terça-feira, 8 de setembro de 2009

Carlos Páscoa MULHER MIGRANTE - -ASSOCIATIVISMO E PARTICIPAÇÃO SOCIAL

CARLOS PÁSCOA

Deputado pela Emigração eleito pelo Círculo de Fora da Europa



Nas diversas comunidades que tenho tido a oportunidade de visitar, é indiscutível a importância da mulher migrante para o associativismo e para a prestação social. É muito comum que à frente das direcções das associações nas comunidades estejam visíveis os cargoa ocupados por homens, aliás, a regra é de que somente os homens ocupem os cargos de direcção, no entanto, se olharmos mais atentamente para o funcionamento dessas instituiçõoes, podemos constatar que o que as faz efectivamente funcionar são as mulheres.

Essa parte menos visível, que não se vê normalmente nas fotografias, é que é verdadeiramente o motor que faz funcionar essas associações. Isto é assim no Brasil, na Venezuela, na Argentina,no Canadá, na África do Sul, nos Estados Unidos e em praticamente todas as comunidades que visito com regularidade, que são as do círculo de Fora da Europa.

No tocante ao apoio social, aí sim as mulheres não só se destacam como a sua face é totalmente visível. Neste domínio, apoiam e se destacam com trabalhos e exemplos belíssimos, É importante salientar que em muitos casos, aliás creio que na maioria, se organizam de maneira informal e conseguem funcionar com um dinamismo e com uma força muitas vezes impensável.

Temos grupos organizados como a Mulher Migrante a sa Damas de Caracas, mas a maioria dos grupos se reune informalmente em chás beneficentes com programas e planos de actuação muito bem concebidos e muito bem realizados.

É importante destacar que a actuação dessas mulheres valentes substitui na maioria dos casos o que seria a responsabilidade do Estado, e que sem essa prestação social, muitos dos nossos emigrantes não teriam outras formas de apoio. Sou testemunha de trabalhos desenvolvidos inclusive em favelas de países sul americanos, muitas vezes até com riscos de segurança pessoal, mas sempre que há notícia de que algum português se encontra em situação de necessidade lá haverá um grupo de senhoras da comunidade que se fará presente para levar confortoo e ajuda a esse português. É de toda a justiça falarmos desses exemplos pois eles não aparecem na imprensa, no entanto, são muito mais comuns do que se imagina.

A organização das mulheres em grupos próprios ou em apoio às associações cuja face visível são os homens, são hoje uma prática comum tal como foi no passado, mas hoje percebemos que ganham mais espaço na imprensa e talvez por isso tenhamos a sensação de que actualmente as mulheres participam mais do que em tempos passados no associativismo da diáspora.

Não podemos deixar de destacar a importância crescente que as mulheres passaram a ocupar na divulgação da Cultura, nas Letras, nas Artes e principalmente à frente de meios de comunicação nas comunidades, seja na direcção de jornais e revistas, seja na direcção de programas de rádio, o que comprova que já é parte do passado essa ideia de que ficavam reservadas para ass mulheres da Diáspora somente as importantes tarefas de educação dos filhos e de cuidar dos assuntos domésticos.

Finalmente gostaria de deixar registada minha total convicção de que o futuro das associações nas comunidades passa pelas mulheres.

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