domingo, 23 de setembro de 2018

ISABEL AGUIAR sobre a AMM

1 - " Foi com a realização de algumas deslocações às comunidades de emigrantes (na altura como membro do Conselho Fiscal da MM) pelo mundo, que percebi a importância do associativismo, em especial no âmbito da Comunidades Portuguesas.
As associações são um núcleo fundamental da sociedade, que permitem a promoção da cidadania, do patriotismo e que conduzem ao desenvolvimento e crescimento pessoal e coletivo. 
As associações colocam em aberto e a público os problemas vividos pelos indivíduos na sua vida privada e dessa forma, em conjunto, conseguem dar solução a um sem fim de problemas que os emigrantes enfrentam quando se encontram deslocados.
Foi a este processo enriquecedor de deliberação comunitária e de consciência social que assisti nas minhas visitas às comunidades portuguesas.
Apesar de nos locais visitados existirem imensas associações locais de Portugueses, é fundamental que haja no país de origem uma instituição que funcione como retaguarda e traço de união das comunidades, daí achar fundamental e imprescindível o papel da Mulher Migrante no Mundo das Migrações.”

2 - Recordo, também, a minha primeira participação na AMM. A convite da Doutora Graça Guedes, integrei o secretariado do "Encontro Mundial de Mulheres Migrantes", que se realizou em 1995, na cidade de Espinho. Era então uma jovem recém licenciada em de Direito, que fazia o estágio para a advocacia, O encontro tinha por título "Diálogo de Gerações" e havia um significativo número de representantes das segundas gerações, raparigas e rapazes da minha idade, e, naturalmente, personalidades da emigração feminina de todos os continentes. Ao todo, mais de 300 pessoas! Creio que foi, até à data, o maior evento do género levado a cabo dentro do país e prolongou-se por quase uma semana. Os temas foram introduzidos por alguns dos mais reputados especialistas nacionais no campo das migrações. Os debates foram intensos. Encerrou a Drª Maria Barroso, que era então a "Primeira Dama" - um discurso inspirador, brilhantíssimo! Ficou connosco para o jantar de despedida, que foi uma grande festa, um convívio de amizade, muito à portuguesa - até me convenceram a cantar o fado. 
Aprendi muito, acho que todos aprenderam! E o impacto na cidade e no país, e suponho, também na emigração foi enorme, projetado pelos meios de comunicação social
.Constituiu, assim, um momento especial em que se ouviu a voz das mulheres da emigração e  da juventude, em que a AMM, criada há pouco mais de um ano, se afirmou com a sua vocação internacional.
Espero poder colaborar no futuro em iniciativas semelhantes.

(CONTRIBUTO PARA O BOLETIM Nº 1)

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