quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

JOSÉ GUERREIRO sobre CARLOS CORREIA

CARLOS PEREIRA CORREIA
     Quando em 1976, depois de ter exercido funções técnicas, desde 1970, no Fundo de
Desenvolvimento da Mão - de - Obra, ingressei  na Secretaria de Estado da Emigração, foi fácil
a minha integração nessa nova estrutura, onde tive uma boa recepção pela generalidade dos
vários Técnicos da Direcção de Serviços de Informação Especializada e Acordos de Emigração.
  E, de entre eles, bem cedo se destacou a simpatia e a camaradagem do Carlos Correia, cuja
seriedade, rapidez e competência no desempenho de suas funções tive a oportunidade de ir
observando e de tantas vezes tomar como excelente exemplo de trabalho.
  Um pouco mais novo de que eu, era contudo de fácil e franco contacto, tendo - se
rapidamente começado a desenvolver um elo de inegável amizade entre nós, com respeito
mútuo das convicções políticas de cada um, que em nada puderam ir influenciando as boas
relações de trabalho.
   Por isso, durante as Reuniões Mundiais do Conselho das Comunidades Portuguesas, que
anualmente foram realizadas, quando eu tive a oportunidade de exercer as funções de
Secretário do dito Conselho, foi sempre pronta, objectiva e motivada a colaboração que pude
receber do Carlos Correia, um dos muitos Quadros Directivos e Técnicos que tive a
oportunidade de comigo colaborarem.
  Entretanto, nomeado para a Embaixada em Paris, como Conselheiro Social, os contactos que
o Carlos Correia foi tendo connosco foram menos habituais, sem que disso resultasse menor
respeito, consideração e amizade que por ele tínhamos, sobretudo eu mesmo, que muito
tenho a agradecer a sua sempre disponível colaboração, o apoio e o aconselhamento que me
podia proporcionar sobre o Conselho da Comunidade da França, sem dúvida a comunidade
portuguesa de mais difícil entendimento, na altura.
  Algum tempo depois, deixou o Carlos Correia o posto na Embaixada em Paris, para onde eu
fui nomeado, tendo tido a possibilidade de ir observando, compreendendo e avaliando o bom
trabalho que ele soubera desenvolver, por todo o território francês, muito me auxiliando na
difícil tarefa que tantas vezes tive de enfrentar.
  Depois, com a sua nomeação para a Embaixada em Luanda, bem como a posterior nomeação
para a Embaixada no Luxemburgo e o seu regresso ao MNE, como Chefe de Gabinete do
Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, espaçaram ainda mais os nossos
contactos, só recuperado o bom contacto pessoal, que tão agradável se tornara, com o meu
regresso ao MNE.
  Entretanto, com a minha passagem à situação de reforma, continuei a ter agradáveis
contactos co o Carlos Correia, tendo inclusive almoçado com ele no passado mês de Fevereiro,
partilhando da excelente disposição, real alegria e amizade que demonstrava.
 Por isso, foi extremamente surpreendente a notícia que recebi, pouco tempo depois desse
último almoço na zona do MNE – o Carlos Correia tivera um colapso cardíaco e acabara por
falecer, tendo sido com forte comoção, mal contida dor e muita saudade que, estou certo,
todos os colegas e amigos acompanharam o seu enterro.
  Mas a sua amizade, a sua simpatia e a sua camaradagem irão manter - se sempre em nossas
mentes. Até um dia, meu Caro Carlos.
                                                                      José Guerreiro

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