terça-feira, 13 de novembro de 2012

Joana Santiago O segredo da Avó

O segredo da avó
Ser empresária numa época de crise, e numa área dominada pelo masculino não será a forma
mais fácil de vencer na atualidade, sem dúvida. Também não será isso um impedimento, mas
antes a força, a energia para vingar e para fazer nascer algo que há muito era um projeto - uma
nova marca de vinho Alvarinho, a nossa.
É com orgulho que continuo uma grande obra, já iniciada há muito anos, pela família Santiago.
Também é com grande optimismo e emoção que vejo, a jovem empresa que lidero, de cariz
familiar a projectar-se internacionalmente desde cedo. Assim, a Nenúfar Real sociedade
Agrícola Lda. apresenta publicamente, este mês o seu primeiro Alvarinho – QUINTA DE
SANTIAGO, edição especial - selecção O segredo da avó. Ele é o produto final, nascido e criado
numa quinta com tradição centenária na produção de vinho Alvarinho, a Quinta de Santiago,
também conhecida como Quinta da Gandra, em Cortes, na Sub-região de Monção e Melgaço.
Foi com determinação e alma, essencialmente marcada no feminino, que nasceu este projeto,
a provar que as mulheres minhotas sempre tiveram e têm características de liderança e
empreendedorismo. São estas as capacidades que pretendo homenagear, lembrando, em
especial a matriarca, minha avó, Maria de Lima Santiago, que tantos saberes e segredos me
transmitiu. Por essa razão, o primeiro vinho da Quinta de Santiago tem um sabor especial …
tem “ o segredo da avó” , essa grande impulsionadora da manutenção e continuidade desta
quinta até à terceira geração. Este Segredo representa a simbiose perfeita entre o saber
empírico que vem das tradições e de gerações anteriores com o novo conhecimento teórico e
tecnológico da modernidade, orientado por um jovem enólogo monçanense. O produto final
é sem dúvida, fruto de encontro, de debate, nem sempre fácil, entre o passado e o presente
mas , essencialmente, a olhar e a apostar no futuro. Poderei dizer que a sinergia do legado
da família Santiago que se dedicou à cultura destas nobres castas brancas – o Alvarinho – e a
modernidade e juventude farão a combinação perfeita para que esta marca e esta empresa
vinguem.
Acredito que, se por um lado, herdei algum conservadorismo da minha avó, o admirar
e valorizar a identidade, a família, as raízes e o preservar o que é tradicional, neste caso
concreto, a forma de tratar o vinho, a velha quinta com os seus encantos e casa senhorial,
as paisagens rurais que foram cenário acolhedor e terno do meu universo de criança e
adolescente. Por outro, move-me o desejo de diáspora da minha mãe, mulher da diáspora
em três continentes, o asiático, o africano e o europeu, e que me fez desejar partir para o
mundo dos negócios e projetar os nossos produtos, a nossa marca e o nome da terra dos
meus antepassados portugueses quase exclusivamente “ lá fora”. A minha educação fez de
mim “uma filha do mundo” e por isso partirei em busca de novos mercados emergentes.
Sou empresária, tenho sonhos, sou empreendedora e, neste complicado mundo dos negócios,
sei que terei necessidade de muito mais provar enquanto mulher, mas isso não me demove,
afinal sou mulher minhota!
Joana Santiago

3 comentários:

  1. Parabéns drª Joana.
    Sempre a mesma pessoa, cheia de garra.
    Muitos êxitos.
    Dario Brandão

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  2. Parabéns drª Joana.
    Sempre a mesma pessoa, cheia de garra.
    Muitos êxitos.
    Dario Brandão

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  3. Parabéns drª Joana. Esta não seria a sua praia, mas quando as pessoas tem fibra, adaptam-se a tudo e fazem-no bem. Não é minhota, é vareira, adaptada. Muitos êxitos.
    Dario Brandão

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