segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

COMUNICAÇÃO DE JOSÉ GOVERNO

Encontro Mundial de Mulheres Portuguesas na Diáspora

Maia, 24, 25 e 26 de Novembro de 2011

Comunicação sobre a temática: Liderança e Participação

Orador: José Carlos Governo (*)

A mulher tem vindo a assumir na sociedade e no mundo um papel cada vez mais ativo e interventivo nas mais variadas áreas, não esquecendo as lutas travadas pela igualdade de género e contra a discriminação. E a propósito de lutas, aproveito para informar que o governo português, através do Ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares e da Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, promoveu ontem uma Sessão de Apresentação da Campanha Contra a Violência Doméstica 2011, que pretende ser uma sessão evocativa contra todas as formas de violência contra as mulheres.
Muitos progressos têm existido nesta matéria, onde o país, a sociedade ou a cultura onde a mulher se insere, tem enorme influência na maior ou menor discriminação.
Segundo um estudo recente da Grant Thornton International Business Report, revela que as mulheres na europa normalmente ocupam 20% das posições de
liderança; na Ásia, sem o Japão, chega a 27%; os países do G7 com 16% e a América do Norte, com 13%, havendo, portanto, ainda um caminho a percorrer, mas que se vislumbra cada vez mais curto.
Dava como bom exemplo o Gabinete do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, de que também integro, o Dr. José Cesário deu um claro exemplo de equidade e igualdade de género, tendo nomeado para o seu gabinete 4 homens e 5 mulheres, uma das quais a própria chefe do gabinete.
Este estudo, revela ainda que a mulher brasileira é a mais empreendedora e por conseguinte ótimas parceiras para negócio, mas, em contraponto, as portuguesas são das que mais trabalham na União Europeia. Existe hoje sem dúvida mulheres de grande sucesso profissional, que outrora também foram mulheres de sucesso, mas em casa, na família, com os filhos, não sendo, no entanto, valorizadas e reconhecidas. No entanto, esta igualdade de género, por que tanto lutam as mulheres, importa lembrar que não se pretende que as mulheres e homens se tornem num padrão de igualdades, mas antes que se diferenciem naquilo que são nas suas identidades e formas de ser e estar. É desejável que as mulheres continuem a ser mulheres, com todo o seu feminismo e sensibilidade própria, procurando que a sociedade potencie o melhor de cada.
Não foi e continua a não ser um caminho fácil para as “nossas” mulheres portuguesas na diáspora, mas enquanto não se reconhecer a discriminação não se pode combatê-la e, por conseguinte, estes encontros, são espaços de debate, de discussão e de reconhecimento dessa mesma descriminação. Mas ao mesmo tempo de reconhecimento da luta, da bravura, das capacidades, das provas dadas em todos os campos, desde as artes às ciências, do desporto à política, do mundo empresarial à sociedade em geral, onde foram capazes de participar, de agarrar e criar desafios e de liderar, salientando as suas capacidades ímpares de multitarefa.
Este sucesso alcançado de que falo, tem inclusivamente tido o alcance e o reconhecimento público ao mais alto nível, como será disso exemplo no decurso deste encontro, quando S. Exª o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, condecorar uma mulher portuguesa da diáspora.
Foi com agrado que na passada 4ª feira, tomei conhecimento, da boa notícia, Sandra Correia, uma portuguesa, foi eleita a empresária da Europa de 2011, liderando o maior negócio de cortiça em Portugal e no Mundo, tendo recebido o galardão em Paris. Este é um exemplo de muitos.
Este encontro, é aliás, precisamente uma amostra daquilo que as mulheres perante a adversidade de uma sociedade outrora fortemente discriminatória, a adversidade da língua, da distância, da cultura, dos desafios, entre tantas outras, estão aqui reunidas um conjunto de mulheres a mostrar que foram capazes de ir às entranhas da alma portuguesa e chegar até aqui.
O que vi e assisti neste encontro, ao longo destes 3 dias, foi absolutamente grandioso, experiências de vida marcantes; exemplos de luta e coragem. Foi tocante ver a participante Frazão Frias do Brasil, emocionar-se na sua intervenção, pela sua história de luta difícil, mas triunfante; foi delicioso ver a emotividade da Jacqueline Corado “da Silva” ao declamar um poema de Maria Lamas; a história de luta e de vida da D. Maria do Céu Campos na Alemanha, entre tantos outros exemplos. Deste encontro nasceram novas ideias, novo entusiasmo, partilha de experiências e contatos e, estou certo dará os seus frutos.
Todas estas dificuldades aqui relatadas, tornaram a mulher mais forte, reforçou a sua capacidade lutadora, encarando a adversidade como um desafio e não uma derrota, pois, as dificuldades devem ser usadas para crescer. Citando Bryan Forbes, “A história tem demonstrado que os notáveis vencedores normalmente encontram obstáculos dolorosos antes de triunfarem. Eles venceram porque se recusaram a se tornarem desencorajados por suas derrotas.
Este potencial de valor, que tem sido as mulheres portuguesas na diáspora, deve ser valorizado e reconhecido, pois têm sido verdadeiras embaixadoras de Portugal no mundo. E se poderá ser verdade “que por detrás de um grande homem existe uma grande mulher”, não é menos verdade que por detrás de uma mulher existe uma grande lutadora.
E terminava esta minha comunicação sobre esta temática da participação e liderança, afirmando que não tenho dúvidas, segundo vários indicadores a suportá-lo, as mulheres serão as próximas líderes da sociedade.
Pessoalmente, não defendo uma sociedade machista, nem uma sociedade feminista, mas uma sociedade com valores.

(*) Licenciado em Matemática e Ciências da Natureza; Pós-Graduação em Gestão Estratégica na Administração Escolar; Formador especialista na área da “Indisciplina
na Escola”, atualmente a exercer funções no Gabinete do Secretário de Estado das
Comunidades Portuguesas

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