em avançar. Só em 1993, a AMM, constituída por escritura pública de 8 de outubro, se veio apresentar como herdeira desse projeto, contemporâneo do início das políticas de género na imigração, em cujo relançamento, vinte anos depois, seria chamada a cooperar. SINGULARIDADES DA ASSOCIAÇÃO "MULHER MIGRANTE" A Associação tem por finalidades estatutárias aquelas que a sua própria designação sintetiza: o estudo da problemática das migrações femininas, a cooperação com mulheres profissionais e dirigentes de associações portuguesas no estrangeiro e de imigrantes em Portugal, o apoio à integração das mulheres nas sociedades de acolhimento, através da ativa intervenção, e o "combate a ideias e movimentos xenófobos" (Gomes, 2014: 46), a que se quis dar todo o destaque na sua divisa: "Não há estrangeiros numa sociedade que vive os Direitos Humanos". Assume-se como integrante dos movimentos de reivindicação da igualdade de sexos, no domínio das migrações, com a consciência de que, aquém das declarações jurídicas de igualdade, as discriminações de género resistem às leis, convertendo as mulheres, de facto, em "estrangeiras no seu próprio país". Num universo associativo feminino da diáspora, ao tempo mais do que hoje, quase exclusivamente dominado por preocupações sociais e culturais (beneficência, solidariedade, defesa da língua e das tradições) o colocar a ênfase em matéria de cidadania era, em si, uma singularidade. E várias outras podia, à nascença, reclamar, como o ser: sediada no país, e voltada, fundamentalmente, para a diáspora feminina; partilhada por mulheres e homens feministas (no sentido em que Ana de Castro Osório falava de feminismo, como "humanismo integral" ), formada por emigrantes (integrando cerca de um terço do total de participantes no Encontro de 1985) e não emigrantes; abrangente, ao colocar, lado a lado, militantes de outros universos associativos, em particular, o feminino, o jovem e o sénior, os sindicalistas, os "media", os investigadores, através dos quais combinava a vertente de estudo e o intervencionismo social. Ao longo de 25 anos de atividade, que neste ano de 2020 se perfazem, a AMM tem sido um "fórum" interassociativo de reflexão e debate, a que nunca faltou o enquadramento científico e vontade de combate no terreno. Com esse perfil revelou virtualidades logo num primeiro empreendimento, o congresso mundial de 1995, que trouxe a Espinho, para uma semana de trabalho sobre temáticas de género e geração, cerca de 400 participantes, mulheres líderes de comunidades dos cinco continentes, políticos, jornalistas, funcionários da administração pública e grandes nomes da comunidade académica. Um "encontro de mundos", que raramente se aproximam e dialogam abertamente, de igual para igual, paradigma de inúmeras outras reuniões em que a AMM prosseguiria o seu escopo de lançar sobre o fenómeno da emigração um olhar global, inclusivo da metade feminina, pela via de um "congressismo" capaz de analisar situações, repensar estratégias e desencadear as dinâmicas da ação direta. No seu percurso, distinguiremos duas fases: 1 - a década 1995/2005, na sequência do congresso de Espinho, é caraterizada pelo alargamento da rede de delegações e de congéneres, entretanto criadas no estrangeiro - cada qual atuando na sua área territorial - e pela militância no interior do país, em colaboração com a CIDM, o Alto Comissário para as Minorias Étnicas, autarquias, paróquias, escolas. Atenta ao evoluir da situação na diáspora, tanto quanto aos problemas sociais da chamada "nova imigração" (que chegava do leste europeu a um país impreparado), e aos suscitados pelo retorno definitivo de centenas de milhares de portugueses, no fim de ciclo das migrações de 60 e 70 - sabendo, sobretudo que, para as mulheres, o regresso significava, em inúmeros casos, regressão, perda do estatuto de independência económica, lá fora ganho, pelo acesso a emprego remunerado e por uma superior capacidade de inserção social. 2 - a partir de 2005, numa "segunda vida", a AMM expandiu a sua ação fora de fronteiras e dedicou grande parte da sua energia à tarefa de coparticipação com a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas na equacionar e levar à prática a componente de género que, desde então, as políticas públicas passaram a integrar. Assim, numa nova era, se assiste ao verdadeiro ressurgimento do espírito que animou o mítico "Encontro de Viana. CONGRESSISMO PARA A IGUALDADE Os "Encontros para a Cidadania" e os Congressos Mundiais de Mulheres Migrantes A celebração de uma efeméride pode esgotar-se em si mesma, ou, pelo contrário, ser o ponto de rotura face a um passado de inércia, como aconteceu com a proposta de comemoração dos 20 anos do 1º Encontro, dirigida pela AMM ao Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. António Braga decidiu ir além do solicitado e programar ações para a legislatura, instando a "Mulher Migrante" a converter-se em "parceiro privilegiado para o desenvolvimento de políticas de género" (Aguiar, 2009, 109). De facto, incumbindo-a de planificar e operacionalizar os "Encontros para a Cidadania - a Igualdade entre Mulheres e Homens", em grandes regiões da emigração portuguesa, a fim de fazer o ponto de situação, promover a valorização da contribuição feminina, o seu empenhamento cívico, e, como meta, a "igualdade de género, independentemente de serem ou não residentes em Portugal" (Lacão, 2009: 11). Era, tardiamente embora, a primeira vez que um Plano Nacional para a Igualdade abarcava a Nação inteira, não esquecendo a sua diáspora Com a Presidência de Honra de Maria Barroso, o comparecimento de um membro do Governo (António Braga ou Jorge Lacão, Secretário de Estado da Presidência), e a coordenação da AMM, os encontros tiveram lugar em: Buenos Aires (o da América do Sul, em 2005), Estocolmo, (o da Europa, em 2006), Toronto, costa Leste, e Berkeley, costa Oeste, os da América do Norte, em 2007, Joanesburgo, (o da África, em 2008). O processo de execução local ficou a cargo de ONG's femininas - a AMM da Argentina, a Federação de Mulheres Lusófonas (Piko, com sede na Suécia), a Cônsul-Geral de Toronto, Maria Amélia Paiva, coadjuvada por uma comissão de ONGs femininas luso-canadianas, Deolinda Adão, professora da universidade de Berkeley, representante da AMM nos EUA, e a Liga da Mulher da África do Sul. Os encontros tiveram significativa presença masculina do CCP, do meio associativo, académico e político. Em 2009, o "Encontro dos Encontros” em Espinho, procedeu, a partir da explanação das relatoras de cada reunião regional, ao balanço final, numa perspetiva comparatista de situações muito diversas, e fechou este primeiro ciclo, com a propositura de mais iniciativas, numa linha de continuidade. Em 2011, o Secretário de Estado José Cesário convidou a AMM a colaborar, do mesmo modo, na prossecução das políticas, em novos moldes, num crescendo de ritmo e esforço mobilizador, através da convocação bienal de congressos mundiais, alternando com multiplicação de encontros de proximidade, nas comunidades. Nesse mesmo ano, mulheres dos cinco continentes vieram à Maia para historiar, numa perspetiva diacrónica, o percurso de luta pela igualdade e até ao presente e ao devir que se desenha em cada diferente comunidade, evocando, à partida, os exemplos das líderes feministas do início de novecentos e de Maria Archer e Maria Lamas, suas continuadoras, no país e nas terras de exílio, antes de restauração da democracia, Em 2013, no Palácio da Necessidades, onde as mulheres puderam, pela primeira vez, dialogar diretamente, com o governo, foram sublinhadas novas expressões da cidadania, assim, se alargando o campo em que deve incidir a tarefa fundamental, que o artº 109 da Constituição incumbe aos Estado de promover a igualdade real entre sexos. Em 1912, nos colóquios, direcionados a diversas comunidades, deu-se primazia ao associativismo sénior, divulgando o modelo português das chamadas universidades ou academias seniores, que, entre nós, são maioritariamente frequentadas, e até dirigidas por mulheres, da geração mais velha. Em 2014, olhou-se o panorama de “40 anos de migrações em liberdade" uma data que é ainda mais importante para os mais discriminados, como as mulheres e os emigrantes - numa série de conferências e reuniões organizadas com associações e com a Universidade Aberta de Lisboa, e as universidades de Berkeley, San José da Califórnia, Sorbonne e Toronto. Nos últimos anos, a Associação "Mulher Migrante" vem homenageando, em conferências e em publicações, personalidades que são fonte de inspiração, por terem feito das suas vidas prova da qualidade humana que lhes conferia o estatuto de igualdade, muito antes das as convenções e as leis da República o admitirem- caso de Archer, Maria Lamas, Maria Barroso, Ruth Escobar, Natália Correia, figuras nacionais, assim como outras das próprias comunidades, muitas delas pioneiras do "Encontro" de Viana, que não pode deixar no esquecimento, designadamente, Malice Ribeiro, Fernanda Ramos, Manuela Chaplin, Benvinda Maria, Mary Giglitto, Laura Bulger, Berta Madeira... A prioridade ou saliência reconhecidas pela AMM ao campo do associativismo, um legado do encontro de Viana, mantêm-se, ancoradas na constatação, ainda atual de que tem sido bem mais fácil a afirmação do estatuto cívico e profissional das emigrantes nas sociedades de acolhimento do que no interior das comunidades portuguesas e suas instituições, onde a rígida e tradicional divisão de trabalho entre os sexos é comum, poucas sendo as que conseguem ascender a cargos diretivos. Os progressos que, desde a década de oitenta do século passado, se podem registar são globalmente poucos, lentos e muito desiguais na geografia das comunidades, em prejuízo da regeneração do tecido associativo, que necessita de se redimensionar na junção da metade feminina, de, com ela, se adaptar à evolução das migrações. Para o demonstrar, a AMM vem, crescentemente, ensaiando a composição paritária dos seus eventos, levando o debate sobre a reconfiguração dos papéis de género a cenários improváveis, onde, como a experiência comprova, tem perfeito cabimento, caso da agenda cultural dos festejos do 10 de junho, dos grandes Encontros dos Portugueses do Cone Sul da América, de comemorações do Dia da Comunidades Luso- Brasileira, das tertúlias de Academias do Bacalhau, das Bienais de Artes Plásticas (a Bienal de Espinho, a de Gaia, que se considera "uma Bienal de causas") ... Nem por isso a AMM desvaloriza o papel histórico, ainda hoje insubstituível, das diversas formas de ativismo feminino, ONG's em que se corporizam (nas quais se incluem as suas próprias delegações e associações filiadas), movimentos com os quais, na sua trajetória de vida, tem somado colaborações, nomeadamente "A vez e a voz da Mulheres", "Mulheres em Movimento", PIKO, Liga das Mulheres da RAS, Sociedade das Damas Portuguesas de Caracas. Da periferia em que, no associativismo das comunidades, foi colocado o feminino, se pretende, agora, por diferentes vias, atingir a igualdade, ainda utopia. Nas últimas eleições para o CCP (em 2015), a fraca proporção feminina, não obstante se lhes aplicar a Lei da Paridade, veio comprovar quão longe estamos dessa meta! Contudo, num contexto geral dececionante, a inesperada vitória eleitoral das dirigentes das Associações “Mulher Migrante", quer na Argentina, quer na Venezuela foi, por contraste, revelador da importância da expansão do associativismo de pendor cívico, que a AMM vem fomentando. Aqui deixamos um simples apontamento de momentos chave de uma caminhada, do impulso que a moveu, dos instrumentos de que se serviu - que foram afinal, o modo como fez valer as suas causas nas circunstâncias que, em tempos irrepetíveis, se lhe ofereceram. Não procedemos a uma enumeração da longa lista das suas realizações, ou das muitas individualidades que a marcaram, construindo o seu pensamento, desde a fundação. Apenas lembraremos a memória de Rita Gomes, que, por largos anos, encabeçou e sustentou o projeto e com ele se identificou. Nesse projeto cabe todo um coletivo complexo e heterogéneo, de mulheres, que a história da emigração, padronizada no masculino, sempre ocultou, mas que, na realidade, se emanciparam pelo trabalho, se abriram à modernidade de outras sociedades, foram e são, verdadeiras construtoras de pontes entre nações e culturas. Referências bibliográficas: Aguiar, Maria Manuela; Guedes, Graça; e Santiago, Arcelina [coord.] (2015). Entre portuguesas. Edição Mulher Migrante - Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade, Lisboa/Espinho: Associação Mulher Migrante. Aguiar, Maria Manuela; Guedes, Graça; e Santiago, Arcelina [coord.] (2014). 1974-2014. 40 anos de Migrações em Liberdade. Edição Mulher Migrante - Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade, Lisboa/Espinho: Associação Mulher Migrante. Aguiar, Maria Manuela e Aguiar, Maria Teresa [coord.] (2009). Cidadãs da Diáspora. Edição Mulher Migrante - Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade, Lisboa/Vila Nova de Gaia: Associação Mulher Migrante.

segunda-feira, 2 de maio de 2022

ASSEMBLEIA GERAL

DIA 4 DE MAIO - 14.30, NA SEDE DA AMM

terça-feira, 1 de junho de 2021

Maria Manuela Aguiar AMM UM TRAJETO DE 25 ANOS in "Faces de Eva"

Maria Manuela Aguiar Espinho | Portugal Email: onlinemulhermigrante@gmail.com A ASSOCIAÇÃO "MULHER MIGRANTE" - UM TRAJETO DE 25 ANOS Setembro de 2020 ORIGENS A "Mulher Migrante - Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade" (AMM) nasceu, indiretamente, do diálogo entre governo e movimento associativo, representado no Conselho da Comunidades Portuguesas (CCP), que, na década de 80 do século passado, foi o principal destinatário das políticas públicas designadas por "políticas de reencontro". No primeiro processo eleitoral, em 1981, os membros eleitos e jornalistas, que o compunham, cerca de sessenta, eram todos homens. No segundo, em 1983, apenas duas mulheres, oriundas da quota de jornalistas, tiveram assento num órgão, que espelhava a real desigualdade de sexo no universo comunitário. Bastou, porém, uma conselheira, a jornalista Maria Alice Ribeiro do Canadá, para fazer a diferença, com a proposta de convocação de um congresso de mulheres da diáspora, onde pudessem ter a presença e a voz que lhes faltava no CCP. A Secretaria de Estado da Emigração deu sequência à recomendação, através do "1º Encontro de Mulheres no Associativismo e no Jornalismo", que foi patrocinado pela UNESCO e teve lugar em junho de 1985, na cidade de Viana do Castelo. Esse feito tornou Portugal país pioneiro na Europa e no mundo, "antecipando em dez anos os esforços das Nações Unidas para o empoderamento das mulheres na sociedade e na política" (Cunha Rego cit. por Aguiar et al., 2015: 24). Daquele 1º Encontro, cheio de ensinamentos, ressaltaram duas conclusões: a intenção de criarem uma organização transnacional, que lhes desse força coletiva, e a proposta de institucionalização do diálogo com o governo, através de mecanismos de audição periódica. Em 1987, foi instituída, na órbita do CCP, com esse propósito, a "Conferência para a Participação e Promoção das Mulheres Portuguesas no Estrangeiro", que, contudo, viria a ser inviabilizada pela queda do governo. Do lado da sociedade civil, tardou a idealizada instância internacional. Só em 1993 seria fundada a Associação "Mulher Migrante", que se apresentou como herdeira daquele projeto contemporâneo da génese das políticas para a igualdade na emigração, em cujo relançamento seria chamada a cooperar, estreitamente, vinte anos depois. SINGULARIDADES A Associação tem por finalidades estatutárias aquelas que a sua própria designação sintetiza: o estudo da problemática das migrações femininas, a cooperação com mulheres profissionais e dirigentes de associações portuguesas no estrangeiro ou imigrantes, o apoio à intervenção das mulheres nas sociedades de acolhimento, em todos os domínios, e o “combate a ideias e movimentos xenófobos” (Gomes cit. por Aguiar et al., 2014: 46), a que dá especial destaque na sua divisa: “Nenhuma pessoa é estrangeira numa sociedade que vive os Direitos Humanos”. No universo associativo feminino da diáspora, ao tempo quase exclusivamente dominado por preocupações sociais e culturais (beneficência, solidariedade, defesa da língua e das tradições), a AMM vinha colocar a ênfase em questões de cidadania, o que era, “de per si”, uma singularidade. E várias outras podia, à nascença, reclamar, como o ser: sediada no país, e voltada, fundamentalmente, para a diáspora feminina; partilhada por mulheres e homens feministas (no sentido em que Ana de Castro Osório falava de feminismo, como “humanismo integral”); formada por emigrantes (integrando cerca de um terço do total de participantes no Encontro de 1985) e não emigrantes; mediadora de universos associativos heterogéneos, em especial, o feminino, o jovem, o sénior, e o meio académico, através dos quais combinava a vertente de estudo e de intervencionismo social. Ao longo de 25 anos de atividade, a AMM tem sido um “forum” interassociativo de reflexão e debate e com esse perfil revelou as suas virtualidades logo num primeiro empreendimento, o congresso mundial de 1995, ao trazer a Espinho cerca de 400 participantes, mulheres líderes de comunidades dos cinco continentes, políticos, jornalistas, funcionários da administração pública, grandes nomes da comunidade científica. Um “encontro de mundos”, que raramente se aproximam e dialogam, de igual para igual. O paradigma de inúmeras reuniões em que prosseguiria o escopo de lançar sobre o fenómeno da emigração um olhar inclusivo da metade feminina, pela via do “congressismo” capaz de repensar estratégias e desencadear dinâmicas de mobilização para a mudança. No seu percurso, distinguiremos duas fases: - A década 1995/2005, no seguimento do congresso de Espinho, é caraterizada pela expansão da rede de delegações e de congéneres no estrangeiro e pela militância no interior do país, em colaboração com a CIDM e o Alto-Comissário para as Minorias Étnicas, e, também, com autarquias, paróquias, escolas, dividindo a atenção entre o evoluir da situação na diáspora, e os problemas sociais da chamada “nova imigração” (do leste europeu), assim como do regresso em massa de emigrantes, que, para as mulheres, significava, quase sempre, regressão, perda do estatuto de independência económica, ganho lá fora. - A partir de 2005, numa “segunda vida”, a AMM alarga a sua ação fora de fronteiras, crescentemente envolvida na planificação de medidas destinadas a motivar mulheres e homens para as questões da igualdade, “de motu próprio”, em conjunto com outras ONG’s, ou sob patrocínio do Governo, num período em que começava a dar cumprimento ao Plano Nacional para a Igualdade nas comunidades do estrangeiro. CONGRESSISMO NA DIÁSPORA (Os “Encontros para a Cidadania” e os Congressos Mundiais de Mulheres Migrantes). Guardiã da memória do “1ºEncontro”, a Associação “Mulher Migrante” propôs ao Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, no seu 20º aniversário, a comemoração da efeméride, com um novo congresso mundial. António Braga aceitou a ideia, integrando-a, na execução do Plano Nacional para a Igualdade, com ações faseadas ao longo do mandato, patrocinando não um evento isolado, mas um renascimento do congressismo, e instando a AMM a converter-se em “parceiro privilegiado para o desenvolvimento de políticas de género” (Aguiar e Aguiar, 2009: 109). Entre 2005-2009, decorreram nas grandes regiões de emigração os “Encontros para a Cidadania - a Igualdade entre Mulheres e Homens”, articulados com as políticas transversais traçadas, neste domínio, para o país e, pela primeira vez, aplicadas a todas e todos os Portugueses “independentemente de serem ou não residentes em Portugal” (Lacão cit. por Aguiar e Aguiar, 2009: 11). Com a Presidência de Honra de Maria Barroso, a presença do governo (Jorge Lacão e António Braga) e das dirigentes da Associação "Mulher Migrante", a organização local foi confiada a associações femininas - a AMM da Argentina, na América do Sul, a Federação de Mulheres Lusófonas, na Europa, a Cônsul-Geral de Toronto, Maria Amélia Paiva, coadjuvada por uma comissão de associações femininas luso-canadianas, na costa Leste da América, Deolinda Adão, professora da universidade de Berkeley e representante da AMM, na costa Oeste, a Liga da Mulher, na África do Sul. Em 2009, o “Encontro dos Encontros” em Espinho, procedeu, a partir da explanação das relatoras de cada reunião regional, ao balanço global e à propositura de futuras iniciativas, que, com a coordenação da AMM, numa linha de continuidade e num crescendo de ritmo, seriam prosseguidas, entre 2011 e 2015, pelo novo Secretário de Estado José Cesário. Em 2011, na Maia, o III Encontro Mundial traçou o panorama de um século de migrações femininas e as perspetivas do seu devir, começando por evocar o exemplo de Maria Archer e Maria Lamas, rostos do movimento feminista, que com elas sobrevivera no país e se exilara no Brasil e na França. No ano seguinte, a AMM, entre outras temáticas, dedicou um ciclo de colóquios ao associativismo da geração mais velha, com a divulgação da excelência do modelo português de “universidades” ou academias seniores, maioritariamente animadas por mulheres. Em 2013, o IV Encontro Mundial, realizou-se no Palácio da Necessidades, sublinhando, em especial, novas expressões da cidadania, ou seja, aprofundando o domínio em que ao Estado incumbe a promoção da igualdade, e às pessoas a sua projeção no quotidiano. Em 2014, numa série de conferências e colóquios, em parceria com associações e universidades (e.g., Berkeley, San José da Califórnia, Toronto, Sorbonne, CEMRI/Universidade Aberta), olhou-se para “40 anos de migrações em liberdade”, a partir da revolução de 1974, vista, neste campo, como a única verdadeira revolução portadora da liberdade de emigrar e de um primeiro estatuto de cidadania dos expatriados, constitucionalmente consagrado para mulheres e homens, embora, de facto, não vivido ainda em plena igualdade. Na última legislatura, apesar de ter sido adiado o V Encontro Mundial, nos habituais moldes de co-participação com o governo, manteve-se a relação de trabalho em formas de “congressismo”, que atingiram novas audiências - conferências sobre personalidades inspiradoras como Maria Archer, Maria Lamas, Maria Barroso, Ruth Escobar, Natália Correia, figuras nacionais, assim como outras das próprias comunidades, caso de pioneiras do “Encontro de Viana” Malice Ribeiro, Manuela Chaplin, Benvinda Maria, Mary Giglitto, Laura Bulger, Berta Madeira. Em simultâneo, foi relançada a programação dos “ateliers da memória” e “narrativas de vida”, que visavam retratar trajetórias de mulheres de várias gerações, para além do círculo das mais notáveis. O mesmo se diga do ciclo de colóquios sobre “Ação e representação das mulheres na média”, organizados nas Universidades de Dartmouth Massachusetts, Rutgers, Newark, e em Toronto. No seu constante esforço de concertação com múltiplas formas de associativismo, a AMM tem apostado na composição paritária das sessões, levando o debate sobre a reconfiguração dos papéis de género a cenários improváveis, onde, como a experiência comprova, tem perfeito cabimento - da agenda cultural dos festejos do 10 de junho e dos Encontros dos Portugueses do Cone Sul da América às comemorações do Dia da Comunidade Luso- Brasileira e a Bienais de Artes Plásticas (e.g., a Bienal de Espinho, e a de Gaia, que, em 2019, se considerou “uma Bienal de causas”). Nem por isso desvaloriza quaisquer manifestações de ativismo feminino, ONG's (nas quais se incluem as suas delegações e associações filiadas, com autonomia e percursos próprios, de que a associação matriz muito se orgulha), ou movimentos com os quais tem somado colaborações. Levar o associativismo feminino da periferia, onde estava tradicionalmente deslocado nas comunidades, para o centro de influência e cooperação é um passo decisivo em direção à meta da igualdade. Nas últimas eleições para o CCP, a fraca proporção feminina, não obstante se lhes aplicar a Lei da Paridade, veio confirmar quão longe, na esfera do associativismo, estamos dessa meta! Contudo, neste quadro geral dececionante, a inesperada vitória eleitoral das dirigentes das Associações “Mulher Migrante”, na Argentina e na Venezuela, deu um sinal inequívoco da importância do congressismo de pendor cívico, que a AMM tem privilegiado. Aqui deixamos o breve apontamento de momentos chave de uma caminhada, do impulso que a move e do modo como fez valer as suas causas nas circunstâncias que, em tempos irrepetíveis, se lhe ofereceram. Não procedemos à enumeração de um longo rol de publicações e realizações, nem individualizamos as associadas que foram construindo o seu pensamento. Salientaremos, apenas, o nome de Rita Gomes, que, por largos anos, encabeçou e sustentou o projeto e com ele se identificou. É um projeto em que cabem todas as mulheres migrantes, como verdadeiras construtoras de pontes entre nações e culturas - um todo feminino complexo e heterogéneo, que a história da emigração, padronizada no masculino, sempre ocultou, mas que, na realidade, se têm emancipado pelo trabalho e pela abertura à modernidade em sociedades mais igualitárias. Referências bibliográficas: Aguiar, Maria Manuela; Guedes, Graça; e Santiago, Arcelina [coord.] (2015). Entre portuguesas. Ed. Mulher Migrante - Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade, Lisboa/Espinho: Associação Mulher Migrante. Aguiar, Maria Manuela; Guedes, Graça; e Santiago, Arcelina [coord.] (2014). 1974-2014. 40 anos de Migrações em Liberdade. Ed. Mulher Migrante - Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade, Lisboa/Espinho: Associação Mulher Migrante. Aguiar, Maria Manuela e Aguiar, Maria Teresa [coord.] (2009). Cidadãs da Diáspora. Ed. Mulher Migrante - Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade, Lisboa/Vila Nova de Gaia: Associação Mulher Migrante.

domingo, 9 de agosto de 2020

2019 ORGÃOS SOCIAIS

Órgãos Sociais ASSEMBLEIA GERAL Manuela Aguiar mariamanuelaaguiar@gmail.com Maria Beatriz Rocha-Trindade rochatrindade@hotmail.com Carlos Álvares de Carvalho teresapaisc@gmail.com Natália Correia nataliamrcorreia@hotmail.com Ana Paula Mendes Almeida anapmendesa@gmail.com DIREÇÃO Arcelina Santiago arcelinasantiago@gmail.com Ana Paula Beja Horta apbhorta@hotmail.com Berta Guedes bertaguedes@gmail.com Filipa Menezes filipamenezes1@sapo.pt Virgínia Estorninho virginiaestorninho@gmail.com Luísa Prior luisa.prior@gmail.com Nelma Patela nelmapatela@gmail.com CONSELHO FISCAL Ester de Sousa e Sá sa.ester@gmail.com Cristina Viveiro cristinaviveiro@gmail.com Teresa Menezes madressilva2008@gmail.com Sarolta Lazlo sarolta.lazlo@yahoo.fr Flávio Borda d'Água flavio@bordadagua.org SECRETÁRIA GERAL Graça Guedes gracaguedes@net.sapo.pt LISTA GERAL ana paula barros , Ana Paula Beja Horta , Ana Paula Mendes Almeida , Maria Beatriz Rocha-Trindade , MJ Avila , Isabelle De Oliveira , Lourdes Abraços , Artur Madureira , Maria Campos , Manuela Marujo , Virgil Pires , Fátima De Pontes , Ester de Sousa e Sá , Luísa Prior , Natália , maria violante mendes martins , Isabel Silva , Teresa Menezes , Flávio Borda d'Água , Cristina Viveiro , "Luís Panasco S.A. - Rosario" , nelma patela , susana louro , Maria Teresa Barros Aguiar Pereira , Isabel Aguiar , Manuela Aguiar Pereira , Constancia Nery , Elvira Oliveira , Ilda Januario , Maria José Vieira Silva , Adelaide Vilela , Carlos Manuel Aguiar , Manuela Aguiar mariamanuelaaguiar@gmail.com, anacumbre@gmail.com, Maria Helena Álvares lenaalvares@hotmail.com, sggc@sapo.pt, gonçalosantos@gov-madeira.pt, sarolta.lazlo@yahoo.fr, virginiaestorninho@gmail.com, vieirasilva.mariajose@gmail.com, aidabatista@sapo.pt, milu1804,@gmail,com, teresapaisc@gmail.com, filofonseca@sapo.pt, mmcdiniz@gmail.com , maria.doceu@web.de, gracaguedes @net.sapo.pt, mariaisabelaguiar@sapo.pt, virgilpires@hotmail.com, dadao@sbcglobal.net, deoadao@berkeley.edu, madalenaaguiarpereira@hotmail.com, carmenlc@rogers.com, lourdesabracos@yahoo.com.br, elsadenoronha@gmail.com, custodioportasio@gmail.com, custodiadomingues@gmail.com, Novos sócios - reunião geral de 6 agosto leonorfonseca.cme@gmail.com, defesadeespinho@mail.telepac.pt, marianapatela@gmail.com, cintiars99@gmail.com, paxeco11@yahoo.com, rvalaila@gmail.com, victorlopesgil@gmail.com, emmanuelle.afonso@gmail.com, aterraminhota@gmail.com, ruimiguelpires85@gmail.com, julianery@gmail.com, jduarte@mundoportugues.org, rosa.guimaraes@portugalmail.pt,docasonline@gmail.com, docasonline@gmail.com, joaomiguelaguiar@gmail.com, miguelleite@gmail.com, Maria Isabel Gonçalves Araújo Pereira sem email, contactável através de Isabel Aguiar Luciana Barros Lopes sem email , contactável através de Isabel Aguiar Jorge Azevedo e Sousa – sem email Maria Lurdes Almeida sem email??? LISTA GERAL por ordem alfabética A Adelaide Vilela , Aida Batista , Ana Paula Barros , Ana Paula Beja Horta , Ana Paula Mendes Almeida , Ana Ribeiro , António Pacheco , Artur Madureira , C Carlos Manuel Aguiar , Carmen Carvalho , Cíntia Ribas , Constancia Nery , Custodia Domingues , Custodio Portásio , Cristina Viveiro , D Deolinda Adão , , E Eduarda Fonseca, Elsa de Noronha, Elvira Oliveira , Emanuelle Afonso , Ester de Sousa e Sá , F Fátima De Pontes , Flávio Borda d'Água , Francisco Alves , G Gonçalo Santos, Graça Guedes, I Ilda Januario , Isabel Silva , Isabelle De Oliveira , Isabel Aguiar , J João Aguiar , José Duarte , Júlia Nery, L Leonor Fonseca, Lourdes Abraços , Luciana Barros Lopes, LúcioAlberto , "Luís Panasco S.A. - Rosario" , Luísa Prior , M Madalena Aguiar , Manuela Aguiar Pereira , Manuela Marujo , Maria Beatriz Rocha-Trindade , Maria Campos , Maria do Céu Campos, Maria Filomena Fonseca , Maria Helena Álvares , Maria Teresa Barros Aguiar Pereira , Maria Isabel Aguiar , Maria Isabel Gonçalves Araújo Pereira , MJ Avila , Maria José Vieira Silva , Maria Manuela Aguiar , Maria Manuela Diniz , Maria Violante Mendes Martins , Mariana Patela, Miguel Leite , MILU , N Natália , Nelma Patela , R Rosa Gaioso Guimarães , Rui Miguel Piresr, S Sarolta Lazlo , Susana Louro , T Teresa Menezes , Teresa Pais , V Vitor Gil, Virgil Pires , V. Pires , Virgínia Estorninho