sexta-feira, 7 de agosto de 2020

AMM UM PERCURSO DE TRÊS DÉCADAS M C CUNHA REGO e outras comunicações

AMM  UM PERCURSO DE TRÊS DÉCADAS

   1985 -  Viana do Castelo

Recordando o 1º Encontro de Portuguesas Migrantes no Associativismo e no Jornalismo

Maria do Céu da Cunha Rêgo

No fim da primavera de 1985, quando Portugal aderiu às então designadas Comunidades

Europeias em busca de crescimento e de sustentabilidade para a democracia, Manuela Aguiar,

então Secretária de Estado da Emigração, chamou a Viana do Castelo mulheres das

comunidades portuguesas, que se tivessem distinguido nas áreas do associativismo ou do

jornalismo nos países que também tinham feito seus. Antecipou assim, em cerca de 10 anos, o

que haveria de ser uma das principais recomendações da IV Conferência Mundial sobre as

Mulheres organizada pelas Nações Unidas em Pequim, em 1995: a indispensabilidade do

empoderamento das mulheres, de que são pressupostos, a visibilidade e o reconhecimento.

Foi, com efeito, antes de mais, uma acção positiva: as reuniões institucionais de

representantes das comunidades portuguesas eram, em princípio, redutos de homens. Dar voz

às mulheres, constatar as suas realizações, ouvir as suas críticas e as suas vontades, registar as

suas propostas, celebrar este encontro em Portugal foram objectivos conseguidos.

As comunicações - seleccionadas de entre as que enviaram “mulheres consideradas relevantes

quer no jornalismo quer no associativismo pela estrutura diplomática e consular”, no dizer de

Maria Luísa Pinto, então presidente Instituto de Apoio à Emigração - agruparam-se em três

temas e foram apresentadas por portuguesas de todos os continentes e de diversas idades:

·         As mulheres migrantes na sociedade (com comunicações do Brasil, da República da África

do Sul, do Luxemburgo, de França, do Canadá, da Austrália e dos Estados Unidos da América);

·         As mulheres migrantes e o jornalismo (com comunicações do Reino Unido, da Argentina,

dos Estados Unidos da América, do Brasil, de França e do Canadá);

·         As mulheres migrantes e o associativismo (com comunicações dos Estados Unidos da

América, da Venezuela,  da Argentina, de França e do Canadá).



Houve ainda teatro e cinema sobre a emigração portuguesa em França apresentado por jovens

residentes naquele país, concertos, palestras, exposições e momentos de lazer e de convívio.

A iniciativa, organizada pela Secretária de Estado e pelo então Instituto de Apoio à Emigração,

foi apoiada pela UNESCO e outras instituições a nível nacional e local. Nela intervieram, para

além das entidades organizadoras e de elementos do Conselho das Comunidades Portuguesas,

figuras públicas residentes em Portugal - deputadas, escritoras, académicos, jornalistas e

representantes de diversos departamentos da Administração Pública.



Ficaram conclusões que, nos anos seguintes, vieram a inspirar políticas públicas em Portugal e

iniciativas das comunidades portuguesas por todo o mundo, incluindo a criação da Associação

Mulher Migrante, que actualmente integra o Conselho Consultivo da Comissão para a

Cidadania e Igualdade de Género. Ficou um livro a dar conta de tudo, editado pelo Centro de

Estudos da Secretaria de Estado, ao tempo já designada das Comunidades Portuguesas. E ficou

uma saudade de repetição, só concretizada 20 anos depois, numa versão actualizada, com os

“Encontros para a Cidadania: A igualdade de homens e mulheres nas comunidades

portuguesas” que tiveram lugar em diversos continentes entre 2005 e 2009 e que encerraram

em Espinho.

E eu que, pelas funções que fui exercendo, contribuí para a organização de vários destes

encontros, só posso agradecer o privilégio, a alegria e o enriquecimento que este trabalho me

deu.

1985 - O CCP, o Encontro de Viana e as políticas de género

Maria Manuela Aguiar

1- 2015, num momento em que o CCP, renovado por um processo eleitoral, tem de repensar a

sua atuação, para ocupar, mais e melhor, o espaço privilegiado, que é o seu, no diálogo e

cooperação entre portuguesas e portugueses do mundo inteiro e na sua representação

perante o Governo, a diplomacia, as entidades públicas de Portugal, num momento em que

está essencialmente voltado para hoje e amanhã, é interessante lançar um olhar retrospetivo

sobre a sua evolução, em especial no que respeita ao equilíbrio de participação de

género. Como tornar esta singular instituição mais inclusiva, mais democrática, mais capaz de

levar a Lisboa toda uma grande diversidade de situações em mudança e de problemas, novos

ou recorrentes, a solucionar na emigração? O equilíbrio de género será factor decisivo para

que cumpra melhor as expetativas e os meios nele investidos? A paridade, globalmente, é

ainda uma meta utópica, mas foi agora alcançada na Venezuela, na Argentina, em Macau...A

diferença que as mulheres aí - e porventura, também noutros países - conseguirem fazer

poderá mudar a forma de ser e de estar de um órgão, desde o seu início tão marcadamente

masculino?

2- Na sua primeira vida, entre 1981 e 1988, o CCP era eleito dentro do círculo das associações

do estrangeiro. Espelhava, naturalmente, a realidade de um universo institucional liderado por

homens, não havendo entre os seus representantes eleitos uma única mulher. Mas no

Conselho tinham também assento representantes da comunicação social, e foi no interior

desta segunda componente que se registaram, nas eleições de 1983, as primeiras presenças

femininas, Maria Alice Ribeiro (Canadá) e Custódia Domingues (França).

Foi Maria Alice Ribeiro, do Canadá, quem, na reunião Regional da América do Norte, em 1984,

propôs a convocação de um encontro mundial de Portuguesas do estrangeiro, A ideia obteve

fácil consenso e a Secretaria de Estado da Emigração promoveu a sua organização em 1985 .

A seleção das participantes foi feita com base em comunicações apresentadas por mulheres

dirigentes na esfera associativa ou envolvidas na atividade jornalística - as duas vertentes em

que se centrava o CCP. O 1º Encontro Mundial trouxe ao Minho, a Viana do Castelo, uma elite

feminina, que se distinguiu pela sageza, visão e capacidade de chegar a consensos. Foi uma

reunião diferente de todas as outras, verdadeiramente  excecional... Falaram da especificidade

de género nas migrações, mas também da emigração como um todo: o ponto de vista

feminino, até essa altura, desconhecido, sobre sociedades em transformação, às quais

queriam poder dar, livre e responsavelmente, a sua parte.

Essa primeira audição governamental foi uma espécie de "Conselho no feminino",

preenchendo um vazio absoluto, convertendo-se em prenúncio de leis e programas, visando a

paridade. A Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas instituíra, em 1987, a

Conferência para a Igualdade de Participação, que, a par de outras conferências temáticas,

funcionaria na órbita do Conselho. Porém, no verão desse ano, caiu o Governo, e com o novo

Executivo caiu o CCP e tudo o que com ele se relacionava, como era o caso das conferências

periódicas. E a questão de género na Diáspora e no CCP ficou esquecida durante duas décadas.

3- O Encontro de Viana era precursor, em termos europeus (e, ao que se afirmou, nas sessões

d 1º Encontro, em termos universais - ninguém tinha conhecimento de convocatória

semelhante por parte de um governo em favor das mulheres expatriadas). Portugal era, por

sinal, um Estado improvável para se tornar pioneiro neste domínio, com as suas políticas

particularmente misóginas, desde os tempos da Expansão até ao 25 de Abril... E mesmo depois

da revolução de 1974, continuara a centrar os esforços de promover a igualdade apenas

dentro das suas fronteiras - as prioridades da Comissão para a Igualdade denunciam

esta visão" territorialista" das suas tarefas. Em 1984/85, o impulso para a inovação e para a

mudança veio do CCP, onde uma mulher "fez a diferença". As pioneiras do Conselho eram

poucas, mas notáveis e estiveram, em 1993, entre as fundadoras da Associação Mulher

Migrante, animadas pelo projeto de criar uma associação feminina internacional, segundo

a estratégia delineada no Encontro de 1985.

4- Na sua segunda vida, em 1996, o CCP tornou-se um órgão eleito por sufrágio direto e

universal, seguindo os novos moldes entretanto adotados pelos congéneres europeus. Mas, de

facto, em muitos domínios, (ensino, cultura, segurança social, recuperação da nacionalidade,

participação cívica e política) as suas preocupações inseriam-se na senda do

Conselhos anterior. Todavia, apesar do escasso número de eleitas em cada novo ato eleitoral,

o CCP não retomou, nos seus plenários, a ideia de um forte chamamento cívico das mulheres a

uma intervenção mais ativa no seu funcionamento e nas comunidades. As principais exceções

foram o Canadá, que, com Maria Alice Ribeiro e o coordenador nacional Manuel Leal,

colocaram esta problemática nas prioridades da agenda no plano local (dinamizando, com

sucesso, colóquios e workshops em diversas cidades), os EUA, com Manuela Chaplin e

o coordenador João Morais e o Uruguai, com Luís Panasco Caetano ( que se envolveu

ativamente na promoção do associativismo feminino no sul da América) . Não haverá muito

mais a assinalar.

A decisão de promover o aumento da presença feminina na instituição acabou por vir de fora,

não em cumprimento de uma qualquer recomendação dos conselheiros, mas "ex vi legis", com

a extensão às eleições do CCP das regras da Lei da Paridade, que rege a composição do

Assembleia da República, das Assembleias Legislativas das Regiões Autónomas e das

Autarquias.

E, por puro acaso, fruto da cronologia eleitoral, a primeira experiência da aplicação da

chamada "lei das quotas" foi justamente a elaboração das listas para o Conselho. Um teste

positivo, já que a proporção da mulheres aumentou, sem prejuizo da sua competência.

Porém, no que respeita a cargos formais (presidência do órgão ou das comissões), o CCP tem

sido sempre um "mundo de homens", ao contrário da Assembleia da República, onde a

 presidência, vice-presidência, chefia de delegações internacionais, dos grupos parlamentares

e de comissões por deputadas entrou no domínio da normalidade ..

.5- A composição do Conselho saído das eleições de setembro passado, está muito longe da

igualdade de género, com apenas 12 mulheres conselheiras, embora a paridade tenha sido

alcançada, aqui e ali... A Venezuela figura, doravante, nos anais da instituição, com a liderança

feminina das listas vencedoras no conjunto das duas áreas consulares, e os nomes de Milú de

Almeida e de Fátima Pontes, que encabeçaram listas rigorosamente paritárias. O mesmo se

diga da Argentina, com Maria Violante Martins, e de Macau, com Rita Santos.

Se quantitativamente o resultado fica muito aquém do ideal da paridade, já de um ponto de

vista qualitativo ( olhando o movimento que leva as mulheres ao "empoderamento" na

assembleia representativa dos emigrantes, que é o CCP), há sinais promissores de mudança.

Pela primeira vez, são eleitas conselheiras oriundas de um associativismo de matriz cívica, de

um "congressismo" que se reconhece no " espírito de Viana" - caso da "Mulher Migrante" com

as suas ramificações internacionais, particularmente fortes na América do Sul, na Venezuela,

na Argentina. Maria Violante, Milú de Almeida e Fátima Pontes são associadas e dirigentes da

"Mulher Migrante"..

6 - O CCP fez história das políticas de género com a proposta do Encontro Mundial de 1985,

que designámos como uma espécie de "CCP no feminino". Tem agora, com militantes de

movimentos que aí nasceram, a possibilidade de levar por diante essas políticas, incluindo na

sua agenda de preocupações e de prioridades de ação a metade marginalizada das

comunidades, as mulheres, ou seja, de integrar, definitivamente "o feminino no CCP".

RECORDANDO LAURA BULGER

Graça Guedes, Professora Catedrática, Secretária Geral da AECS Mulher Migrante

Neste ano de 2015, outra das nossas associadas e das mais antigas, nos deixou: Laura Bulger.

Conheci a Laura há trinta anos, em Viana do Castelo, no emblemático 1º Encontro de

Portuguesas Migrantes no Associativismo e Jornalismo, organizado pela Secretaria de estado

das Comunidades Portuguesas.

Veio em representação do Canadá e, especificamente, enquanto responsável pelos Estudos

Portugueses na York University de Toronto, onde era Professora, para nos dar a conhecer a

problemática da mulher imigrante numa sociedade pluralista, como é a do Canadá (In Actas do

1º Encontro de portuguesas Migrantes no Associativismo e Jornalismo. Porto: Edição do

Centro de Estudos da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, pp. 49-51).

Algum tempo depois e a seu convite, conheci bem de perto os jovens que integram os Estudos

Portugueses na York University, quando aí me desloquei para proferir uma conferência e

percebi a dinâmica deste grupo que a Laura liderava, na prossecução da missão que encetaram

- transmissão de uma herança cultural que seja adequada à realidade atual do país de origem.

Efetivamente, os valores tradicionais transmitidos pelos seus Pais e com que se identificam,

mantêm uma cultura transplantada de um Portugal de há mais de 25 anos e tal como Laura

nos relatava em Viana do Castelo (p 51) … com elementos estáticos que os filhos não

conseguem compreender nesta sociedade multifacetada e em constante evolução, pelo que a

missão deste grupo de estudos universitários balizava adequar a nossa herança cultural a este

País de acolhimento, politicamente multicultural e incentivador da participação ativa do

imigrante na nova sociedade, sem ter de abdicar da língua e cultura de origem.

Conheci-a então melhor, não só no seu contexto de trabalho, mas também no seu ambiente

familiar, pois fez questão que ficasse alojada em sua casa. Uma moradia antiga, victoriana,

localizada num pacato bairro residencial de Toronto. Com o marido John e o seu gato

Chomsky, partilhamos momentos fantásticos que nunca esquecerei, impregnados da sua

inteligência e do seu sorriso sereno!

Aqui ficou consolidada a nossa amizade e que perdurou.

Encontrávamo-nos, sempre que vinha a Portugal e ao Porto, onde tinha residência.

Mais tarde e de regresso a Portugal, passou a integrar o quadro docente da Universidade de

Trás os Montes e Alto Douro (UTAD), mas continuou com residência no Porto.

A Laura era licenciada em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade

Clássica de Lisboa, onde também obteve o seu doutoramento, com uma dissertação onde o

objeto de estudos foi A Sibila (1954) de Agustina Bessa Luís, tornando-se uma grande

especialista da obra magnífica desta grande mulher da literatura lusófona e também uma

grande sua amiga.

Participou em muito eventos científicos organizados pela Associação Mulher Migrante, tais

como em 1995 e em Espinho, no Encontro Mundial de Mulheres Migrantes – Gerações em

Diálogo, onde foi comentadora da Mesa Redonda A Mulher nas Literaturas de Língua

Portuguesa, moderada por Agustina Bessa Luís. E também em 2011, na Maia, no Encontro

Mundial de Mulheres Portuguesas na Diáspora, onde interveio no Painel Cidadania e

Cultura, com a comunicação intitulada Agustina revisitada… num relance (In Aguiar, M. &

Guedes, G. Orgs.Encontro Mundial de Mulheres Portuguesas na Diáspora. Edição da

Associação Mulher Migrante. Espinho: Tipografia Meneses – Cooperativa Gráfica de Espinho,

pp. 62-65).

Cidadania e Cultura, marcam a vida da Laura Bulger e marcaram todos e todas com quem

partilhamos momentos de convívio ou de aprendizagens e que nunca esqueceremos.

O seu sorriso sereno e a sua simpatia perdurará em todos nós.

   1995 – Espinho

 O ENCONTRO MUNDIAL DE MULHERES MIGRANTES – GERAÇÕES EM DIÁLOGO

 UM CONGRESSO A ABRIR CAMINHOS DE FUTURO

Graça Guedes, Professora Catedrática, Secretária Geral da AECS Mulher Migrante

Introdução

O Encontro Mundial de Mulheres Migrantes – Gerações em Diálogo, realizado em Março de

1995, marca indelevelmente o início das atividades da Associação de Estudo, Cooperação e

Solidariedade Mulher Migrante, criada por escritura notarial em 2 de janeiro de 1994, razão

pela qual valerá a pena revisitar este evento, decorridos já 20 anos, numa tentativa de

evidenciar a sua importância, apesar de existirem publicações que o relataram, incluindo

muitas das comunicações *.

Uma Associação, que se inspirou nas grandes conclusões o 1º. Encontro de Portuguesas

Migrantes no Associativismo e Jornalismo organizado pela Secretaria de Estado da Emigração

em 1985 e assim iniciou este caminho que vem percorrendo: de estudo e investigação que

envolve a problemática da mulher portuguesa na nossa diáspora.

Este Encontro, que serviu para dar a conhecer a nossa associação, foi também a concretização

de uma das recomendações do Encontro de Viana (1985), que visava a realização de um

Congresso de Portuguesas no Mundo e, segundo Manuela Aguiar (2009), … com a finalidade de

abordar áreas temáticas, tais como a presença feminina no associativismo, na comunicação

social, no trabalho, no ensino da língua, na preservação da cultura, através das segundas

gerações, na preparação do regresso a Portugal.

No Encontro Mundial de Espinho intitulado Gerações em Diálogo estiveramcerca de 400

participantes, muitas das quais vindas dos cinco continentes e na sua grande maioria dirigentes

associativos, professores, investigadores, antigos conselheiros do CCP, jornalistas, políticos,

jovens das comunidades e de associações espinhenses.

Tive a honra e a satisfação de ter sido desafiada pela Direção e pela Presidente da Assembleia

Geral para organizar este primeiro Encontro, cuja tarefa foi facilitada pela extraordinária

equipa que me apoiou.

Neste recuo de 20 anos, será relatada esta experiência magnífica e, provavelmente,

evidenciados factos que marcaram este Encontro que terá aberto os caminhos de futuro da

nossa Associação.

Encontro Mundial de Mulheres Migrantes – Gerações em Diálogo. Comunicações (s/ data).

EdiçãoAECS Mulher Migrante. Oliveira de Azemeis: Oficinas Gráficas do Jornal “A Voz

de Azemeis”

Encontro Mundial de Mulheres Migrantes – As Ideias e os Factos Assinalados (s/ data).

Edição AECS Mulher Migrante. Oliveira de Azemeis: Oficinas Gráficas do Jornal “A Voz

de Azemeis”

Mulher Migrante – O Congresso ONLINE (2009). M. Aguiar & T. Aguiar (Coordenação). Edição

AECS Mulher Migrante. Porto: Rocha artes gráficas.lda.

Organização

Todas as tarefas são simplificadas, quando a equipa é coesa e dinâmica, interessada em tudo

fazer para o êxito desta organização. Com diferentes vivências e formações

académicas, muitos dos quais estudantes de doutoramento da minha Faculdade, propiciaram

uma articulada intervenção para dar resposta a todas as necessidades.

Orgulho-me desta equipa que tão bem me apoiou e que muito justamente merece ser elogiada

neste texto, com o meu maior agradecimento: Rosa Maria Albernaz, Isabel Aguiar, Maria José

Vieira, Estefânia Ribeiro, Elsa Gaioso Vaz, Conceição Maia, Manuela Diniz, Sandra Prata,

Manuela Barros Aguiar, Conceição Catarino, Sónia Teixeira, Mónica Silva, Iguatemy Lucena

Martins, LuísAntonio Silva, Juarez Nascimento, Solange Nascimento,

Joyce Stefanello, Wenceslau Leães Silva.

Desde o acolhimento no aeroporto, com o transporte fornecido pela Câmara Municipal de

Espinho e que garantiu todas as chegadas, considerando a diversidadedos horários, instalação

no Hotel Praiagolfe onde se realizou o Encontro, organização dos espaços e funcionamento das

atividades definidas na programação, para além de tudo quanto possa envolver as dúvidas e

necessidades de cada participante, alguém estava atento e pronto para apoiar.

Mas para que os objetivos do Encontro se pudessem implementar, sobretudo para que

houvesse uma significativa participação de mulheres vindas dos cinco continentes, foi

fundamental ter tido apoios que importa salientar e reconhecer: Secretaria de Estado das

 Comunidades Portuguesas, Secretaria de Estado da Juventude, Ministério da Educação, Sub-

Secretária de Estado da Comunicação Social, Direção Geral da Família, Governo Civil de Aveiro,

Governo Civil de Lisboa, Câmara Municipal de Espinho, Junta de Freguesia de Espinho,

Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres, Comissão de Turismo Rota da Luz,

Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Luso-Americana, Fundação Luso-Brasileira,

Fundação Oriente, Banco português do Atlântico, Praiagolfe Hotel, Salvador

Caetano, Espinfor, Centralcer, Edgar & Irmão, Saer,Solverde.

​Um Comissão de Honra que também nos prestigiou com as suas presenças e intervenções.

Todas e todos tiveram um papel preponderante, que julgo ser inédito e de que muito nos

prestigiaram

Atividades culturais

Também neste domínio se continuou a tradição do Encontro de Viana em 1985, como é bem

explicado no livro de Atas publicado em 1986 pelo Centro de Estudos da Secretaria de Estado

das Comunidades portuguesas (pp. 121-133) promovendo diversas atividades culturais, que

incluíram Teatro, pelo Grupo Cá e Lá, Cinema, com a projeção do filme Portugaises d´Origine,

Exposições – bibliográficas (organizadas pelo Instituto de Apoio à Emigração e Comunidades

Portuguesas, pela Comissão da Condição Feminina e pela Associação Portuguesa de Escritores

e Livreiros), fotográfica, intitulada Cantos e Recantos, da autoria de Esperança Marques,

patentes no espaço de convívio do Encontro e ainda uma exposição em Braga, evocando a

História da emigração e fixação portuguesa no Hawai, intitulada Os Portugueses no Hawai.

Dez anos depois, em Espinho, no final primeiro dia do Encontro e depois da receção na Câmara

Municipal de Espinho pelo Presidente José Mota, foi inaugurada num espaço central da cidade,

com acesso livre a toda a população, a Exposição Paisagem de um Povo, da pintora Fátima

Melo, um acervo que pertence à Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas,

favorecendo, assim, uma ligação do Encontro com a cidade que o acolheu e que ficou aberta,

na rua principal, durante todos os dias.

Trata-se de uma coleção de pintura a pastel sobre papel, composta por 15 telas, representando

diferentes regiões de Portugal e que havia sido encomendada à autora pela então Secretária

de Estado da Emigração, Drª. Manuela Aguiar.

anexo









Este primeiro dia não terminou, sem uma oportunidade para todas se conhecerem melhor.

Houve um convívio cultural, onde não faltou o canto, a dança e a poesia, protagonizados pelo

grupo Como Elas cantam e Dançam em Paços de Brandão, dirigido pela Dona Joana Ferreira

Alves e considerado internacionalmente como o melhor grupo etnográfico português, pela

Tuna Feminina da Universidade do Porto e pela poetisa Elsa Noronha, também

interveniente na Mesa Redonda do Encontro intitulada A Mulher nas Literaturas de Língua

Portuguesa, moderada pela escritora Agustina Bessa Luís.



Depois de três dias de intenso trabalho em Espinho, as participantes deslocaram-se para

Lisboa, onde tiveram uma receção no Hotel da Lapa, oferecido pela Senhora Governadora Civil

de Lisboa, Drª. Adelaide Lisboa, sem porém deixarem de passar por Aveiro, para um passeio

turístico na Ria, num barco Moliceiro, oferecido pelo Governador Civil de Aveiro, Dr. Gilberto

Madail e pela Comissão de Turismo Rota da Luz.



Conclusão

​Seria exaustivo​apresentar aqui as conclusões de cada um dos painéis que estão registadas na

publicação frequentemente referida neste texto (Encontro Mundial de Mulheres Migrantes – As

Ideias e os Factos Assinalados. Oliveira de Azemeis: Oficinas Gráficas do Jornal A Voz

de Azemeis) e ao longo de 11 páginas (pp. 75-86).

Seleciona-se uma e relativa às relações inter-geracionais, em homenagem à grande temática

do Encontro: Gerações em Diálogo:

​​





A terminar, será de registar na entrevista feita pelo Jornal Lusitano à  Drª Manuela Aguiar e

que intitulou Um Sonho Partilhado, a resposta colocada acerca do que mais importante

destacou do Encontro de Espinho: Quando olho para trás e vejo as pessoas que estiveram

connosco, a quantidade e qualidade do trabalho efetuado, penso que aconteceu um milagre,

pois era uma iniciativa extremamente difícil de gerir. O ambiente humano foi excelente, o que

permitiu que todos dialogassem de uma forma fraterna, sem ter acontecido nenhuma

hostilidade.Ainda por cima vive-se numa fase pré-eleitoral que é sempre conflitual e, estando

presentes políticos de vários partidos, não houve nunca a tentação de politizar a reunião. E

acrescentou, … O diálogo de gerações aconteceu.

E assim aconteceu em Espinho, em 1995.

 Participação

​Concretizando uma das recomendações do Encontro de Viana (1985), que visava a realização

de um Congresso de Portuguesas no Mundo, trouxemos a Espinho mulheres que foram

criteriosamente escolhidas pela Direção da Associação ECS Mulher Migrante, dado o seu papel

preponderante nas comunidades portuguesas onde vivem e mesmo membros do Conselho das

Comunidades Portuguesas (Manuela Chaplin e Maria Alice Ribeiro). Do oriente (Malaca

– Joan Marbeck, Goa – Fátima Garcia e Maria Lopes, Damão – Graça Rocha), ao ocidente  e até

á Califórnia – Mary  Giglitto e Maria João Brantuas. Dos estados Unidos da América, Manuela

Chaplin, Manuela Ferreira, Berta Madeira, Gabriela Vetter. Do Canadá, Conceição Freitas,

Lourdes Lara, Alice Ribeiro, António Ribeiro e Idalina Silva. Do Brasil, Núbia Marques,

Maria Pisolante e Benvinda Maria. Da Venezuela, Juliana Resende. Da Africa do Sul, Vera

Nazaré e Maria Salgado. Da Europa, Mari Freitas (Holanda), Lígia Alvar, Olímpia Oliveira e Céu

Cunha (França). Todas estiveram presentes, com intervenções magníficas.

Algumas já tinham estado em Viana, em 1985 (Eulália Salgado, Lourdes Lara, Juliana Resende,

Manuela Chaplin, Berta Madeira, Mary Giglitto) e outras, agora a residir em Portugal, tais

como a Laura Bulger (Canadá) e Leonor Xavier (Brasil).

Estiveram presentes cerca de 400 participantes, sendo 91 das comunidades

 portuguesas espalhadas pelo mundo, muitas das quais sem terem o financiamento da

Associação Mulher Migrante e indentificadas na separata do Jornal Lusitano (Edição nº 305 de

25 de Março de 1995).

2005 - 2009 -  Buenos Aires, Estocolmo, Joanesburgo, Berkeley  e Toronto

" ENCONTROS PARA A CIDADANIA - a igualdade entre mulheres e homens"

MARIA BARROSO, O ROSTO DE UMA CAUSA

Em 1985, o "1º Encontro Mundial de Mulheres no associativismo e no jornalismo" da Diáspora

foi o primeiro passo de uma política para a igualdade, que, após um hiato de 20 anos, seria

relançada pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, em 2005.

Para presidir aos Encontros o Secretário de Estado António Braga convidou a Dr.ª Maria

Barroso. Ninguém, como ela, poderia ser o rosto de um grande projeto de inclusão de género

e geração na vivência plena da cidadania, nas comunidades portuguesas. Todo o programa foi

desenvolvido ao longo de quatro anos em parceria com a AEMM, a Fundação Pró Dignitate e

outras ONG’s do País e das comunidades do estrangeiro. Maria Barroso estivera presente nas

iniciativas da AEMM, desde a primeira hora, como nós estivemos com ela nos quatro cantos do

mundo nestes verdadeiros congressos, com que se fazia o progresso da democracia

portuguesa, levando a aplicação das políticas públicas da igualdade para fora dos limites do

território.

As portuguesas da Diáspora tinham perante si um símbolo vivo, a Mulher e Cidadã, que soube

sempre, de uma forma tão caracteristicamente feminina, fazer muita coisa, ao mesmo tempo,

e tudo muito bem – estar no centro da sua família e ter uma intensa vida profissional, dedicar-

se à política e ao voluntariado pela cultura e pela paz..

Foi de facto, fundamental para a interiorização do espírito do projeto por cada uma e por cada

um dos presentes o terem perante si a "Mulher-símbolo", encarnada numa pessoa simples,

solidária, encantadora. A mensagem passava, com a beleza da sua palavra e do seu sorriso.

Todas a sentíamos como “uma de nós”, sem nunca esquecer a sua absoluta excecionalidade.

De Buenos Aires (2005) a Estocolmo (2006), de Toronto (2007) a Berkeley e a Joanesburgo

(2008), reunimos com representantes das comunidades de toda a América do Sul, das duas

costas da América do Norte, da Europa, da África e, em 2009, em Espinho, pudemos concluir

no “encontro dos encontros” o balanço desta experiência inédita, do ambiente em que fora

vivida, das esperanças que despertara. O seu impacte prolonga-se até hoje, em novas

realizações, deixando-nos a convicção de que há um período antes e depois deste

encadeamento de congressos, no que respeita à política de Estado e seus resultados, na

consciência das questões de género nas próprias comunidades e no florescimento de

movimentos norteados pela ideia da paridade

BUENOS AIRES

Na Biblioteca Nacional, o auditório Jorge Luís Borges foi durante os dias do congresso um

espaço luso-argentino, ouvia-se o português e o castelhano, falou-se de Regina Pacini, a

portuguesa que foi até hoje, a única primeira-dama estrangeira do País. Maria Kodama foi

presença assídua. A Embaixada e o Instituto Camões deram uma enorme colaboração.O

Embaixador Ribeiro de Almeida e a Embaixatriz Isabel de Almeida participaram ativamente nas

sessões O mundo associativo e o mundo cultural estiveram em evidência. A cobertura

mediática foi excelente: RTP. RDP. TSF, imprensa nacional e regional. Nunca se falara tanto não

só das mulheres como das comunidades portuguesas da Argentina! António Braga reconhecia

que as questões de género tinham andado até li muito esquecidas. Respirava-se um ar de

mudança!

No final, a Presidente Maria Barroso, como que sintetizando as conclusões, diria: "Considero

que foi uma reflexão aprofundada sobre os problemas que dizem respeito às mulheres, e, em

particular, às mulheres migrantes. Mulheres e Homens têm de assumir um papel onde ambos

os géneros contribuem para a melhoria da sociedade"

A Mulher Migrante Portuguesa da Argentina, co-organizadora local do Encontro, estava de

parabéns e comemorou, nesse fim-de-semana, o seu aniversário na associação portuguesa de

Echevarria. Partimos de Buenos Aires, já em caloroso ambiente de convívio e festa, num

modesto autocarro, que a presidente Maria Barroso insistiu em partilhar connosco.

ESTOCOLMO

Co-presidiram ao Encontro Maria Barroso e Anita Gradin, antiga Presidente da Internacional

Socialista de Mulheres, Ministra da Imigração e do Comércio Externo em Governos de Olaf

Palme, Embaixadora e Comissária Europeia. Duas grandes Mulheres! Anita é, igualmente, um

nome mítico no seu país, onde, por sinal, foi pioneira na defesa do sistema de quotas. Uma

amiga de longa data da Dr.ª Maria de Jesus, e minha, desde as primeiras conferências de

ministros do Conselho da Europa, na área das migrações. O Secretário de Estado da

Presidência Jorge Lacão (que tutelava a Comissão para a Igualdade) e outros notáveis oradores

tornaram o Encontro quase paritário. A Dr.ª Maria Barroso salientou o facto: "É muito

importante que os homens estejam presentes, não queremos uma sociedade de mulheres,

mas antes de homens e mulheres conscientes dos seus direitos e deveres".

Uma ênfase na ideia da cidadania feminina para o serviço da comunidade, que nos leva a vê-la,

como uma mulher eminentemente moderna no século XXI, na linha precursora dessa plêiade

de Portuguesas que, no começo de novecentos, projetaram o movimento feminista.

As comunidades portuguesas da Escandinávia não eram das mais numerosas, mas a Suécia foi

uma escolha justificada, antes de mais, por ser um país exemplar no domínio das políticas de

género - pioneiro na implementação dos sistemas de quotas, adoptado pelo Partido Social

Democrata e, depois, generalizado a outros, pioneiro na criação de um Ombudsman para a

Igualdade, em que, de algum modo se inspirou a Comissão para a Igualdade no Trabalho e

Emprego, CITE - e, ainda por outra boa razão: ter aí surgido, em 1985, a primeira Federação de

Mulheres Portuguesas e Lusófonas na Europa, a PIKO. Coube a PIKO a organização do

Encontro, que se realizou no Museu Etnográfico, com um grande apoio e participação de várias

Ong's suecas. Valeu a pena afrontar o inverno nórdico, que contrastou com o clima humano. E,

no fim, como acontecera nos dias anteriores, tomámos todas o grande autocarro fretado pela

organização, na inesperada e muito agradável companhia de Jorge Lacão - oportunidade para

continuarmos a refletir sobre o muito que, em parceria, ainda queríamos fazer.

TORONTO

A conferência para a igualdade atraiu ativistas dos direitos humanos, deputadas canadianas,

universitários, investigadores, dirigentes associativos, mulheres e homens, e teve uma ampla

cobertura dos “media” em língua portuguesa de Toronto (que são muitos e de qualidade),

permitindo que as mensagens chegassem à comunidade inteira.

O Secretário de Estado Jorge Lacão, o Embaixador de Portugal, o representante dos Açores, a

Cônsul-Geral Maria Amélia Paiva (unanimemente elogiada pela organização da" Conferência")

e muitos outros intervenientes lembraram o caminho percorrido e o que falta percorrer. A lei

da paridade esteve no epicentro do debate.

A Dr.ª Maria Barroso, falou dos ventos de mudança ("A Mulher de hoje pode governar uma

Nação"), mas também das exigências de mobilização e persistência: “Temos muito que lutar

para que a igualdade entre homens e mulheres seja uma realidade, mas tenho a certeza de

que um dia venceremos. Já não será para mim, mas para aquelas que nos darão continuidade".

Na despedida, depois dos plenários de trabalho, das visitas a instituições da comunidade de

Toronto, fica a frase de Jorge Lacão, de que a imprensa fez títulos : "Viemos ver coisas

extraordinárias."

Antes mesmo da Conferência, Maria Barroso tinha aceite um convite de Montreal para

celebrar o Dia Internacional da Mulher. Chegara ao Canadá na noite anterior, levantou-se de

madrugada para um voo matutino, cumpriu um programa extenso, visitas à Câmara Municipal,

a organizações da comunidade, almoço num restaurante português, onde discursou, ao lado

do Cônsul Geral e da Ministra da Imigração. Falou de democracia e de futuro. Recebeu uma

infindável ovação! Muitos, emocionados, não continham as lágrimas.

Regressámos tarde a Toronto, sob neve e forte ventania. A Drª Maria de Jesus nâo dava

mostras de cansaço, mas estava com um princípio de gripe, tinha febre, e não conseguimos

que se resguardasse um pouco... Era assim mesmo, filha de militar, educada para o

cumprimento preciso dos deveres e estava em pleno combate pelas suas causas.

JOANESBURGO

As mulheres predominavam nas belas instalações do “Lusito” (ou não fosse o Encontro da

responsabilidade da “Liga da Mulher Portuguesa na África do Sul", reconhecida pelas suas

campanhas em favor da participação feminina), mas havia um significativo número de homens,

o Embaixador, o Cônsul-Geral, conselheiros do CCP, dirigentes das principais instituições

comunidade.

A Presidente Maria Barroso desenvolveu o tema da situação das mulheres através dos tempos

e no nosso tempo e lembrou-nos que "apesar da História ter sido tecida por Mulheres e

Homens, só a estes é dada relevância". Falou de uma nova agenda de temáticas em que as

mulheres podem fazer a diferença - a denúncia da violência nos media, o racismo e a

xenofobia, a indiferença perante tantos atropelos dos direitos humanos…

À margem dos trabalhos, a Dr.ª Maria Barroso reencontrou amigos que conheceu em

circunstâncias dramáticas, aquando do grave acidente do seu filho. E, nas conversas com o

Embaixador Paulo Barbosa, recordou anteriores momentos de convívio, durante a visita

presidencial a Israel, que coincidiu com a trágica morte de Itzak Rabin, amigo de longa data de

Maria Barroso e Mário Soares. Retalhos da história à qual ela pertence para sempre...

Na sessão de encerramento, o SECP António Braga destacou a importância do imparável

movimento para a igualdade que ali se continuava a desenhar, e anunciou a realização de um

Encontro Mundial de Mulheres em Portugal, em 2009.

ElLIZABEH E BERKELEY

Nos EUA, a caminho da costa oeste, começámos com uma breve estada em Elizabeth, NJ, a

convite de Monsenhor João Antão, da paróquia portuguesa de Nossa Senhora de Fátima, em

cujos salões se realizou um seminário de formação de jornalistas lusófonos, sobre as temáticas

da Paz e da Igualdade. Seguiram-se visitas a Nova York (às Nações Unidas) e a um moderno

Liceu de Elisabeth, que tem o nome de Monsenhor Antão (distinção extraordinária num país

onde é raro atribuir o nome de pessoas vivas a instituições públicas).

Em Berkeley, o tema do Encontro era "O papel da Mulher no futuro do associativismo e

movimentos cívicos da Califórnia", incidindo no paradigma de associativismo feminino

português no oeste americano (com introdução da maior especialista neste domínio, a Profª

Deolinda Adão), assim como nas estratégias para a colaboração intergeracional e no papel dos

media na formação para a igualdade. Logo depois, na companhia do Dr António Braga,

reunimos informalmente com estudantes e professores de Berkeley,e conversa prosseguiria,

seguidamente, num jantar de confraternização.

Ao valorizar, em Berkeley e em Elizabeth, a importância da interculturalidade e da criação de

novos laços de união nas Diásporas de diferentes países que se expressam em Português,

Maria Barroso, mostrava acreditar que o entendimento entre as mulheres migrantes dos

vários quadrantes da lusofonia pode fazer a diferença. No que todos nós a acompanhávamos.

Nos EUA, a campanha eleitoral para a presidência estava no auge. e ainda houve uns minutos

para entrar na sede local de campanha de Obama, comprar lembranças e tirar fotografias com

jovens ativistas...

No regresso a Portugal, uma segunda passagem por Elizabeth e pela paróquia portuguesa.

Monsenhor João surpreendeu a Dr.ª Maria Barroso com a mais bela das homenagens: Roger

Gonzalez, um talentoso artista americano, de origem galega, pintara o seu retrato, à entrada

da ala da residência onde esteve hospedada.

Ao findar um périplo por tantas comunidades, a Presidente dos" Encontros para a cidadania"

deixava, assim, o seu retrato num mural na América do Norte, tal como deixara, por todo o

lado, o retrato de corpo e alma da cidadã, que, pela palavra e pelo exemplo, mobilizara as

compatriotas para a construção de sociedades, mais livres, mais abertas a todos, mais

humanas.

Sem comentários:

Enviar um comentário