terça-feira, 6 de janeiro de 2015

ENCONTROS DA LIBERDADE em ESPINHO

Encontros da liberdade
 com a Escola Secundária Dr. Manuel Laranjeira
 No dia 23 de abril, celebrou-se os 40 anos de abril no auditório da Escola Secundária Dr
Manuel Laranjeira em Espinho. Como sempre, a receção foi muito acolhedora e foi a Dr.a Ana
Ricardo que nos recebeu e fez parte da mesa da sessão “ Encontros da liberdade”, uma forma
simbólica de comemorar esta data tão marcante para o povo português e que a Associação
de Estudo, Cooperação e Solidariedade – Mulher Migrante, não poderia deixar de celebrar.
Nada melhor do que celebrá-la com a apresentação dos dois livros recém publicados:
Expressões Femininas da Cidadania – III Encontro Mundial de Mulheres da Diáspora e Entre
Portuguesas – 20 Anos da Associação Mulher Migrante. Num destes livros, constam atividades
desenvolvidas nesta escola, nomeadamente a homenagem a Maria Lamas e Maria Archer.
 O auditório estava repleto de jovens que ouviram atentamente a intervenção sempre
viva e entusiasta da Dra Manuela Aguiar, que cativou o público com o tema da emigração,
domínio que tão bem conhece e que sobre ele apresentou histórias cativantes, algumas fazem
parte das publicações ali apresentadas e que fazem a História da emigração portuguesa.
A sua perspetiva levou-a a uma abordagem muito interessante, dando enfoque a três
pontos marcantes na história do nosso país: o da criação da identidade de Portugal em
termos territoriais e como nação, seguindo-se a expansão/ colonização, patente desde os
descobrimentos e com a manutenção de uma guerra colonial e, finalmente, com o 25 abril, o
culminar de mudança radical em termos de opções políticas e corte com o colonialismo. Focou
as conquistas progressivas conseguidas pós 25 de abril em áreas como a educação, saúde e o
reconhecimento de alguns direitos de cidadania, como a dupla cidadania, o direito ao voto...
Falou também das conquistas das mulheres e da liberdade de expressão Foi uma magnífica e
viva aula de história que a todos encantou.
Encantador e marcante neste encontro foi o entusiasmo dos jovens e a sua intervenção quer
através da declamação de poemas alusivos à liberdade quer pela balada sempre sugestiva da
“Pedra filosofal” que nos lembra que é preciso sonhar e acreditar. Como cenário, expresso
num painel gigante, esteve projetada a figura emblemática de uma grande mulher - Maria
Lamas!
Foi uma excelente e dinâmica forma de celebrar os 40 anos de abril, junto de um público
jovem, o futuro deste país!
Foi muito grato para a Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade - Mulher Migrante
realizar esta iniciativa com a Escola Secundária Dr. Manuel Laranjeira e, tal como tem
acontecido noutras alturas, elas resultam sempre muito bem, dado o empenho e dedicação
que a Escola sente em abrir novos e amplos horizontes aos seus alunos. Os temas em debate
em meio estudantil foram uma aposta da Associação, pretendendo divulgar, junto de um
público jovem a realidade da nossa diáspora, tantas vezes esquecida e que, neste momento,
mais do que antes, volta a existir em força.
 Arcelina Santiago

Encontros da Liberdade


Com a Escola Domingos Capela – Agrupamento de Escolas Dr. Manuel Gomes de Almeida
No dia 24 de abril, a Biblioteca Escolar da Escola Domingos Capela recebeu duas convidadas
muito especiais, a Dra Maria Manuela Aguiar e a Dra Arcelina Santiago, com o objetivo de
se proceder ao lançamento de dois livros: Expressões Femininas da Cidadania – III Encontro
Mundial de Mulheres da Diáspora e Entre Portuguesas – 20 Anos da Associação Mulher
Migrante. Num destes livros constam textos de alunos e professores da Escola Domingos
Capela, envolvidos nas atividades que foram desenvolvidas em Espinho nomeadamente na
Exposição de Mulheres da Diáspora realizada no FACE e integrada na comemoração dos vinte
anos da Mulher Migrante – Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade.
Feito o reconhecimento dessas participações e dos professores e alunos envolvidos, passou-
se ao segundo objetivo deste encontro: a comemoração dos 40 anos de abril, intitulado
“Encontros com a Liberdade”. Este tema sugestivo foi mote para dar relevo à conquista maior
de abril – a liberdade! E sobre a liberdade de emigrar, a Dra Manuel Aguiar, especialista na
área das migrações quer pelas funções que desempenhou em termos políticos mas também
como cidadã interventiva na defesa dos direitos humanos, em particular no das mulheres na
diáspora fez uma intervenção muito interessante, dando enfoque a três pontos marcantes
na história do nosso país: o da criação da identidade de Portugal em termos territoriais e
como nação, seguindo-se a expansão/ colonização, patente desde os descobrimentos e
com a manutenção de uma guerra colonial e, finalmente, com o 25 abril, o culminar de
mudança radical em termos de opções políticas e corte com o colonialismo. Sobre as formas
como se processaram os processos de emigração e como elas relatam as vivências da história
de um povo e as conquista progressivas que foram sido conseguidas desde o 25 de abril,
nomeadamente o reconhecimento de alguns direitos de cidadania, como a dupla cidadania, o
direito ao voto... Foi uma magnífica e viva aula de história que a todos encantou.
Seguiu-se a participação da Professor Arcelina Santiago, começando por fazer um elogio aos
alunos e professores desta Escola, presentes nos livros, com entrevistas a pintoras, texto sobre
as caravelas que estiveram presentes na exposição e cujas imagens irão correr mundo e ainda
o início de um Projeto de parceria entre alunos e professores desta Escola/ Agrupamento
e da Universidade de Berkley e, por fim, um artigo de reconhecimento a uma professora de
artes que tanto se tem empenhado – Filomena Bilber.
. Lembrou as mudanças que se operaram em termos de educação do passado até às
conquistas de abril, à necessidade de sermos cada vez mais cidadãos interventivos e críticos,
algo que nunca acontecia no passado e, ainda a darmos apreço à liberdade pensando que
outrora era algo impossível tal como escrever um livro sem ser sujeito à censura, expressarmo-
nos oralmente, ou mesmo a criação de associações. Acentuou que a liberdade que todos
consideram banal, tal como o ar que respiram, foi algo negado e que muitos lutaram para que
ela existisse.
Foi uma excelente e dinâmica forma de celebrar os 40 anos de abril na Escola.
A Associação Mulher Migrante está de parabéns pelo papel que tem vindo a desenvolver em
prol dos direitos humanos e, em especial, dos direitos das mulheres, patente no conteúdo
deste dois livros aqui apresentados nesta sessão. Esta, realizada em meio estudantil foi uma
boa forma de contribuir para que os jovens tomem consciência dos problemas da sociedade e
queiram ser agentes de mudança, através de uma participação cívica que estas duas oradoras
são exemplos excelentes.
Sónia Couto, Professora Bibliotecária da Escola Domingos Capela
Artigo publicado na Defesa de Espinho

Sem comentários:

Enviar um comentário