segunda-feira, 30 de julho de 2018

UM ADEUS SENTIDO AO DR CARLOS MORAIS

Foi apenas há dois meses que enviei para O MUNDO PORTUGUÊS um testemunho sobre anos de trabalho em comum. Com o jornal. Com o Dr Carlos Morais. Um amigo de tantos anos já, que conheci como jovem jornalista, cheio de idealismo, cheio de entusiasmo. Conservou sempre a juventude, a força e a capacidade de fazer coisas novas, de pensar e executar em grande. Dele tenho tantas e tão boas recordações de um percurso pelo mundo das comunidades! Custa muito vê-lo partir. Fica na nossa memória, na nossa saudade. Fica na história de um jornal que faz a História da emigração e da Diáspora portuguesas terça-feira, 29 de maio de 2018 No 48º aniversário de O MUNDO PORTUGUÊS Em janeiro de 1980, iniciei, enquanto responsável pelo pelouro das migrações, o que seria um longo caminho de colaboração com o "O Emigrante”, então, a completar a primeira década de uma vida intensa, focada na grande vaga de emigração para a Europa, com o propósito de ser a voz daqueles portugueses - os mais marginalizados e esquecidos, tanto pelo Estado (que obrigava a maioria a sair dramaticamente, "a salto"...), como pela sociedade e, até, pelos próprios "media" nacionais. Desde sempre o vi como o aliado em que se podia confiar para trazer testemunho de situações individuais e da evolução da vida coletiva, e para levar a núcleos tão dispersos notícias do país, de uma democracia em progresso, e informações sobre o conteúdo novas leis, medidas e projetos que os afetavam diretamente - o que configurava, a meu ver, autêntico “serviço público”! . No rol infindo das minhas memórias de partilha de ações concretas com O Emigrante- Mundo Português, recordarei três, que são prova evidente da identidade ou da vocação cívica e solidária de um periódico diferente dos outros: A CRIAÇÃO DO CCP O maior destaque vai para a sua participação, sobretudo através do Dr. Carlos Morais, no Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), desde o momento matricial. O CCP foi, em 1980/81, o instrumento de uma política de aproximação e diálogo do Governo, que visava dois objetivos tão inovadores quanto ambiciosos. O primeiro era o de constituir uma plataforma de encontro e cooperação entre portugueses, a nível mundial, e o segundo, não menos relevante, o de garantir uma representação específica das comunidades face ao Poder, complementando um sistema constitucional que apenas concedia aos expatriados o voto para a eleição de quatro deputados. Este jornal não se limitou a fazer a história do nascimento do CCP como "instituição" pioneira, eleita pelo movimento associativo, e em que se integravam, numa secção autónoma, os "media" das Comunidades do estrangeiro. A transposição da lei para a realidade, da vontade do legislador para a vontade dos destinatários, foi uma aventura extraordinária, que começou pelo radical afrontamento entre emigração europeia, muito partidarizada, e a emigração transoceânica/Diáspora, e foi construindo, de debate em debate, democraticamente, uma comunidade de trabalho e destino, que soube incorporar as naturais divergências, que haveriam de persistir sempre. Foi num tal clima que a qualidade jornalística de "O Emigrante" granjeou aplauso unânime dos conselheiros! E até veio a ser considerado, também, por consenso, um verdadeiro “porta-voz do CCP! E, de facto, no grande forum para a internacionalização ou globalização do associativismo português, o nosso primeiro "jornal global" era o que perfeitamente correspondia à sua dimensão e perspetivas POLÍTICAS PARA A IGUALDADE DE GÉNERO Num país que, ao longo de cinco séculos, sempre, discriminara as cidadãs portuguesas, proibindo ou dificultando as migrações femininas, a primeira medida positiva foi a realização, em 1985, do "1º Encontro Mundial de Mulheres Portuguesas no Associativismo e no Jornalismo" (por recomendação do CCP e para colmatar a quase total ausência de mulheres na composição desse órgão representativo e consultivo). "O Emigrante" esteve lá e, quando foi criada, em 1993, a associação de estudo, cooperação e solidariedade para com a "Mulher Migrante", foi, um dos seus sócios fundadores, através do seu Diretor Carlos Morais. Na sede do jornal se fez o lançamento público da nova organização, que viria a converter-se, a partir de 2005, em parceiro constante de sucessivos governos na execução de políticas para a igualdade nas Comunidades Portuguesas. IGUALDADE DE DIREITOS POLÍTICOS Uma das principais recomendações reiteradas do Conselho era o alargamento dos direitos políticos dos emigrantes, e, sobretudo o voto na eleição do Presidente da República. "O Mundo Português tomou a iniciativa de lançar uma campanha universal pela reivindicação desse direito. Com leitores em todos os continentes, quem o poderia fazer com a mesma abrangência? Quando o voto foi, finalmente alcançado, na revisão constitucional de 1997, pode, pois, reclamar vitória, em nome dos cidadãos das comunidades! O meu abraço de parabéns ao "Mundo Português", por ser, há 48 anos, como o quiseram os seus fundadores, um “jornal de grandes causas.”

Maria Amélia Paiva HOMENAGEM A MARIA BARROSO


Homenagem à Dra. Maria de Jesus Barroso


Nesta tão justa e merecida homenagem à Dra. Maria de Jesus Barroso tenho muita honra e gosto em associar-me à comemoração que assinala a vida desta notável portuguesa.

A actuação da Dra. Maria Barroso, numa vida longa e plena de causas e projectos, pautou-se sempre pela coerência na defesa dos valores da democracia, neles se integrando a sua postura de defesa e promoção da igualdade de género pelo que com estas minhas palavras, quero prestar o meu apreço e reconhecimento público pela acção consistente em prol desses valores.

Ao longo dos anos tive o privilégio e o gosto de poder, em diversas ocasiões, privar da companhia e da sabedoria da Dra. Maria de Jesus Barroso, quer quando pela primeira vez tive a oportunidade de a conhecer no papel de Primeira-Dama em Nova Iorque, por ocasião da celebração do 50º aniversário das Nações Unidas, quer mais tarde na minha qualidade de Presidente da Comissão para Igualdade e para os Direitos das Mulheres. Uns anos mais tarde voltámos a encontrar-nos, em Toronto, onde fui co-organizadora dos “Encontros para a Cidadania: A Igualdade entre Mulheres e Homens nas Comunidades Portuguesas” naquela cidade, em 2007, promovidos pela Associação Mulher Migrante. Tive então o grande gosto de receber a Dra. Maria de Jesus Barroso que, com as suas intervenções, muito enriqueceu os debates que, nesse contexto, aí tiveram lugar. Cruzei-me e tive ainda a oportunidade de trocar ideias com a Dra. Maria de Jesus quando coincidimos em várias Conferências e Congressos, o último dos quais nos Açores.

A sua postura pautou-se sempre pela inteligência, sensibilidade e integridade na defesa do respeito dos direitos humanos e, dos direitos das mulheres, em particular. Nas suas intervenções, de grande qualidade e entendimento das realidades sobre as quais se debruçava, mostrou sempre um enorme empenhamento na defesa da igualdade de género e da cidadania em geral, que sempre ancorou num profundo humanismo.

Mª Amélia Paiva

Embaixadora de Portugal em Varsóvia

quinta-feira, 19 de julho de 2018

A NOSSA AMIGA RITA

A notícia chegou ao fim da tarde de 18 de julho, A nossa Amiga Rita Gomes deixou-nos. Não mais a veremos nas nossas reuniões, colóquios, encontros em Portugal e nos cinco continentes do mundo. Mas não esqueceremos o seu entusiasmo, o seu espírito eternamente jovem, o seu exemplo de trabalho constante a de entrega à causas cívicas. Uma vida inteira de dedicação à defesa dos emigrantes, primeiro no Instituto de Emigração, no Ministério dos Negócios Estrangeiros e Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, seguidamente na Associação Mulher Migrantes, da qual foi sócia fundadora e Presidente durante mais de duas décadas. Fica a obra, os amigos em todo o espaço da lusofonia, fica o seu exemplo, que estará sempre presente no percurso da AMM, que vamos continuar. Maria Manuela Aguiar Espinho ----------------------------------- Manuela. Já sei desta triste notícia. É uma grande perda para nós, pessoalmente, e para o universo das nossas Comunidades. Fica na nossa memória para sempre. Um grande abraço José Cesário ---------------------------------- Querida amiga Manuela,, É na verdade sempre um dia muito triste quando se trata de uma partida para sempre. Imagino em especial os seus sentimento, querida Manuela, depois de tantos anos de ligação à Dra Rita e à comum defesa da causa da emigração e dos direitos das mulheres. Estarei ao seu lado neste momento em que a nossa família da AMM está mais pobre, mas estou certa que o Legado que nos deixou a nossa querida Dra Rita continuará. Esta será a melhor homenagem à cidadã e mulher inspiradora. Agradeço que faça chegar as minhas sinceras condolências à família da nossa saudosa Dra Rita que recordo com muita estima e admiração. Um grande abraço solidário ARCELINA SANTIAGO Monção ------------------------------------------------- Lamento tanto a morte da Dr. ª Rita Gomes , por favor transmita à sua enlutada família os meus mais sentidos pêsames . Sinto que morro cada vez que morre um / a amigo /a . Fico mais pequeno e mais órfão , mais atrofiado até, porque os meus amigos estendem – se pelo meu corpo como os poros pelos quais respiro . Foi ela , a Dr. ª Rita Gomes, que me levou “ pela mão “ a Zurique , era eu um jovem estagiário no saudoso Instituto de Apoio às Comunidades Portuguesas; deslocação essa , no âmbito da Comissão Mista de Acompanhamento em matéria de Emigração Portugal / Suíça e guardo, religiosamente, a garrafinha de vinho distribuída no avião da TAP , assinada por todos os integrantes dessa Missão. Aliás , a Dr. ª Rita Gomes , enquanto Presidente do Instituto , nunca se esqueceu desta Região Autónoma , pessoal e institucionalmente falando, mesmo mais tarde, nas suas funções como dirigente da Associação Mulher Migrante . Foi com Ela que preparei uma deslocação à África do Sul que , integrava , para além da sua Presidente , Dr. ª Manuela Aguiar , a Dr. ª Maria Barroso e a Professora Doutora Maria Beatriz , de entre outras respeitadíssimas personalidades . Enfim , ficará este “ buraco “ no meu peito que vou enchendo com o carinho que a Maria Rita me dedicou . Paz à sua alma e que repouse onde repousam os justos. GONÇALO NUNO SANTOS Funchal ------------------------------------------------------ Manuela Lamento muito esta notícia! Também sabia que ela estava doente, mas sempre ativa como estava, não era para imaginar que estivesse em estado tão grave. Os meus sentidos pêsames pelo falecimento da sua amiga e colaboradora! Portugal perde uma grande ativista pelos direitos das mulheres. ILDA JANUÁRIO Toronto _________________________________

GONÇALO NUNO PERESTRELO SANTOS

Querida Dr.ª Manuela
 Lamento tanto a morte da Dr. ª Rita Gomes , por favor transmita à sua enlutada família os meus mais sentidos pêsames . Sinto que morro cada vez que morre um / a amigo /a . Fico mais pequeno e mais órfão , mais atrofiado até, porque os meus amigos estendem – se pelo meu corpo como os poros pelos quais respiro . Foi ela , a Dr. ª Rita Gomes, que me levou “ pela mão “ a Zurique , era eu um jovem estagiário no saudoso Instituto de Apoio às Comunidades Portuguesas; deslocação essa , no âmbito da Comissão Mista de Acompanhamento em matéria de Emigração Portugal / Suíça e guardo, religiosamente, a garrafinha de vinho distribuída no avião da TAP , assinada por todos os integrantes dessa Missão. Aliás , a Dr. ª Rita Gomes , enquanto Presidente do Instituto , nunca se esqueceu desta Região Autónoma , pessoal e institucionalmente falando, mesmo mais tarde, nas suas funções como dirigente da Associação Mulher Migrante . Foi com Ela que preparei uma deslocação à África do Sul que , integrava , para além da sua Presidente , Dr. ª Manuela Aguiar , a Dr. ª Maria Barroso e a Professora Doutora Maria Beatriz , de entre outras respeitadíssimas personalidades . Enfim , ficará este “ buraco “ no meu peito que vou enchendo com o carinho que a Maria Rita me dedicou . Paz à sua alma e que repouse onde repousam os justos.

 GONÇALO NUNO SANTOS

sábado, 14 de julho de 2018

MULHER MIGRANTE ARGENTINA

Con el respaldo del que fuera un auspicioso preámbulo, el 17 de diciembre de 1998, la Asociación de la mujer emigrante portuguesa en la República Argentina, inició su vida como entidad civil sin fines de lucro en el ámbito de Casa de Portugal “Virgen de Fátima” de la localidad bonaerense de Villa Elisa. Desde ese día fundacional y hasta el presente, Mujer Emigrante sostiene como objetivo primordial la acción solidaria orientada hacia miembros carecientes de la comunidad portuguesa, sean éstos nativos lusos o descendientes con residencia en territorio argentino. Ese soporte que tiene como principales destinatarios a personas necesitadas de auxilio, debido a dolencias físicas y/o apremios económicos fue generador de una red solidaria sostenida por nuestras voluntarias que periódicamente visitan a sus tutelados, proveyéndoles de alimentos y enseres varios, así como auxilio en la tramitación de documentación y pago de obligaciones de diverso orden. En tanto y en aquellos casos que se hace necesario, se provee de medicamentos o elementos de ortopedia, habiéndose llegado, ante demandas puntuales, a la subvención de prótesis con destino quirúrgico. En todo este derrotero solidario nuestra Asociación colaboró, mediante algún tipo de asistencia personalizada, con cuarenta y cinco familias, tanto en sus hogares como en eventuales internaciones médicas. En esta cruzada por acercarnos a quienes necesitan de auxilio material al tiempo que cercanía afectiva, surgió como complemento a la tarea central de la Asociación, el proyecto ASAS (Academia Senior de Artes y Saberes) cuyo propósito fue brindar capacitación y formación artística en labores de la cultura portuguesa a ese segmento etario que corresponde a la denominada tercera edad. En ese contexto y en un cálido ambiente de camaradería, integrantes de nuestra agrupación, donaron su tiempo y sus conocimientos sobre la tradicional manufactura de tapices propia de la villa portuguesa de Arraiolos, para beneficio de un grupo entusiasta que alcanzó el nada desdeñable número de cuarenta alumnos. Sin embargo, toda la tarea realizada hasta aquí por nuestra Asociación no hubiera sido posible sin la ayuda generosa de socios y colaboradores; del concurso desinteresado de las diferentes entidades sociales del colectivo luso que a lo largo de todo este tiempo nos brindaran su cooperación afectiva y edilicia para algunas de nuestras actividades, siendo merecedoras de especial mención las autoridades del Club Portugués de Buenos Aires que abre las puertas de su sede de Pedro Goyena 1468 para que mensualmente y desde hace años, concretemos las reuniones de nuestra Comisión directiva o como facilitador de espacios para nuestros encuentros sociales. Asimismo, cabe reconocer el apoyo permanente del cuerpo diplomático y personal administrativo de la Embajada de Portugal en Buenos Aires así como el respaldo otorgado por el gobierno de la República Portuguesa. A todos y cada uno de ellos, nuestro más amplio y sincero agradecimiento por su confianza y afecto, prodigalidad que intentamos retribuir llevando a cabo una labor efectiva y solidaria en beneficio de nuestros compatriotas que así lo requieran. Por todo lo expuesto, la Asociación de la Mujer Emigrante Portuguesa, cercana al vigésimo aniversario de su fundación, rubrica su compromiso inicial de continuar, a través de la labor de sus voluntarias y de todos aquellos que aportan su colaboración permanente, para que este proyecto de solidaridad comunitaria iniciado en 1998, continúe destacándose por su espíritu de grupo y una indeclinable vocación por tender su mano fraterna hacia los que sufren. En los resultados obtenidos está, tanto en el pasado como en el presente, nuestra mejor recompensa. Y, de cara al futuro, nos alienta sostener sin claudicaciones ese ideario que forjáramos hace ya veinte años.

segunda-feira, 9 de julho de 2018

INICIATIVAS da Associação Mulher Migrante 2017/2018 2017 - SETEMBRO OUTUBRO I. “PORTUGAL BRASIL - A DESCOBERTA CONTÍNUA” A segunda edição do evento “ Portugal-Brasil a descoberta contínua”, em parceria com a Cooperativa Árvore e Hotel Porto Cruz. teve lugar no auditório do Espaço Porto Cruz, em Vila Nova de Gaia, com o alto patrocínio do Senhor Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas . Uma vez mais a AMM quis celebrar a data da chegada dos Portugueses ao Brasil e das relações que ligam estes dois povos com tanta história em comum. Uma iniciativa que pretende sublinhar as relações fraternas entre Portugal e Brasil e, ao mesmo tempo, repensar a importância na expansão do mundo da lusofonia no século XXI. 1.1 - INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO DE PINTURA CONFERÊNCIAS 8 de setembro - Vila Nova de Gaia A sessão de inauguração, em serembro de 2017, constou de uma conferência pelo Professor Dr. Salvato Trigo, Reitor da Universidade Fernando Pessoa, com o tema "Da descoberta da mátria aos equívocos da pátria: ou de como se reinventa a história das relações luso-brasileiras". A historiadora Dra. Maria do Carmo Serén, apresentou o tema "Dois brasileiros no Porto - Encontros e Desencontros de José Bonifácio de Andrada e Silva e D.Pedro I". Foi também dada enfase à arte com a inauguração da exposição de artistas portugueses e brasileiros na sala de exposições do Porto Cruz, exposição comissariada por Constância Nery. Vinte e seis obras, de 26 artistas plásticos, portugueses e brasileiros, com representação de temas livres e também temas relacionados com as tradições e costumes de Portugal e de outros povos. 2 - COLÓQUIO DE ENCERRAMENTO A sessão de encerramento aconteceu no dia 14 de Outubro de 2017 tendo um programa diversificado do qual se destaca, as comunicações de: - JOAQUIM MATOS PINHEIRO, Presidente do Elos Club do Porto, com a comunicação “D. PEDRO IV E AS SUAS QUATRO COROAS.” - DANYEL GUERRA, com o tema " LUSOS ILUSTRE NO CINEMA BRASILEIRO–A OUTRA CARMEN E O PORTUGUÊS DA CINEMODA" - ARCELINA SANTIAGO apresentou algumas notas sobre "MARIA ARCHER, UMA PORTUGUESA DO BRASIL” seguido de dramatização, segundo um guião da sua autoria, por duas alunas MARIANA PATELA e CÍNTIA SOFIA RIBAS SILVA “ Entrevista imaginária a Maria Archer”. - MARIA MANUELA AGUIAR fez a intervenção final onde homenageou RUTH ESCOBAR, portuguesa do Porto, que no Brasil foi uma grande atriz de teatro, a primeira mulher eleita deputada à Assembleia do Estado de São Paulo e a primeira representante do Brasil nas Nações Unidas, para o acompanhamento da Convenção contra todas as formas de discriminação da Mulher. A sessão foi moderada pelo Prof Doutor FRANCISCO SILVA, diretor da Cooperativa Árvore 3- DEBATE SOBRE "JORNALISMO PARA A PAZ" e APRESENTAÇÃO DE LIVROS DA "JORNALISTA PARA A PAZ" ADELAIDE VILELA Fundação PRO DIGNITATE, Lisboa, 16 de outubro A AMM tem, ao longo de quase 25 anos de percurso, lançado, ciclicamente, o debate sobre a imagem e sobre o papel das mulheres, e em especial, das migrantes nos "media" portugueses, sem esquecer os das comunidades. Neste retomar do tema, foi a problemática da paz que esteve no centro das preocupações, como fora um dos últimos programas de ação da Fundação PRO DIGNITATE, em que muito se envolveu a Drª Maria Barroso, agora continuado pelo Dr. António Pacheco, que, ali, o apresentou para o debate, que ocupou a jornada.. A presença, em Lisboa, da jornalista Adelaide Vilela, há muitos anos radicada em Montreal, foi uma oportunidade para partilhar a sua experiência como mulher imigrada, envolvida na luta pela paz entre gente de todas as origens, nacionalidade, culturas, religiões. Adelaide Vilela foi retornada de África, em 1975, antes de partir para o Canadá, onde estudou jornalismo e trabalhou na imprensa escrita, rádio e televisão, não só a nível da comunidade, como em programas da RTPI, na realização e interpretação de filmes. A sua vida tem decorrido em quatro continentes, da África à Europa, da América do norte à América do sul, para onde viaja com frequência e onde a sua obra literária tem sido reconhecida e premiada. Aderiu, pois, naturalmente, ao projeto de um jornalismo ao serviço da paz, no qual também a AMM manifestou interesse em colaborar No debate participaram ativamente associados da AMM, incluindo a representante no Canadá, Profª Doutora Manuela Marujo 4 - CONGRESSO INTERNACIONAL - Migrações e Relações Interculturais na Contemporaneidade Lisboa, 27 e 28 de outubro, Fundação Gulbenkian Organizado pelo CEMRI/UAB e FCT, o Congresso foi presidido na Sessão de Abertura pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Prof Augusto Santos Silva e a Conferência de Abertura esteve a cargo do Prof João Relvão Caetano (CEMRI/UAB Os trabalhos decorreram em sete mesas redondas e foram encerrados com uma Conferência da Profª Natália Ramos (CEMRI/UAB). Maria Manuela Aguiar representou a AMM na II Mesa Redonda - Mulheres, Migrações e Diásporas, tendo apresentado um resumo escrito e feito uma comunicação oral sobre "As Mulheres na história das Comunidades Portuguesas e das políticas públicas para a emigração" RESUMO As migrações portuguesas começam como uma aventura masculina, onde o sexo feminino só excecionalmente tem lugar. As primeiras políticas públicas neste domínio são de limitação ou condicionamento dos fluxos migratórios masculinos, quase sempre considerados excessivos, e de proibição da saída de mulheres, em regra, vista como contrária aos interesses do País. Ao longo dos tempos, centenas de milhares de homens e também um número crescente de mulheres, que querem juntar-se aos maridos ou aos pais, ou mesmo partir com eles, vão ultrapassar todos os obstáculos para alcançarem o "novo mundo". É com a chegada das mulheres e a reunificação das famílias que nascem as comunidades de cultura portuguesa, mas o seu papel, ainda que matricial, é escassamente visível e reconhecido e a sua participação obedece à divisão tradicional de trabalho entre os sexos, no associativismo, como no núcleo familiar. Os movimentos feministas descuram a emigração e são raras e extraordinárias as organizações femininas de entreajuda até meados do século XX - caso do movimento mutualista feminino da Califórnia. Após a revolução de 1974, a Constituição de 1976 vem proclamar a igualdade entre Mulheres e Homens e estabelecer a inteira liberdade de emigrar. As políticas públicas, que, até início da década de 70, se restringem à proteção dos emigrantes na viagem de ida e os abandonam nas terras de destino, evoluem para a defesa dos direitos dos cidadãos e tomada de medidas de apoio social e cultural, e para o reconhecimento do papel do movimento associativo, Todavia, só uma década depois, no quadro de funcionamento do Conselho das Comunidades Portuguesas - quase 100% masculino - se dá o primeiro passo para a prossecução de políticas com a componente de género, com a convocatória do "1º Encontro Mundial de Mulheres no Associativismo e no Jornalismo".(em junho de 1985). Mais de trinta anos decorridos sobre esse histórico Encontro Mundial, qual o balanço da ação da sociedade civil e do Estado no campo da igualdade de género nas comunidades do exterior? " Na exposição oral, Manuela Aguiar procurou responder à pergunta, traçando o percurso das políticas de género, desde o 1º Encontro Mundial de Mulheres das Comunidades do estrangeiro, em oitenta, até aos "Encontros para a Cidadania! (2005-2009). aos congressos mundiais do século XXI , assim como os modos de colaboração entre Estado e sociedade civil, neste domínio, com referência ao papel desempenhado pela AMM. No auditório da Gulbenkian, representado diversas instituições, estiveram outros membros da AMM - Maria Beatriz Rocha Trindade (CEMRI/UAB), Manuela Marujo (U Toronto) , Ana Paula Beja Horta (CEMRI/UAB), António Pacheco (Fundação PRO DIGNITATE) 5 - LANÇAMENTO DOS LIVROS "ROSTOS DA EMIGRAÇÃO"/ "VISAGES DE L'ÉMIGRATION" de TENREIRA MARTINS Luxemburgo, 29 de outubro A convite do Instituto Camões, Maria Manuela Aguiar, que escreveu o prefácio da publicação, nas duas línguas, deslocou-se ao Luxemburgo e fez, juntamente com o Padre Melícias Lopes a sua apresentação. O Autor foi, durante muitos anos, Assistente Social e Chefe dos Serviços Sociais, em Bruxelas, e o livro é obra de ficção moldada na realidade. Os rostos são os dos portugueses de uma geração de imigrantes na Europa, que teve dificuldades de adaptação, e, na maioria dos casos, as superaram. Porém, nem todos o conseguiram, ao menos, em certas fases de um processo continuado. E é destes que trata, num português de grande qualidade literária, Tenreira Martins. Retratos realistas e, de algum modo, como disse Maria Manuela Aguiar, também um auto-retrato do Autor, numa missão a que se dedicou por inteiro. E, por isso, cada um dos contos, nos leva para dentro do Gabinete dos Serviços Sociais de Bruxelas, igual a outros que existiam, junto a muitos consulados e nos dá a dimensão do papel que desempenharam. Em tempos de recomeço de êxodo migratório, este livro leva-nos a questionar a ausência atual de formas de apoio, que deram corpo às primeiras políticas públicas de emigração, surgidas nas vésperas da revolução de 1974 e, depois, continuadas e desenvolvidas. Um dos múltiplos motivos de interesse que nos oferece é, assim, o de motivar o debate sobre o passado próximo e o presente das migrações portuguesas.. NOVEMBRO 6 - XXIX ENCONTRO DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS E DE LUSO- DESCENDENTES DO CONE SUL Em Homenagem ao ENG.ª JOSÉ LELLO e XV SEMINÁRIO CULTURAL "DIÁSPORA E ASSOCIATIVISMO:PATRIMÓNIO, CULTURA E HERANÇA! Colónia de Sacramento, Uruguai, 4 e 5 de novembro, A entidade organizadora foi a Casa de Portugal de Montevideo, que tem, pela primeira vez, a presidência de uma mulher, a jovem Viviana Valente, e cinco mulheres entre os sete membros da Diretoria. O Comendador Luís Panasco Caetano, representante da AMM no Uruguai, antigo Conselheiro do CCP , desempenhou, igualmente, um papel central na preparação e concretização de um evento que teve o esperado sucesso, com centenas de participantes e um grande apoio das Autoridades do Uruguai (Intendente de Colónia) e de Portugal (Secretário de Estado das Comunidades e Embaixador de Montevideo) Além do atual Secretário de Estado José Luís Carneiro, dois antigos Secretários de Estado da mesma pasta, José Cesário e Maria Manuela Aguiar, estiveram presentes na homenagem a José Lello, amigo e colega, cujo trabalho, empenho, simpatia e proximidade, as comunidades não esquecem. No Seminário Cultural, a 4 de novembro, Maria Manuela Aguiar participou na qualidade de fundadora e dirigente da AMM, apresentando uma comunicação sobre a "Internacionalização do movimento associativo português", começando por dar uma visão comparativa da situação dos outros grandes países de emigração europeus desde início de novecentos, em que o caso de Portugal (ausência de relacionamento internacional entre comunidades) é uma exceção à regra, Entre as principais tentativas de combater este fenómeno, destacou : - a primeira fica a dever-se à Sociedade de Geografia (presidida pelo Prof Adriano Moreira), com a organização dos Congressos das Comunidades de Cultura Portuguesa, em 1964 e 1967, e a criação da União das Comunidades de Cultura portuguesa, que teve vida efémera por oposição do regime político, a partir de 1968. - a segunda tentativa parte do Estado, não da sociedade civil, embora pretenda mobilizá-la, para que organize autonomamente um movimento mundial. O Governo lança o Conselho das Comunidades Portuguesas, órgão consultivo, eleito pelo universo associativo, que se esperava pudesse dar impulso à federalização dos movimentos associativos dos cinco continentes, para além de cumprir outros objetivos, como representação e audição da "Diáspora". Ao CCP associativo (1980/88), sucedeu o atual (desde 1996), eleito por sufrágio universal (logo, mais um "conselho de emigrantes" do que de comunidades), mantendo essencialmente o seu perfil consultivo. Não resultou, de facto, o impulso à internacionalização do associativismo, que continua poderoso a nível de cada região ou país, mas desarticulado, a nível global. Manuela Aguiar salientou, entre os raros exemplos de internacionalização, as "Academias de Bacalhau" (com algumas semelhanças e muitas diferenças com o movimento Rotário) e a AMM, que procura reunir mulheres e homens de todo o mundo pela causa da Igualdade. São, porém, formas novas de um fenómeno antigo, sem a base patrimonial em que cresceu o associativismo tradicional. A seu nível, o melhor exemplo de diálogo internacional é constituído pelo original paradigma dos "Encontros do Cone Sul", que reúnem, portugueses do Sul do Brasil, Argentina e Uruguai. Do seu início como tertúlia e torneio de "sueca" (que perdeu o exclusivo mas se mantém como componente importante), evoluiu para uma vertente cultural - a exibição de grupos folclóricos de todas as comunidades envolvidas e os "Seminários", que atraem grandes nomes da vida cultural e política. A terminar, Manuela Aguiar deixou a pergunta; como promover a generalização deste exemplo original?. Durante o convívio que o Encontro permitiu, o Secretário de Estado Mestre José Luís Carneiro manifestou interesse em novas colaborações com a AMM, muito em especial. a preparação de um grande congresso mundial de mulheres da Diáspora portuguesa, no ano seguinte. DEZEMBRO 7- PARTICIPAÇÃO NO CONGRESSO MUNDIAL DOS EMPRESÁRIOS PORTUGUESES Viana do Castelo, 16 de dezembro Neste Congresso, organizado pela SECP, havia um número significativo de mulheres, que se aproximava dos 30%, pelo que por sugestão da AMM. aceite pelo Senhor Secretário de Estado, foi, durante a sessão de trabalhos do dia 16, apresentada a ideia da realização de um forum mundial de mulheres portuguesas, para concertação de estratégias para a igualdade, em vários domínios - o empresarial, o cultural, o político, o do associativismo e voluntariado. O facto de a ideia ter surgido no final do ano tornou-se um obstáculo à procura de meios de suporte da iniciativa, que na sua dimensão global, teve de ser adiada para 2019, sem prejuízo, de procurar, em paralelo com o Congresso Mundial de Empresários, promover, em dezembro de 2018, um primeiro Encontro sobre empreendedorismo feminino. Manuela Aguiar não deixou de recordar que Viana do Castelo fora a cidade que, em 1985, acolhera o 1º Encontro de Mulheres Portuguesas no Associativismo e no Jornalismo, que marcou o início das políticas públicas para a igualdade na emigração - ao tempo, uma iniciativa pioneira, a nível europeu e universal. recordou, também, que a AMM nasceu para concretizar o mais importante projeto saído desse Encontro: a criação de uma associação internacional de mulheres portuguesas. 2018 - JANEIRO 8 - COLÓQUIO A MEMÓRIA COMO HERANÇA Mineola, Câmara Municipal O colóquio foi uma organização do Consulado - Geral de Portugal de Nova York, em parceria com a "Mulher Migrante - Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade" e com as Escolas Comunitárias da área consular, e realizou-se em instalações do município de Mineola. De manhã, o debate centrou-se no ensino de português, com intervenções dos professores de diferentes escolas e outros membros da comunidade escolar. De tarde, foi a presença portuguesa na América, em diversos campos, que esteve no centro do debate, muito participado. A jornada terminou com um jantar de confraternização no Centro Português de Mineola, em que centenas de portugueses prestaram homenagem à Cônsul- Geral, a que se associou a "Mulher Migrante", representada por Manuela Aguiar, que se deslocou expressamente de Portugal, e por Maria João Ávila, Coordenadora da "Mulher Migrante" nos EUA, membro da direção da AMM e antiga deputada da emigração. Por trás do sucesso do colóquio, esteve a experiência, criatividade, a energia da Cônsul-Geral, emotivamente saudada no jantar da comunidade, que reuniu centenas de portugueses, entre eles os mais destacados políticos luso-americanos, e dirigentes associativos, grande número de mulheres envolvidas na vida cívica e política, como Maria João Ávila. Todos enalteceram o seu trabalho em NY, nos últimos três anos. Fica uma frase, que sintetiza o "leit-motiv" dos diversos discursos: "nunca mais teremos ninguém como ela!". Manuela Aguiar citou Mariano Gago e Onésimo de Almeida, que no prefácio ("a quatro mãos") de uma publicação de Manuela Bairos escreveram que "era preciso cloná-la no MNE". Em 225 anos de existência do consulado de Nova York, Manuela Bairos foi a primeira mulher a exercer o cargo. Programa do Colóquio: 10.00 – 11.30 ENCONTRO COM PROFESSORES DAS ESCOLAS COMUNITÁRIAS Moderador: Dr José Carlos Adão 1. Coordenador-Adjunto de Ensino - Dr José Carlos Adão “A língua portuguesa como língua de herança” As escolas comunitárias como suporte da herança portuguesa e da identidade luso-americana 2. Consul-Geral Drª Manuela Bairos Projecto escolar: entrevista dos alunos aos avós sobre as suas histórias de emigração 3. Período de interação com professores e diretores das Escolas comunitárias 4. Presidente da AG da "Mulher Migrante" Drª Manuela Aguiar O papel dos professores e dos alunos, das famílias na defesa do património da língua de herança e da cultura portuguesa 11.45-1300 Debate 13.00 – 14.00 (almoço) IDENTIDADE LUSO-AMERICANA COMO HERANÇA PORTUGUESA 14.30 – 15.00 Apresentação da convidada Manuela Aguiar de honra e do programa da tarde pela Cônsul-Geral Um projeto para o diálogo do movimento associativo português no mundo 15.00 – 15.45 Identidade de origem portuguesa Moderador: Paulo Pereira Josh Mendes (jewish) Diane Macedo Manny Frade 16.00 – 16.45 Participação cívica e associativismo Moderador: Agostinho Saraiva Felisbela Ferreira Anália Beato/Amélia Gonçalves Bruno Machado 17.00 – 17.45 Afirmação profissional Moderadora: Paula Mendes Amelita Moreira Srª Martins Tony Castro Luis Tormenta 18.00 – 18.45 Participação política Moderadora: Maria João Ávila Rosa Rebimbas Paulo Pereira Maria Araujo Khan Jack Martins Janice Duarte 19.00 Jantar no Mineola Portuguese Center MARÇO 9 - LANÇAMENTO DE DOIS LIVROS DE ADELAIDE VIVELA MONTREAL, CENTRO COMUNITÀRIO DO ESPÍRITO SANTO DE ANJOU, 24 de março Adelaide Vilela organizou, na noite de sábado, 24, uma grande festa popular e tertúlia literária portuguesa por ocasião do lançamento, no Canadá, dos seus últimos livros "Magma de Afetos" e "Olhos nas Letras", que já havia divulgado em várias cidades de Portugal. O evento realizou-se no Centro Comunitário de Anjou, com recital de poesia, música e intervenções do Cônsul Geral de Montreal, de professores e dirigentes associativos, contando com a presença de centenas de portugueses e luso canadianos e uma ampla cobertura dos "media". Manuela Aguiar destacou o perfil de intervenção da autora na sua comunidade, onde tem um longo e notável percurso como jornalista e onde se destacou, desde sempre, como defensora do ensino de português para os jovens luso-canadianos e da língua portuguesa como língua de cultura - preocupações largamente dominantes entre as mulheres portuguesas em todas as comunidades e, como é sabido, um dos objetivos que mais as mobiliza para a participação cívica. 10 - COMEMORAÇÃO do DIA INTERNACIONAL DA MULHER CONFERÊNCIA "A MULHER COMO FACTOR DE PODER E HOMENAGEM A MARIA BARROSO” Montreal, 25 de março Pela 18ª vez o jornal LUSOPRESSE organizou, no centro de Montreal,e de convívio dos portugueses, (no salão do restaurante Estrela do Mar), o Dia da Mulher. É, desde há quase duas décadas, uma iniciativa, tanto quanto se sabe, inédita no mundo da Diáspora lusa. Em cada ano, uma nova vertente ou domínio de intervenção feminina e escolhida como tema de debate, que sempre tem contado com personalidades de relevo, portuguesas ou canadianas. Este ano, o ângulo escolhido foi o do papel das mulheres no domínio profissional e político. Foram conferencistas três jovens, duas empresárias, Sandra e Cláudia Ferreira e uma política, Anabela Monteiro, e, da anterior geração, a antiga Secretária de Estado e Vice-presidente da Assembleia da República Maria Manuela Aguiar. À conferência seguiu-se a homenagem a Maria Barroso e à Prof Odete Cláudio, uma grande figura da comunidade recentemente falecida. Maria Barroso fora, em 2007, a convidada de honra das comemorações do "Dia da Mulher" - uma jornada inesquecível, que foi recordada numa cidade onde a sua memória está bem viva. A personalidade de Maria Barroso foi apresentada pelo Prof Doutor e todos os presentes se juntaram à homenagem, dabdo um testemunho pessoal. M. Manuela Aguiar destacou o papel de Maria Barroso nos "Encontros para a Igualdade" a a sua longa colaboração com a AMM - ABRIL 11 - Portugal / Brasil - a descoberta continua, a partir de Monção 20 de abril A terceira edição desta iniciativa aconteceu a 20 abril de 2018 na EPRAMI (Escola Profissional do Alto Minho Interior) em Monção. A AMM teve como parceiros: Câmara Municipal de Monção, Casa Museu de Monção da Universidade do Minho, EPRAMI , Universidade Sénior de Monção, Agrupamento de Escolas de Monção, Jornal As Artes entre Letras, jornal A Terra Minhota, Centro de Formação Vale do Minho. O Colóquio " Portugal/Brasil - a Descoberta contínua, a partir de Monção " pretendeu celebrar o momento histórico em que Pedro Álvares Cabral avista terra do Brasil, onde é hoje Porto Seguro, a 22 de abril de 1500. Foi essa a data que o Senado Brasileiro aprovou como "Dia da Comunidade Luso Brasileira" - iniciativa que viria a ser ratificada por Portugal. A efeméride é celebrada em todo o Brasil, com grande empenho dos Portugueses, mas passa quase despercebida em Portugal. Esta iniciativa teve o Alto Patrocínio do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. Investigadores/as, professores, estudantes, decisores políticos, interessados/as nesta temática, foram desafiados a participar neste colóquio e torná-lo num momento de debate e reflexão em torno da história da emigração, da cidadania e da lusofonia que ganha agora novo incentivo através da decisão legislativa que visa reforçar o estudo da emigração, fazendo-se jus a esta parte importante da história do povo português. Dar-se-á especial ênfase às questões da Igualdade e relevo a mulheres e homens da diáspora lusa com cunho minhoto. Da Comissão Científica faziam parte: Graça Guedes, Professora Catedrática Aposentada da Universidade do Porto; José Viriato Capela, Professor Catedrático da Universidade do Minho e Presidente da Casa Museu de Monção da UMInho; Alexandra Esteves, Professora Auxiliar da Universidade Católica, Pólo de Braga Do Programa constavam dois painéis: O 1º, intitulado DIMENSÕES DO POLIEDRO DA EMIGRAÇÃO abordou os seguintes temas: A Emigração de Viana do Castelo para o Brasil (1929-1950) a partir dos livros de registo de passaporte- por Rui Miguel Pires, Mestre em Relações Internacionais - Universidade Lusíada do Porto; Ateliês da memória - Monçanenses pelo mundo por Francisco Alves, Diretor do jornal local A Terra Minhota e Arcelina Santiago, Mestre em Ciências Sociais Políticas e Jurídicas - Universidade de Aveiro; Trajetória literária de Maria Ondina Braga por Isabel Cristina Mateus, Professora Auxiliar do Departamento de Estudos Portugueses e Lusófonos do Instituto de Letras e Ciências Humanas (ILCH) da UMinho; Maria Archer, uma portuguesa no Brasil . Entrevista Imaginária a Maria Archer pelos alunos da EPRAMI - Beatriz Lopes e Pedro Cerqueira; História de uma Vida entrevista a Carlos de Lemos JUNHO 12 - ENCONTRO COM ADELAIDE VILELA 12 de junho, Biblioteca José Marmelo e Silva, Espinho A AMM em colaboração com a a Universidade Sénior e com o apoio da Câmara Municipal de Espinho, levou a cabo um encontro com a jornalista e escritora Adelaide Vilela, em que esta falou da sua experiência como retornada de África, no período da descolonização, em 1975, como mulher portuguesa emigrada no Canadá há cerca de quatro décadas e, também, da sua obra literária. O Dr. Armando Bouçon, Diretor dos Serviços Culturais da Câmara Municipal deu as boas vindas e as Dr.as Glória Rocha, em nome da Universidade e Manuela Aguiar, em representação da AMM, fizeram a introdução aos temas a tratar, Antes da oradora tomar a palavra, foram lidas pelas alunas da Universidade Sénior algumas das poesias de Adelaide Vilela, acompanhadas por música também interpretada por uma aluna da universidade. Depois do brilhante improviso da oradora, seguiu-se um debate e a jornada terminou com a sua disponibilidade para assinar alguns dos livros . 13 - HOMENAGEM AO DR DURVAL MARQUES VN GAIA, 15 de junho A" Academia do Bacalhau" do Porto, no seu jantar anual Camoneano prestou homenagem póstuma ao fundador das Academias, Doutor Durval Marques, que, em Joanesburgo, foi o organizador das primeiras comemorações d Dia 10 de junho. O movimento então criado é hoje o maior, a nível internacional, no mundo lusófono. Graça Guedes,sua amiga dos tempos de juventude e Maria Manuela Aguiar, estiveram presentes na homenagem. Ambas se contam entre as primeiras mulheres que, nos anos 80, foram membros das Academias de Bacalhau - a Profª Graça Guedes em Durban, a Drª Manuela Aguiar na Academia -mãe de Joanesburgo, onde a pioneira fora Amália Rodrigues. Manuela Aguiar, que foi a oradora convidada para falar do papel das Mulheres da Diáspora e da AMM, lembrou a colaboração do Dr Durval nos congressos da Associação, em particular, a sua intervenção no Encontro Internacional de 2009, com citações reveladoras do líder que foi na defesa da língua e da cultura portuguesas e da sua ação excecional no campo do solidariedade e da beneficência, que, com ele, marcaram, a vocação das Academias, a par do espírito de amizade e convivialidade. A sua compreensão para as questões da igualdade e fez dele um aliado de sempre da AMM 14 - PALESTRA sobre "O PAPEL DA MULHER PORTUGUESA NA EMIGRAÇÃO" Academia de Bacalhau do Porto, O "jantar camoneano" tem sempre um orador convidado e um tema que se enquadre no espírito das comemorações do "Dia de Portugal". As questões da emigração têm sido frequentemente abordadas (recordamos, por exemplo, uma notável intervenção de José Lello), e, desta vez, o convite foi feito a Maria Manuela Aguiar, tara as tratar com a inclusão da perspetetiva de género, focando, em especial, os objetivos e realizações da AMM. Numa primeira parte, a oradora traçou a linha tradicional das políticas de emigração, que privilegiavam a saída de homens sós, para mais eficaz atração de remessas e, contra a vontade do Estado, o aumento constante das migrações femininas, sobretudo, para reagrupamento familiar e as consequências que trouxe não só para os projetos de emigração e o seu sucesso, mas também para para as próprias mulheres, a sua autonomia económica, a sua força como mediadoras entre culturas, para a integração e para a criação de verdadeiras comunidades culturais. Numa segunda parte centrou a atenção na AMM, uma organização de defesa da igualdade e da participação cívica feminina, que reúne mulheres e homens no mesmo objetivo. Um desses homens foi, justamente Durval Marques, lembrado como companheiro de caminhada.. 15 - LANÇAMENTO DO LIVROS DE ADELAIDE VILELA - MONÇÃO No dia 22 de junho, na Biblioteca Municipal de Monção Sessão de apresentação dos livros de Adelaide Vilela - Olhos nas Letras e Magma de Afetos Iniciativa proposta pela Associação Mulher Migrante à Câmara Municipal de Monção e com colaboração e presença de muitos alunos da Universidade Sénior. A sessão de apresentação contou com a presença da senhora vereadora da educação, Dra Natália Rocha. ´ Arcelina Santiago, em nome da Associação Mulher Migrante, fez uma intervenção sobre a vida e obra da autora, jornalista e escritora. Destacou o papel de mulher da diáspora a viver a já mais de 40 anos no Canadá, com uma riquíssima experiência de vida, dando ênfase ao seu papel enquanto divulgadora da lusofonia, carregada de sentimento de portugalidade. Enfoque especial à divulgadora da cultura portuguesa que contempla os leitores com um tratado de emoções, vivências entre a ficção e a realidade. Realçou também o seu papel enquanto cidadã aberta ao humanismo e intervenção em ações de voluntariado cultural bem como o seu papel enquanto defensora de causas, dos direitos humanos, dos emigrantes e das mulheres. Em suma, a defensora de uma vida inspiradora, orientada por um forte sentimento positivo e por valores de justiça, paz, amor e fé encantou a audiência. Na sessão foram declamados dois belos poemas da autora, intitulados "Que ela brilhe" e "Amor Lusitano que, simbolicamente, marcam duas das suas múltiplas facetas: a defensora dos direitos das mulheres e a divulgadora da Lusofonia. 15 - CONTRIBUTOS DAS ASSOCIADAS DO ESTRANGEIRO VENEZUELA A diáspora de Venezuela é um fenómeno em pleno século XXI Nestes últimos vinte anos, temos ido apalpando uma economia totalmente destruída ou estragada pela política em Venezuela, já analisada por minha pessoa e com declarações dadas à imprensa da Ilha de Madeira no ano 2016, de que a cada dia é mais evidente, como a capacidade produtiva interna tem diminuído, as ofertas de trabalho, os empregos caem quase num 80%. Como professora que sou de uma das universidades maior e importante do país, Universidade de Carabobo, localizada na cidade de Valencia, Estado Carabobo; é deprimente já que hoje observamos a um professor universitário, sem qualidade de vida, pela hiperinflación existente, onde comprar alimentos, medicinas, transporte é quase impossível de cumprir. Portanto diz-se: toda uma vida estudando e trabalhando, para poder adquirir um nível de vida estável, e cobrir suas necessidades básicas, neste momento é quase impossível. Desde minha niñez, adolescência e de adulto, vivemos sempre num meio agradável, quase sem problemas; onde o trabalho de meus pais emigrantes da Ilha de Madeira pelos anos 50, 60, foi realmente aceitável, onde o emigrante português era aceite e respeitado; portanto meus pais deram-nos uma grande qualidade de vida e de estudos para superar-nos e que apreciássemos esses sonhos de emigrantes, que eles tinham feito realidade neste formoso país. A cada dia que vai passando, é preocupante ver que tem saído do país, 1,6 milhões de pessoas, o qual seria um aproximado de 5,5% de 29 milhões (segundo Tomas Páez), a maioria representa uma força total de talentos, que vai a diferentes partes do mundo; e quero recordar que Venezuela foi magnifica porta de entrada, de milhares de europeus durante o século XX. O processo de sustento desta democracia em Venezuela, faz necessário recuperar a credibilidade na palavra e na confiança social, há que sobreponerse à demagogia e aos muitos discursos populistas, com falacias e manipulações, que hoje em dia conceptualizamos em ignorância e detractores da sociedade; portanto isto faz que as pessoas entrem no mundo das folhas de rotas para outros países. É de modo que estamos como em Modo de Pausa, em torno deste debacle económico e político que a cada dia nos submergem, na pior verdade amarga e difícil dos últimos anos em Venezuela. Creio em seguir sonhando e lutando por este formoso país, que um dia aceito a uns imigrantes portugueses, em especial a meus pais que fizeram seus sonhos realidade; de modo que permitam-me seguir esse sonho deles, do crer num país e de que muito cedo sairemos deste pesadelo socialista-comunista. Sendo mulher sempre lutadora, de nossa comunidade portuguesa, Conselheira das Comunidades Portuguesas, e Vice-Presidenta da Mulher Migrante em Venezuela, quero seguir sendo essa voz suceptible e intensa ante o mundo, e pedindo a viva voz e a Deus a maior sabedoria para nossa diáspora portuguesa; de tratá-los com a mesma bondade e confiança que pode ter povo nenhum e em especial o entendimento do povo português. Seguir lutando e meditando desde meu ponto de vista profissional, em que não há que parar, há muitos sonhos, reptos e compromissos; mas não deixar-nos decepcionar, porque minha alma esta acordada, por esses sonhos de migrantes portugueses, que eu vivi e o apalpe dia a dia, na transformação e na pronta recuperação da democracia que que já vivi. Doutora Pd. María Fátima De Pontes Loreto. Conselheira das Comunidades Portuguesas em Venezuela Presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas Em Venezuela. MMVE- Mulher Migrante Venezuela Como nasce a Associação Mulher Migrante Venezuela? No ano 2011 tive a honra de ser convidada a participar no Congresso Mundial da Mulher Migrante realizado na cidade da Maia. Foi aí, que ao ver o dinamismo desta organização e a sugestão da Dra. Maria Manuela Aguiar, levei esta inquietude para a Venezuela. Numa reunião com várias mulheres profissionais falei-lhes desta iniciativa e para minha surpresa foi acolhida com muito entusiasmo. É assim que começámos com os preparativos para no ano 2012 realizar o primeiro congresso da mulher migrante Venezuela e no dia 25 de Novembro desse ano ficou formalmente organizada a diretiva dessa Associação, a qual me honra presidir até à data. As nossas atividades Como a Venezuela é um país enorme, e temos a nossa comunidade espalhada por todo ele, começámos com a tarefa de dar a conhecer a nossa Associação. Realizámos vários encontros regionais e criámos nas entidades que visitámos comissões regionais da mulher migrante com os seus respetivos estatutos de funcionamento. Através destas comissões começou-se com a abertura de cursos de português, pois a nossa língua estava esquecida no interior do país, apoio social à nossa comunidade carenciada e conversatórios sobre diversos temas: inserção da mulher luso-venezuelana no mundo profissional, igualdade de género, violência contra a mulher, etc. As diferentes comissões aceitam as sugestões dos temas a tratar da comunidade local e prévia aprovação da Mulher Migrante Nacional, realizam-se então os conversatórios e oficinas com especialistas. A nossa Associação teve uma aceitação enorme e um entusiasmo que ainda hoje é motivo de orgulho, apesar de todas as dificuldades que estamos a atravessar nos últimos anos. Dificuldades Devido à situação política e socioeconómica que está a atravessar a Venezuela é cada vez mais difícil o acercamento às nossas comunidades. Estamos a ficar isolados pois os voos domésticos são cada vez menos e devido às grandes distâncias torna-se difícil a nossa deslocação. As entidades do interior donde se leciona o português requerem da nossa presença três vezes por ano e isto está a ser impossível. Durante o período letivo temos que ir acompanhadas do coordenador do ensino, o Dr. Rainer de Sousa, para fazer formação docente aos nossos leitores e acompanhar e resolver dificuldades que se tenham apresentado assim como também avaliar o desempenho dos nossos leitores através de inquéritos que passamos aos alunos. Os alunos requerem duma certificação válida através do Instituto Camões para adolescentes e do CAPLE, certificação da Universidade de Lisboa para os adultos. Lamentavelmente os custos estão a serem muito elevados devido à enorme desvaliação da moeda e os alunos não têm poder adquisitivo para efetuar este pagamento tão elevado, pelo que optam por obter somente o certificado de reconhecimento que entrega a Mulher Migrante , mas que não é reconhecido perante o Ministério de Educação. A nossa presença nestas localidades longínquas tem diminuído devido à falta de transporte aéreo. Muitas vezes temos que ir via terrestre a estas localidades e são recorridos de oito, dez e até doze horas para podermos visitar estas comunidades. Não utilizamos o transporte público devido à insegurança, pois estes meios de transporte estão constantemente a serem assaltados no percorrido. As estradas estão num estado deplorável e portanto as nossas viaturas sofrem com estas deslocações. Estamos sujeitos a avarias e não se conseguem as peças para arranjarmos depois a viatura avariada. Por estes motivos cada vez torna-se mais difícil aceder a estas localidades e portanto as nossas atividades têm sofrido uma baixa significativa. No entanto parar é morrer, por isso continuamos na luta. Outro problema é que alguns dos nossos leitores estão a retornar definitivamente a Portugal e neste momento são muito poucos para a grande demanda do ensino que temos nessas localidades. Estas são umas poucas dificuldades, temos muitas outras como a não existência de papel para fornecer material complementário aos nossos alunos, os custos cada vez mais elevados para mantermos estes cursos, etc, etc. Seria muito longo de relatar neste momento, pois todos os dias temos uma nova e diferente contrariedade, mas vemos o lado positivo. Estamos sempre em movimento e portanto sempre ativas. A nossa diretiva na atualidade está conformada pelas seguintes pessoas: Presidente: Maria de Lourdes De Almeida (Caracas) Vice-presidente: Fátima De Pontes (Estado Carabobo) Secretária: Fátima Teixeira ( Estado Miranda) Guida Amaral: Tesoureira (Estado Miranda BRASIL - RECIFE A Drª Berta Guedes, representante da AMM no Recife, tem dedicado especial atenção à ajuda de novos emigrantes emigrantes portugueses no Brasil e brasileiros em Portugal, no domínio da segurança social. A sua mais recente iniciativa foi a de divulgação do acordo bilateral nesta matéria, cujo desconhecimento implica perda de garantias concretas para os migrantes e suas famílias, no que respeita a dados como os de contagem de tempo de descontos, pensões por incapacidade e velhice, períodos de carência, assistência médica e outros benefícios. Numa altura em que os fluxos migratórios inverteram a sua tendência tradicional, com uma maioria de brasileiros a saírem para Portugal, a Drª Berta dirigiu-se a eles, numa entrevista dada à Rádio CBN - Recife, dando informação detalhada sobre esses aspetos, nomeadamente sobre o organismo de ligação competente no Brasil, que é, no que respeita ao aos acordos bilaterais com Portugal e Cabo Verde, o INSS (Instituto Nacional de segurança Social) - S Paulo. Para os novos imigrantes portugueses no Brasil, a Dr.ª Berta Guedes fez a apresentação deste Acordo Bilateral no Gabinete Português de Leitura de Recife, disponibilizando-se, igualmente,a organizar um horário de atendimento em que pode responder a casos concretos

domingo, 8 de julho de 2018

MARIA DE LOURDES ALMEIDA - MULHER MIGRANTE VENEZUELA

MMVE- Mulher Migrante Venezuela Como nasce a Associação Mulher Migrante Venezuela? No ano 2011 tive a honra de ser convidada a participar no Congresso Mundial da Mulher Migrante realizado na cidade da Maia. Foi aí, que ao ver o dinamismo desta organização e a sugestão da Dra. Maria Manuela Aguiar, levei esta inquietude para a Venezuela. Numa reunião com várias mulheres profissionais falei-lhes desta iniciativa e para minha surpresa foi acolhida com muito entusiasmo. É assim que começámos com os preparativos para no ano 2012 realizar o primeiro congresso da mulher migrante Venezuela e no dia 25 de Novembro desse ano ficou formalmente organizada a diretiva dessa Associação, a qual me honra presidir até à data. As nossas atividades Como a Venezuela é um país enorme, e temos a nossa comunidade espalhada por todo ele, começámos com a tarefa de dar a conhecer a nossa Associação. Realizámos vários encontros regionais e criámos nas entidades que visitámos comissões regionais da mulher migrante com os seus respetivos estatutos de funcionamento. Através destas comissões começou-se com a abertura de cursos de português, pois a nossa língua estava esquecida no interior do país, apoio social à nossa comunidade carenciada e conversatórios sobre diversos temas: inserção da mulher luso-venezuelana no mundo profissional, igualdade de género, violência contra a mulher, etc. As diferentes comissões aceitam as sugestões dos temas a tratar da comunidade local e prévia aprovação da Mulher Migrante Nacional, realizam-se então os conversatórios e oficinas com especialistas. A nossa Associação teve uma aceitação enorme e um entusiasmo que ainda hoje é motivo de orgulho, apesar de todas as dificuldades que estamos a atravessar nos últimos anos. Dificuldades Devido à situação política e socioeconómica que está a atravessar a Venezuela é cada vez mais difícil o acercamento às nossas comunidades. Estamos a ficar isolados pois os voos domésticos são cada vez menos e devido ás grandes distâncias torna-se difícil a nossa deslocação. As entidades do interior donde se leciona o português requerem da nossa presença três vezes por ano e isto está a ser impossível. Durante o período letivo temos que ir acompanhadas do coordenador do ensino, o Dr. Rainer de Sousa, para fazer formação docente aos nossos leitores e acompanhar e resolver dificuldades que se tenham apresentado assim como também avaliar o desempenho dos nossos leitores através de inquéritos que passamos aos alunos. Os alunos requerem duma certificação válida através do Instituto Camões para adolescentes e do CAPLE, certificação da Universidade de Lisboa para os adultos. Lamentavelmente os custos estão a serem muito elevados devido à enorme desvaliação da moeda e os alunos não têm poder adquisitivo para efetuar este pagamento tão elevado, pelo que optam por obter somente o certificado de reconhecimento que entrega a Mulher Migrante , mas que não é reconhecido perante o Ministério de Educação. A nossa presença nestas localidades longínquas tem diminuído devido à falta de transporte aéreo. Muitas vezes temos que ir via terrestre a estas localidades e são recorridos de oito, dez e até doze horas para podermos visitar estas comunidades. Não utilizamos o transporte público devido à insegurança, pois estes meios de transporte estão constantemente a serem assaltados no percorrido. As estradas estão num estado deplorável e portanto as nossas viaturas sofrem com estas deslocações. Estamos sujeitos a avarias e não se conseguem as peças para arranjarmos depois a viatura avariada. Por estes motivos cada vez torna-se mais difícil aceder a estas localidades e portanto as nossas atividades têm sofrido uma baixa significativa. No entanto parar é morrer, por isso continuamos na luta. Outro problema é que alguns dos nossos leitores estão a retornar definitivamente a Portugal e neste momento são muito poucos para a grande demanda do ensino que temos nessas localidades. Estas são umas poucas dificuldades, temos muitas outras como a não existência de papel para fornecer material complementário aos nossos alunos, os custos cada vez mais elevados para mantermos estes cursos, etc, etc, etc. Seria muito longo de relatar neste momento, pois todos os dias temos uma nova e diferente contrariedade, mas vemos o lado positivo. Estamos sempre em movimento e portanto sempre ativas. A nossa diretiva na atualidade está conformada pelas seguintes pessoas: Presidente: Maria de Lourdes De Almeida (Caracas) Vice-presidente: Fátima De Pontes (Estado Carabobo) Secretária: Fátima Teixeira( Estado Miranda) Guida Amaral: Tesoureira (Estado Miranda)

segunda-feira, 2 de julho de 2018

MARIA BARROSO Entre os nomes que constituem o nosso imperecível património humano, há os que revelam a dimensão da cultura portuguesa, na sua essência universalista e fraternal. Um desses nomes é o de Maria Barroso, a maior figura feminina do século XX, a mais intemporal, a mais inspiradora. Cidadã, por excelência, em décadas de participação cívica, cultural e política, que lhe dão lugar na história da democracia, do feminismo, do teatro, do ensino, da lusofonia... Mulher símbolo de dedicação à "res publica", com um percurso de intervenção anterior ao encontro de destinos com Mário Soares, depois com ele continuado, tanto na resistência à ditadura, como na construção de um país democrático e reaberto ao mundo. Corajosa e solidária, ícone de elegância e perfeita diplomata, soube apoiá-lo com uma amável cumplicidade, sem nunca se apagar na sua sombra, ou esconder a independência de espírito, e uma forma própria de estar na sociedade e na política. A jovem revolucionária, que usava a força da palavra, como arma de combate pela liberdade, nos palcos do teatro, nas arenas políticas, ao qual não hesitou em sacrificar a vocação artística e a carreira docente, viria a ser a primeira senadora da democracia portuguesa, sem nunca perder a faceta vanguardista, a lucidez e capacidade de dizer "não" a novas formas de exclusão e violência, a violência nos "media", o tráfico de armas... Com um sentido de missão, que uma repentina e emotiva conversão ao catolicismo, levaria a outros espaços e projetos, afirmou-se no plano internacional, no universo da lusofonia e da Diáspora, que, já octogenária, percorreu, incansavelmente, para presidir aos" Encontros" para a Cidadania e Igualdade. Através da Fundação PRO DIGNITATE, de fora da política partidária, levou a cabo obra notabilíssima e ainda insuficientemente conhecida - caso do seu papel no início do processo de paz em Moçambique. Com a ideia fulcral de dignidade humana respondia a um inadiável desafio civilizacional do nosso tempo: a criação de uma cultura de paz, justiça e liberdade para todos os povos, todos os indivíduos. Nas suas preocupações e na sua ação não havia favoritos - eram iguais portugueses, timorenses, africanos, imigrantes, refugiados, mulheres e homens de boa vontade... Deu cumprimento a essa causa maior, numa relação de proximidade com as pessoas, em gestos concretos de apoio e companheirismo, com rigor e trabalho árduo, quando não excessivo, no dia a dia, até ao seu dia derradeiro! Na hora em que se despedia de Maria Barroso, o Povo Português, espontaneamente, transformou uma simples cerimónia privada em impressionante testemunho público e consensual de admiração e de saudade. Foi o primeiro sinal de que ficaria na memória do País, pelo afeto e pelo exemplo de grandeza de alma, superior inteligência e infinita energia . Maria Barroso, humanista "muito praticante", ao longo de uma longa vida

CONTRIBUTO da DOUTORA FÁTIMA PONTES para o relatório de atividades da AMM

A diáspora de Venezuela é um fenómeno em pleno século XXI Nestes últimos vinte anos, temos ido apalpando uma economia totalmente destruída ou estragada pela política em Venezuela, já analisada por minha pessoa e com declarações dadas à imprensa da Ilha de Madeira no ano 2016, de que a cada dia é mais evidente, como a capacidade produtiva interna tem diminuído, as ofertas de trabalho, os empregos caem quase num 80%. Como professora que sou de uma das universidades maior e importante do país, Universidade de Carabobo, localizada na cidade de Valencia, Estado Carabobo; é deprimente já que hoje observamos a um professor universitário, sem qualidade de vida, pela hiperinflación existente, onde comprar alimentos, medicinas, transporte é quase impossível de cumprir. Portanto diz-se: toda uma vida estudando e trabalhando, para poder adquirir um nível de vida estável, e cobrir suas necessidades básicas, neste momento é quase impossível. Desde minha niñez, adolescência e de adulto, vivemos sempre num meio agradável, quase sem problemas; onde o trabalho de meus pais emigrantes da Ilha de Madeira pelos anos 50, 60, foi realmente aceitável, onde o emigrante português era aceite e respeitado; portanto meus pais deram-nos uma grande qualidade de vida e de estudos para superar-nos e que apreciássemos esses sonhos de emigrantes, que eles tinham feito realidade neste formoso país. A cada dia que vai passando, é preocupante ver que tem saído do país, 1,6 milhões de pessoas, o qual seria um aproximado de 5,5% de 29 milhões (segundo Tomas Páez), a maioria representa uma força total de talentos, que vai a diferentes partes do mundo; e quero recordar que Venezuela foi magnifica porta de entrada, de milhares de europeus durante o século XX. O processo de sustento desta democracia em Venezuela, faz necessário recuperar a credibilidade na palavra e na confiança social, há que sobreponerse à demagogia e aos muitos discursos populistas, com falacias e manipulações, que hoje em dia conceptualizamos em ignorância e detractores da sociedade; portanto isto faz que as pessoas entrem no mundo das folhas de rotas para outros países. É de modo que estamos como em Modo de Pausa, em torno deste debacle económico e político que a cada dia nos submergem, na pior verdade amarga e difícil dos últimos anos em Venezuela. Creio em seguir sonhando e lutando por este formoso país, que um dia aceito a uns imigrantes portugueses, em especial a meus pais que fizeram seus sonhos realidade; de modo que permitam-me seguir esse sonho deles, do crer num país e de que muito cedo sairemos deste pesadelo socialista-comunista. Sendo mulher sempre lutadora, de nossa comunidade portuguesa, Conselheira das Comunidades Portuguesas, e Vice-Presidenta da Mulher Migrante em Venezuela, quero seguir sendo essa voz suceptible e intensa ante o mundo, e pedindo a viva voz e a Deus a maior sabedoria para nossa diáspora portuguesa; de tratá-los com a mesma bondade e confiança que pode ter povo nenhum e em especial o entendimento do povo português. Seguir lutando e meditando desde meu ponto de vista profissional, em que não há que parar, há muitos sonhos, reptos e compromissos; mas não deixar-nos decepcionar, porque minha alma esta acordada, por esses sonhos de migrantes portugueses, que eu vivi e o apalpe dia a dia, na transformação e na pronta recuperação da democracia que que já vivi. Doutora Pd. María Fátima De Pontes Loreto. Conselheira dás Comunidades Portuguesas em Venezuela Presidenta do Conselho dás Comunidades Portuguesas Em Venezuela. La diáspora de Venezuela es un fenómeno en pleno siglo XXI En estos últimos veinte años, hemos ido palpando una economía totalmente destruida o estropeada por la política en Venezuela, ya analizada por mi persona y con declaraciones dadas a la prensa de la Isla de Madeira en el año 2016, de que cada día es más evidente, como la capacidad productiva interna ha disminuido, las ofertas de trabajo, los empleos caen casi en un 80%. Como profesora que soy de una de las universidades más grande e importante del país, Universidad de Carabobo, ubicada en la ciudad de Valencia, Estado Carabobo; es deprimente ya que hoy observamos a un profesor universitario, sin calidad de vida, por la hiperinflación existente, donde comprar alimentos, medicinas, transporte es casi imposible de cumplir. Por lo tanto se dice: toda una vida estudiando y trabajando, para poder adquirir un nivel de vida estable, y cubrir sus necesidades básicas, en este momento es casi imposible. Desde mi niñez, adolescencia y de adulto, vivimos siempre en un entorno agradable, casi sin problemas; donde el trabajo de mis padres emigrantes de la Isla de Madeira por los años 50, 60, fue realmente aceptable, donde el emigrante portugués era aceptado y respetado; por lo tanto mis padres nos dieron una gran calidad de vida y de estudios para superarnos y que apreciáramos esos sueños de emigrantes, que ellos habían hecho realidad en este hermoso país. Cada día que va pasando, es preocupante ver que ha salido del país, 1,6 millones de personas, lo cual sería un aproximado de 5,5% de 29 millones (según Tomas Páez), la mayoría representa una fuerza total de talentos, que va a diferentes partes del mundo; y quiero recordar que Venezuela fue magnifica puerta de entrada, de miles de europeos durante el siglo XX. El proceso de sostenimiento de esta democracia en Venezuela, hace necesario recuperar la credibilidad en la palabra y en la confianza social, hay que sobreponerse a la demagogia y a los muchos discursos populistas, con falacias y manipulaciones, que hoy en día conceptualizamos en ignorancia y detractores de la sociedad; por lo tanto esto hace que las personas entren en el mundo de las hojas de rutas hacia otros países. Es así que estamos como en Modo de Pausa, en torno a este debacle económico y político que cada día nos sumergen, en la peor verdad amarga y difícil de los últimos años en Venezuela. Creo en seguir soñando y luchando por este hermoso país, que un día acepto a unos inmigrantes portugueses, en especial a mis padres que hicieron sus sueños realidad; así que permítanme seguir ese sueño de ellos, del creer en un país y de que muy pronto saldremos de esta pesadilla socialista-comunista. Siendo mujer siempre luchadora, de nuestra comunidad portuguesa, Conselheira de las comunidades portuguesas, y vice-presidenta de la Mujer Migrante en Venezuela, quiero seguir siendo esa voz suceptible e intensa ante el mundo, y pidiendo a viva voz y a Dios la mayor sabiduría para nuestra diáspora portuguesa; de tratarlos con la misma bondad y confianza que puede tener pueblo ninguno y en especial la comprensión del pueblo portugués. Siguiere luchando y meditando desde mi punto de vista profesional, en que no hay que parar, hay muchos sueños, retos y compromisos; pero no nos dejaremos decepcionar porque mi alma esta despierta, por esos sueños de migrantes portugueses, que lo viví y lo palpe día a día, en la transformación y en la pronta recuperación de la democracia que ya viví. Doctora Pd. María Fátima De Pontes Loreto. Conselheira das Comunidades Portuguesas en Venezuela Presidenta do Conselho das Comunidades Portuguesas En Venezuela.