sexta-feira, 7 de agosto de 2020

AMMO

>Algumas considerações sobre o seu modo de ver e trabalhar para os objetivos fundamentais da AMM, fazendo referência à colaboração já dada e iniciativas da AMM e/ou novas propostas.


Sou imigrante no Canadá desde 1985 e a temática da imigração tem sido objeto de meu interesse desde o início. Na verdade, 50% dos estudantes a quem lecionei Língua e Cultura Portuguesa, aos longo de três décadas, no Departamento de Espanhol e Português da Universidade de Toronto eram luso-descendentes. Foi, por essa razão, que naturalmente me interessei por questões de identidade, falta de integração ou/e assimilação, problemas de intergeracionalidade e muitos outros.


Em 2003, quando se comemoravam os 50 anos da imigração oficial dos portugueses para o Canadá, tive a iniciativa de destacar a mulher imigrante portuguesa organizando o I Congresso Internacional sob o tema “A VEZ E A VOZ DA MULHER IMIGRANTE”. Esse encontro despertou o maior interesse entre os investigadores e público em geral e, quando apresentei o desafio de dar continuidade a esse forum de discussão, obtive o maior entusiasmo. Outros encontros internacionais se seguiram sob a mesma temática: em Berkeley, na Califórnia, na Universidade Federal do Paraná, Brasil, na Universidade de Macau, China, na Universidade de Nanterre, França e na Universidade do Porto, Portugal. Em 2005, quando na Universidade de Berkeley, apresentei no II Congresso um trabalho sobre a importância dos avós imigrantes na preservação da língua materna e património cultural, desafiaram-me a iniciar uma nova rede de congressos com o enfoque nos avós. Aceitei e organizei em colaboração estreita com a professora Rosa Simas, da Universidade dos Açores o I Congresso Internacional “A Voz dos Avós: Memória e Património Cultural”. Seguiram-se encontros semelhantes em Lisboa, na Fundação Pro Dignitate com a parceria do CEMRI (Universidade Aberta), depois novamente na Universidade dos Açores, a seguir na Universidade de Toronto, tendo o último congresso tido lugar em Salvador, no Brasil, com a colaboração das Universidades Católica da Baía e Univ. de Pernambuco.


2 – Algumas considerações sobre o seu modo de ver e de trabalhar para os objetivos fundamentais da AMM, fazendo referência à colaboração já dada e iniciativas da AMM e/ou a novas propostas.


Através da Doutora Manuela Aguiar, nas suas intervenções em Toronto, tive conhecimento da AMM e simpatizei, desde o início, com a organização. Por ser uma associação cujos objetivos eram dar a conhecer uma realidade que muitos ainda desconhecem. Procurei colaborar deslocando-me a Portugal, em algumas ocasiões para encontros organizados pela AMM. Mas foi em Toronto que estive mais envolvida: participei em encontros de associativismo e cidadania realizados nesta cidade, fiz convite à AMM para lançar aqui as Academias Seniores de Artes e Saberes (ASAS Toronto, 2008), para comemoraros 40 anos do 25 de Abril (2014) e para um Simpósio intitulado “Mulheres da Diáspora Portuguesa em Movimento”( 2016).

Há muito para fazer e há potencial riquíssimo para se levar projetos a bom termo. Não tenho dúvidas de que uma organização como a AMM pode servir como alicerce para se poder construir em Toronto uma delegação da AMM com iniciativas comuns e outras mais específicas para a nossa realidade. Arcelina Santiago esteve em Toronto, no dia 31 de outubro, num encontro da AMM; testemunhou que há um grupo de associados entusiastas, dispostos a trabalhar para que a Associação de Estudos e Solidariedade Mulher Migrante continue fiel aos seus príncipios e objetivos.

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