segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

DR ANTÓNIO PACHECO media ao serviço das comunidades migrantes

Durante 2009, a Fundação ProDignitate e a Associação da Mulher Migrante tencionam desencadear acções de formação para jornalistas, animadores e técnicos de som das comunidades lusófonas na América do Norte.
A formação vai centrar-se numa primeira fase nas rádios e programação radiofónica em língua portuguesa.
Porquê a rádio e programação radiofónica?
A rádio continua a ser imbatível como meio de chegar a todos os sectores da comunidade: aos mais velhos, às mulheres, em casa ou no posto de trabalho ou mesmo no automóvel. Em todos os momentos: com um pequeno aparelho de rádio ou através da internet e estamos ligado à terra, às gentes . Pode ser um exercício pessoal ou uma forma colectiva de recordar a terra, através de sons, de entrevistas. E é um meio privilegiado de debate, de formação cívica e crescimento e de contacto com o mundo. Se o programa fôr em directo, a nossa palavra pode trazer um contributo importante.
Porquê uma acção destinada à lingua portuguesa, à lusofonia e não apenas aos emigrantes portugueses?
Em Setembro de 2008, uma equipa liderada por Maria de Jesus Barroso Soares e composta pela Presidente da Assembleia Geral da Mulher Migrante, Manuela Aguiar e por mim próprio, jornalista há muitos anos ligado à area de formação teve encontros com animadores e jornalistas de língua portuguesa da Costa Leste dos Estados Unidos. E foi unânime a opinião de que havia problemas comuns aos migrantes de Cabo Verde e dos Açores na região de Rhode Island ou aos migrantes brasileiros e portugueses na região de Newark.
Este projecto de formação vai possibilitar uma maior aproximação entre migrantes de língua portuguesa, reforçando a sua luta comum pela melhoria das condições de todos.
Em próxima mensagem darei mais informações sobre este projecto
Antonio Pacheco
(Prodignitate)

11 comentários:

  1. Estou, naturalmente, de acordo com a visão do Dr. António Pacheco sobre a importância de promover, por todos os meios ao nosso alcance, a aproximação entre jornalistas e dirigents de associações da emigração lusófona. É obectivo a que não tem sido dada grande atenção, por exemplo, a nivel da cooperação com os "Palops" - mais centrada nos residentes e nas realidades vividas dentro do território ce cada Estado. É um vício antigo e arreigado este de marginalizar as "Diásporas".
    Como acontece, por exemplo, quando se fala de 10 milhôes de Portugueses, como se os outros 4 ou 5 milhões não fossem nacionais...
    E, por isso, os caboverdeanos, os brasileiros e quaisquer outros cidadãos lusófonos, são, muitas vezes, esquecidos nas políticas culturais e sociais de cada um dos Países dirigidas aos seus nacionais (onde o tratamento igualítário é ainda uma utopia), e, quase sempre, no relacionamento bilateral ou multilateral dos Estados.
    Este défice não foi, tanto quanto me pude aperceber no contacto com a emigração portuguesa, suprido pela chamada "sociedade civil". Ou seja, cada comunidade lusófona vive sobre si, resolve os seus próprios problemas, ainda não olhou à volta para aproveitar as oportunidades de dar e receber colaboração dos outros. No que respeita à formação de jornalista, e na generalidade dos sectores que consideremos.
    E, quando há uma tentativa de os pôr em contacto, como a que o Dr. António Pacheco refere, os resultados são os que ele escreve.
    Vale a pena prosseguir... Abrir caminho à criação de hábitos de trabalho comum,e, de preferência, com a presença significativa das mulheres.

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  2. Como membro do governo ou deputada pelo Círculo de Emigração Fora da Europa, desde 1980 a 2005 (e nem desconto os dois mandatos em que representei círculos territoriais, porque continuei a conviver, assiduamente, com emigrantes), foram raras as ocasiões em que participei em iniciativas conjuntas de portugueses e outros emigrantes lusófonos. Na Nova Inglaterra fiz amizade com vários caboverdeanos, que frequentavam as associações portuguesas. Mas esses eram tratados como nacionais de origem caboverdeana, e assim se consideravam. Não é o caso de que estamos a falar.
    Com Associações caboverdeanas, o primeiro contacto de que me lembro, aconteceu em Sacramento, Califórnia, no ano em que Portugal foi o País homenageado no "Camelia Festival" (e eu a oradora convidada).
    Mas também não se tratou exactamente de uma iniciativa partilhada. Fomos convidados para a festa deles, felizes porque o "Festival" nos tinha sido dedicado. Gostei imenso - da hospitalidade, da simpatia e da música, que encheu a noite.
    Um outro exemplo de colaboração recorrente, mas apenas num "eixo bilateral", é a das associações macaenses de Vancouver( em boa verdade, luso-macaenses!). Era regra estarem presentes nos encontros que tive com portugueses, nessa cidade do Pacífico, o que, naturalmente me encantava.
    Que me lembre - e eu não ia esquecer uma coisa destas... - a mais completa realização dos diferentes povos lusófonos imigrados na mesma terra, em que participei, foi já neste século, em Montreal. Nos salões da "nossa" magnífica Igreja se Santa Cruz. Uma semana cultural, com exposições de pintura, de artesanato, acompanhadas de espectáculos musicais e de dança. No restaurante improvisado, podíamos escolher pratos típicos de todos os países. Nesse dia, escolhi o menu angolano. Foi a maneira de me sentir num país onde, com pena minha, nunca estive.
    Fiquei com a esperança de que aquela "mostra" fosse o começo de muitas outras. Ali e em outras regiões do mundo.

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  3. Eu julgo que será possível manter a esperança. Seria necessário que
    (a) as comunidades deixassem de estar de costas voltadas e tentassem juntar forças na procura de objectivos comuns;
    (b) seria necessário que as estruturas consulares dos países da comunidade de países de língua portuguesa estivessem disponíveis para seguir as directivas das cimeiras da comunidade dos países de língua portuguesa...ali se refere, regularmente, que os serviços consulares de cada um dos países deve mostrar abertura, capacidade de aconselhamento para cidadãos lusófonos em geral.

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  4. Concordo, inteiramente com o António!
    Temos de reconhecer que não tem havido uma dinâmica nutural, espontânea, por parte das ONGs comunidades para caminhararem ao encontro umas das outras. E sabemos como é forte, entre os portugueses, a propensão para o associativismo, no estrangeiro. Porém, como tantas vezes tenho dito ou escrito,as iniciativas centram-se na própria comunidade local, por vezes, com organizações de cúpula, a nível de um país. Falta "internacionalização" desse movimento associativo, e o diálogo lusófono.
    O Estado, através dos seus serviços - fora, evidentemente, os consulados - deve colmatar lacunas.
    Enquanto a CPLP não envolver, não mobilizar os cidadãos, mulheres e homens, não irá longe. E não tem ido...

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  5. Acredito que é necessário aproximar os media das comunidades migrantes e falar uma linguagem comum, promovendo uma mais efectiva comunicação. Creio também que é preciso alterar uma visão estereotipada que repetidamente associa os emigrantes, apenas, a aspectos relacionados com a cultura popular e o folclore, que não sendo de menosprezar apoucam o muito que há a tratar.
    Sabemos, em Portugal, pouco dos nossos emigrantes, que costumamos ver por altura das férias, em reportagens repetitivas e que nada acrescentam sobre a evolução das comunidades, sobre o que pensam e defendem nos países de acolhimento, sobre os movimentos que eventualmente lideram.
    A rádio é naturalmente ou bom meio, rápido e eficaz, mas estamos já na era dos meios multimedia, onde o podcast tem lugar, a par do texto e da imagem, foto e vídeo.
    É um comentário que deixo à consideração
    Maria Rosa Sampaio

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  6. Na emigração portuguesa, como diz a Prof. Rosa Sampaio, é preciso evitar generalizações e esteteotipos e saber dialogar com pessoas e grupos com características muito diversas...
    Há, sem dúvida, sobretudo entre os mais jovens, quem esteja preparado para usar meios de comunicação incomparavelmente mais eficazes do que os tradicionais (sem que por isso estes devam ser abandonados, como é óbvio).
    De algum modo, é a esses que se dirige esta iniciativa.
    E a provar as suas potencialidades, aí está, por exemplo, a experiência do "star tracking"

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  7. O mesmo se diga do apoio às formas de expressão da cultura popular. O importante é não as tornar a imagem de marca exclusiva de uma comunidade, muito embora sejam um esplêndido "cartão de visita". Para mim, que sou uma apaixonada pelo folclore de todos os povos, e, muito em particular, pelo nosso, isto é uma verdade "incontornável".
    Em todo o mundo, e em todas as épocas da emigração moderna, o folclore foi visto, preservado, celebrado, como um factor identitário. Não o único, mas aquele cuja linguagem - dansa, música, traje, é a mais perceptível pelos outros, a mais universal.
    Gosto muito de ver os reia e rainhas dos pa´ses nórdicos em trajes tradicionais, nos dias de festa.
    Eu, por exemplo, teria optado, de bom grado, por levar um vestido preto de noiva minhota, no meu casamento

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  8. Devo acrescentar que, na minha longa permanência, em breves, mas múltiplos, governon, no pelouro da emigração, não deixei de prosseguir o apoio, que era uso dar, aos grupos folclóricos, Procurei, sim, fazê-lo de novas maneiras - através do envio, aos "ranchos" interessados, de ensaiadores, de peritos, mais tarde de membros
    da Federação Portuguesa de Folclore, para garantir a sua qualidade. E diversificámos, o mais possível, as iniciativas do que então designávamos por "programa cultural" da Secretaria de Estado, a ser desenvolvido, em colaboração voluntária, pelas associações, e pelo CCP.

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  9. Por falta de tempo, tem sido complicado ler e participar. Fico muito satisfeita por ter acedido a entrar neste blogue e irei seguindo as conversas, estarei atenta. Essencial discutir estes assuntos.

    Manuela Marujo, Toronto

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  10. Óptimoacolher entre nós a Prof. Manuela Marujo, a quem se deve a organização dos encontros, com o sugestivo título "A vez e a voz da Mulher" - que vêm tendo continuação, em vários continentes do mundo. Um feito esporádico não é muito difícil de conseguir, atrevo-me a dizê-lo. Difícil é fazer caminho, ano após ano, prosseguindo refexões e debates, de que há um enorme défice, neste campo (pelo menos em Portugal e nas comunidades de fora do país).
    Temos tentado divulgar, neste blogue, aquelas em que a "Mulher Migrnte esteve e está envolvida, mas não queremos, de todo, esquecer outrs de enorme valia. Ficamos à espera que a Manuela nos fale desses seminários, que têm "corrido mundo", de Toronto (estive nesse primeiro - foi esplêndido!)ao Oriente.

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  11. Não podemos, igualmente esquecer a participação da Prof. Manuela Marujo no "Encontro para a cidadania", que teve lugar em Toronto.
    Gostaríamos de a ter, presencialmente, em Espinho. Se isso nâo fôr possível, estará no Congresso "on line".
    Não podemos dispensar a sua experiência e sabedoria, o seu entusiasmo e solidariedade nesta infindável luta pelo reconhecimento da igualdade de género.

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