quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

ARCELINA SANTIAGO SOBRE HISTÓRIAS DE VIDA

Histórias de Vida foi o primeiro Projeto da Associação Mulher Migrante em terras da Venezuela. Com ele pretendia-se homenagear as mulheres da diáspora nos novos mundos que desbravaram de forma tão corajosa. São um testemunho precioso para a compreensão do fenómeno migratório no feminino, naquilo que ele tem de mais profundo e intimista. Através destes relatos, simples, genuínos, obtivemos a grandeza desta longa, contínua e imensa caminhada por novos mundos.
Cada historia de vida é, por si só, intensa na carga emocional que dela emana. Nelas estão presentes momentos especiais, os mais emocionantes, os mais marcantes, da vida de cada viajante.

Juntando as várias estórias, poderemos obter uma narrativa global, preenchida por sentimentos e vivências que identificam a trajetória de vida das mulheres da diáspora. Elas foram e são as verdadeiras heroínas desta narrativa da emigração.

Em todas as histórias podemos deparar com os mais variados sentimentos: expectativa, esperança, medo, angústia, mas é comum nelas o desejo de proporcionar harmonia familiar e uma vontade imensa de vencer e ser feliz. Como muitas referem, enfrentar as adversidades por mais duras que fossem, permitiu-lhe saborear as vitórias com outro sabor. A valorização do colectivo, expresso nas associações que ajudaram a erguer e a vingar, permitiu-lhes amenizar o desafio que é viver num país estranho. Mas em todas está subjacente o sentimento - peculiar do povo português, povo de partida que sonha com a chegada - a saudade pela família, pelos amigos, pelo país que deixaram e que permanece sempre no seu imaginário. Ele continua sempre presente e a forma de o manter vivo foram e são as iniciativas que as mulheres organizaram e ainda organizam para perpetuar a sua língua, os costumes, e as tradições portuguesas. Graças a elas, a identidade do país que nunca esquecem, permanece e perpetua-se nas gerações seguintes.

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