segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A NOTÍCIA DA LUSA

Lusa
Comunidades: Mulheres emigram cada vez mais mas continuam afastadas da liderança no associativismo

Associação "Mulher Migrante" em Congresso na Maia - 24 a 26 de Novembro

Maia, 25 nov (Lusa) – Apesar de estarem a emigrar cada vez mais, as mulheres permanecem “mais invisíveis” nas comunidades portuguesas no estrangeiro e afastadas da liderança das associações, destacaram vários intervenientes que participam num seminário que decorre hoje na Maia.

“Os homens têm maior visibilidade” nas comunidades emigrantes portuguesas e “as mulheres não estão nos órgãos de gestão das associações”, reconheceu o deputado Paulo Pisco (PS), eleito pelo Círculo Fora da Europa, no Encontro Mundial de Mulheres Portuguesas na Diáspora, que decorre hoje e no sábado, na Maia organizado pela associação Mulher Migrante.

Isto apesar de – apontou – as mulheres que emigram apostarem “mais [do que os homens] na formação e na valorização profissional”.

Elas “são mais descomplexadas e cosmopolitas”, tendo deixado meios rurais e recomeçado “tudo em meios urbanos, onde se reinventam com mais autonomia”, o que veio “desestabilizar os papéis de género”, descreveu o deputado socialista.

“Se a comunidade portuguesa não se assume, se se esconde, as mulheres muito mais, apesar de terem sido sempre aquelas que tiveram mais estudos”, sublinha José Machado, ex-presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas, órgão consultivo que liderou durante seis anos e que sempre lamentou ser “apenas composto por homens”, defendendo a “imposição de quotas”.

Em declarações à agência Lusa à margem do seminário, Isabelle Oliveira, diretora da Faculdade de Línguas Estrangeiras Aplicadas da Universidade de Sorbonne, em Paris (França), distingue homens e mulheres pelo tempo de emigração – com eles a optarem por “formas mais temporárias” e elas a “tomarem decisões definitivas e radicarem-se”.

“As mulheres conseguem uma melhor integração”, analisa a professora universitária, que nasceu em Barcelos “por acidente” e viveu toda a vida em França, tendo aprendido português apenas na faculdade e dirigindo hoje um departamento que conta com 200 alunos da língua de Camões, que a aprendem “aplicada aos negócios”.

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