sexta-feira, 7 de agosto de 2020

OS CONCERTOS A PORTUGALIDADE AVA

CONCERTOS A Portugalidade" - Comemorações do 75º aniversário do Maestro António Vitorino de Almeida

As conferências/Concertos com Miguel Leite e o Maestro António Vitorino de Almeida integraram-se na homenagem promovida pela SECP, em parceria com a AEMM, ao compositor português mais importante da atualidade, que, tendo vivido mais de 30 anos em Viena, é também um símbolo da emigração altamente qualificada, que hoje assume proporções jamais vistas.

A iniciativa permitiu atingir dois objetivos, em simultâneo: levar às comunidades do estrangeiro, em palcos internacionais, a Arte e a Cultura portuguesas, em atuações de caráter didático e formativo, e celebrar, em ambiente festivo, uma data especial na vida de uma pessoa especial - um expoente da nossa Cultura, e da nossa Música, que é também um genial comunicador.

Em 2015, realizaram -se os primeiros espetáculos no Luxemburgo (no Auditório Municipal da cidade de Esch) e em França (Paris - no Conservatório Jean-Baptiste Lully da Municipalidade de Puteaux) - momentos inesquecíveis, emocionantes, que terminaram, da mesma maneira, todos de pé, num imenso aplauso ao homenageado. Na fórmula adotado, um diálogo entre dois especialistas, que, no palco falávam de grandes músicos portugueses e de outros vultos da cultura deles contemporâneos, havia sempre ocasião para os mementos mágicos em que o Maestro tomava conta do piano, ou em que o piano tomava conta dele, na execução de obras dessse compositores, ou em pura improvisação - memorável o improviso dedicado soa Cristos de Mestre Adelino Ângeli, em Puteaux - com o mestre comovido a exclamar "igaul a Wagner!"Presentes no Luxemburgo o Embaixador e o Cônsul - Geral, (a quem se deve a esplêndida organização), e em Puteaux, o SECP e o Deputado Carlos Gonçalves e a Vice-Reitora da Sorbonne Isabelle Oliveira, que foi a grande impulsionadora local do concerto, que decorria no final do Colóquio realizado na Universidade da Sorbonne.(Diálogos sobre cultura, cidadania e género).
Em Esch, a ordem foi invertida, primeiro o concerto, ao fim da tarde, seguido de um jantar tertúlia, com portugueses do Luxemburgo.
Esta iniciativa da SECP de homenagem ao Maestro, não teve, no nosso país, o eco que deveria ter nos meios de comunicação social, mas no Luxemburgo a cobertura mediática foi excelente, na rádio e no jornal Contacto, que, para além da notícia, realizou entrevistas com o Maestro, Miguel Leite,e, na perpetiva da emigração atual, um dos temas da tertúlia, também Manuela Aguiar. Num relato conciso, Henrique de Burgo salienta: "A conferência-concerto decorreu num ambiente descontraído. Victorino d' Almeida passou em revista alguns dos momentos marcantes dos seus 75 anos de vida e relembrou alguns compositores portuguese. Ao piano, tocou o fado "A Severa , de compositor ignorado, Frederico de Freitas e "Verder anos " de Carlos Paredes, entre outras obras. [...] Victorino de Almemida conta com mais de 200 composições (sinfonias, óperas, fados, músuca de Câmara) e 14 livros."-j Miguel Leite acentuou a importância deste projeto para mostar que"Há outro tipo de música. Portugal é um país que tem grandes compositores, grandes pianistas e jovens músicos a dar cartas pelo mundo fora em grandes orquestras. Somos bons em tantas coisas, mas somos maus a adivulgar. Também o Maestro deu uma expressiva entrevista a Henrique de Burgo, em que começa c:: EM PORTom uma afirmação que faz o título principal:
EM PORTUGAL SINTO-ME COMO UM PESCADOR DE BALEIAS NA SUIÇA
transcrever na íntegra
No início do jantar-tertúlia, Henrique de Burgo entrevistou, seguidamente, Manuela Aguiar e fez o título com uma das tónicas em que insistiu: "GOVERNO TEM DE RECONSTITUIR UMA MÁQUINA DE APOIO AOS PORTUGUESES DO ESTRANGEIRO"
[...] depois de ter deixado a Secretaria de Estado da Emigração e das Comunidades Portuguesas, Manuela Aguiar continua a trabalhar com as comunidades portuguesas no estrangeiro. Na Associação Mulher Migrante coorden vários estudos sobre os emigrantes portugueses. Considerada uma das maiores especialistas sobre a emigração, critica qualquer governo, mesmo do seu PSD. O Governo tem a obrigação Constitucional de reorganizar os serviços de amigração, o Governo tem de reconstituir uma máquina de apoio aos portugueses nos países onde estão, para evitar fenómenos de exploração", defende Manuela Aguiat.
[...] O governo tem de apoiar os que querem sair, mas apoiar de todas as formas possíveis, os portugueses que queiram regressar, Tem de haver uma política de regresso, ainda que não seja de imediato, e chamar as pessoas á medida que seja possível [..]. Com o sub-título "Meio milhâo de Portugueses saíram no mandato deste Governo", escreve " Para a dirigente da Associação Mulher Migrante , Portugal está a viver, actualmente uma situação demográfica dramática [... ] Ha emigração como nos anos 60, ainda que mais qualificada e mais dispersa. Estão a sair 120.000 a 130.000 pesspas por ano, segundo os números do actual Secret+ario de Estado dass Comunidades, José Cesário. [...] Se, futuramente, a política de regresso não for suficiente, para "refazer o tecido demográfico de Portugal", a antiga governante defende a emigração lusófona. "Os imigrantes podem ser de todos os países, de gente de boa vontade, mas acho que seria fantástico que se fizesse dentro do mundo lusófono [...] devíamos reforçar os laços da lusofonia através de migrações em massa. de preferência imigração altamente qualificada, porque estamos a perder jovens altamente qualificados. É um sonho que tenho, mas, na prática, só podemos fazer isso com desenvolvimento económico [..]
Manuela Aguiar foi quem negociou com Jean Claude Junker a "clausula de salvaguarda" que o Luxemburgo queria impor à imigração portuguesa. Diz que só 30 anos depois soube qu Juncker era contra essa imposição."Foram as primeiras grandes negociações com o Luxemburgo e não foram fáceis [...] Na altura eu não sabia,mas Juncker contou numa entrevista na Gulbenkianm quase 30 anos depois, que ele era dos que não queriam a cláusula se salvaguarda, Ele queria dar de imediato todos os direitos aos portugueses. Três anos depois, ele era primeiro ministro e acabou com a clausula de salvaguarda". A responsável relembra também o problema do ensino. " A dificuldade do ensino dos filhos dos portugueses, em três línguas, foi sempre o grande problema que apresentei às autoridades luxemburguesas. A resposta que me davam na altura é a mesma que dão hoje".

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