Esteve em debate: a dimensão das mulheres na
política, no mundo empresarial e nos órgãos de
decisão, com testemunhos de mulheres vencedoras, referências numa área ainda
marcada pelo masculino. Foi
realçado o empreendedorismo cultural, palco onde as mulheres das artes se
reinventam, recriam e lutam por causas nobres; as novas formas de
associativismo, as casas de cidadania, com dimensões muito abrangentes para
fazer face ao novo rosto do fluxo migratório; o fenómeno
migratório português apresentado através de vários discursos, permitindo-nos um
melhor conhecimento das várias vertentes do poliedro migratório; nova corrente
do estudo do género presente neste Encontro Mundial, onde a combinação dos
termos “mulher” e “migrante” é reflexo do hibridismo académico e da
interdisciplinaridade na investigação.
A Exposição
coletiva de pintura - "Mulheres d'Artes em Movimento" e os painéis sobre Artes e Letras foram pontos altos , onde foi
destacado o contributo das mulheres intelectuais e criativas para as mudanças
do meio cultural e na luta pela igualdade. Transportou-se para ribalta, trajetórias
identitárias de mulheres que, até agora, estiveram nas margens, e exaltou-se o
papel da língua, fator de identidade cultural. Desfilaram trajetórias de vida
a par de estudos académicos…
Destacamos algumas propostas: revisão da Lei
da paridade; novas estratégias para uma
melhor integração das mulheres na política; incentivo às novas formas de
associativismo – casas de cultura; maior apoio estatal ao ensino da língua
portuguesa e cultura da lusofonia; promoção da imagem de Portugal com o incentivo
de novas formas de empreendedorismo no feminino; promoção e incentivo a estudos
sobre empreendedorismo da diáspora, no feminino, e do universo dos
lusodescendentes; desenvolvimento de parcerias através de estratégias de coaching e mentoring para promoção das
mulheres; reforçar o apoio ao Observatório da Emigração e dos Lusodescendentes
e agilizar as redes de contacto nas e entre as comunidades; maior incentivo e
divulgação das expressões de cidadania através das artes e letras das mulheres
da diáspora; apelar à subscrição da Convenção 97, dos Direitos dos Cidadãos nos
países de destino, aos países que ainda não o fizeram, caso dos países
africanos.
De significado relevante neste encontro, no ano da
celebração do 20º aniversário da Associação, foi o tempo de memórias, presente
na homenagem a duas mulheres notáveis: Maria Lamas, que festejaria este ano 120
anos se fosse viva e Maria Archer a jornalista, escritora e tradutora Prestou-se também justa homenagem a Fernanda
Ramos, cofundadora da Associação Mulher Migrante.
Este Encontro
foi cenário para se festejar, refletir, questionar as muitas facetas
femininas da cidadania. Foi dado mais um passo na longa caminhada que temos
pela frente, no mundo da Diáspora e, em particular, da Diáspora no Feminino. Como
disse o poeta,” o caminho faz-se caminhando “ e nesta caminhada da Associação,
encetada por mulheres e homens, lutadores de causas e desejosos de um mundo
melhor, estaremos todos mais confiantes no presente, mesmo apesar dos
constrangimentos, mas já com os olhos postos no futuro.
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