domingo, 11 de janeiro de 2009

JOAN MARBECK Beng Intrah,

Professora, música, poetisa, líder, no feminino, da comunidade "Kristang" de Malaca.

A ela se devem as mais recentes iniciativas no domínio da preservação das ancestrais tradições portuguesas em Malaca e do creoulo ainda aí hoje falado : um dicionário, uma recolha de contos, e, em 2009, uma publicação anunciada sobre costumes e tradições da "Jenti Kristang" .
Do seu envolvimento nas celebrações do 500º aniversário da chegada dos Portugueses (2009-2011) , ficamos à espera das suas notícias.

Joan tem sido reconhecida pelo seu contributo da defesa da herança portuguesa, não tanto pelas nossas autoridades, mas por organizações actuantes no mundo da cultura, como a Fundação Gulbenkian,em Portugal e, na Malásia, a DIGI, que lhe atribuiu o prémio "Amazing Malaysian 2007".




6 comentários:

  1. Há três anos, Joan Marbeck veio a Portugal, apresentar o seu livro de contos e o dicionário Kristang- Inglês.
    Pediu-me apoio, e eu tentei, junto de entidades várias...
    Mas o desinteresse pelo passado, presente e futuro da comunidade de luso descendentes na Malásia é, estranhamente, muito grande.
    Foi a "Mulher Migrante", com o apoio do jornal "O mundo Português" - que ofereceu, para o acto, a sua excelente "sala de visitas" - o único suporte para o lançamento das publicações, em Lisboa.
    Com um pouco mais de tempo, de uma próxima vez, tentaremos fazer mais e melhor!
    Em nome desta Associação, por tudo o que já realizou e está projectando, à Joan, "Mutu Merseh,
    Manuela

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  2. Gostei imenso de ler sobre Joan Marbeck. Em Maio de 2007 estive em Malaca, depois de ter sido realizado em Macau de 3-5, o III Congresso Internacional a Vez e a Voz da Mulher Imigrante em Macau e outros Lugares. Em Malaca comovi-me ao ouvir falar Kristang e testemunhar o amor ainda a tudo o que Portugal representa. Gostaria de saber mais e de poder apoiar o trabalho dessa investigadora. Tem alguma ideia em como poderia apoiar?
    Manuela Marujo

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  3. Enviei o e mail da Joan à Manuela e o da Manuela à Joan. Espero que possam contactar directamente, e que daí surjam iniciatiavas conjuntas. São duas verdadeiras líderes, sempre envolvidas em projectos interessantes para a vida das siuas (e nossas!) Copmunidades

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  4. O meu primeiro contacto com Malaca foi conseguido através do Padre Pintado, durante muitos e muitos anos o pároco da Igreja de São Pedro, em Malaca, e um estudioso da fala "Kristang".
    Estava, então, à frente da Secretaria de Estado da Emigração e foi-me pedido apoio para cursos de culinária tradicional e, logo depois, de folclore português.
    Da primeira tarefa foi incumbida a Doutora Fernanda Agria, que era assessora do meu gabinete, jurista distinta, mas também um verdadeiro "CHEF" de culinária. O obectivo era multifacetado, pois queríamos informação sobre os mais diversos aspectos da vida daquela "diáspora", até aí completamente ignorada pelo Estado (embora, ao que julgo, no aspesto de preservação do património histórico, já apoiada pela Fundação Gulbenkian).
    Para ensinar jogos tradicionais e folclore esteve, durante umas semanas, a Prof. Doutora Graça Guedes, da Universidade do Porto (Faculdade de Motricidade Humana - se é que a designação já era essa...).
    Ambas vieram impressionadíssimas, a contas as mais comoventes histórias de portuguesismo... E a recomendar atenção às necessidades de suporte à vontade de manter uma identidade própria.

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  5. Uma irmã da Joan, a Celina Marbeck, publicou, anos depois, um esplêndido livro sobre gastronomia Kristang.
    A Joan tem valiosas publicações na área da literatura e linguística, suponho que, várias delas, subsidiadas pela Gulbenkian. Um dicionário, recolhas de contos, etc.
    Até há alguns anos, as duas irmãs mantinham aberto ao público, na antiga casa da família, o "Museu Marbeck".

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  6. A minha primeira visita a Malaca só viria a acontecer, quando estava no parlamento (na altura era muito difícil a um Secretário de Estado deslocar-se ao Oriente, por causa dos custos - os Ministros dos Negócios Estrangeiros, quando não mesmo os Primeiros Mnistros, barravam, por esse motivo, qualquer veleidade de contactar as antiquíssimas e longínquas comunidades... Sei do que falo!)Desloquei-me ao Japão, salvo erro, em Setembro de 1988,à frente de uma delegação parlamentar. Era a primeira vez, na história da nossa Assembleia, que uma mulher chefiava uma delegação desse nível (era também a 1ª vez que uma mulher exercia as funções de Vice-presidente da Assembleia, sem o que a nomeação não teria sido possível...).
    No regresso a casa, parte da Delegação (à sua própria custa, note-se...)decidiu parar por dois dias na capital da Tailândia, para fazer uma visita de cortesia ao Parlamento, e, por outros dois ou três, em Malaca, para visitar a comunidade de descendentes de portugueses.
    Tivemos, claro, a mais emocionada e emocionante das recepções por parte da "nossa gente", como se consideram. E até, igualmente, pelo lado das autoridades, muito interessadas em preservar a herança cultural portuguesa e cristã. Tinha conhecido e recebido nas "Necessidades" o "Chief Minister" (primeiro ministro) de Malaca e ele retribuiu a hospitalidade, em grande. Apesar de se tratar de uma visita privada, andámos de carros oficiais e impressionante escolta e batedores! Com mais aparato do que no Japão (onde, aliás, fomos muito bem recebidos,
    EM NOME DOS IMPERATIVOS DA hISTÓRIA COMUM, LÁ MAIS LEMBRADA DO QUE CÁ...!
    Que pena Portugal não saber usar esta capital de prestígio e simpatia!
    E termino, dizendo que vi lágrimas nos olhos dos meus companheiros de viagem, quando escutavam as saudações em Kristang ou assistiam à exibição do rancho folclórico na Praça Portuguesa de Malaca...

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