domingo, 14 de julho de 2019

GRAÇA GUEDES EM MONÇÃO

COLÓQUIO EMIGRAÇÃO PARA FRANÇA NA DÉCADA DE 60
Casa Museu de Monção da Universidade do Minho, 5 de Abril de 2019

1º Painel: Perspetivas sobre a emigração para França (10,30/12,30 h)
Moderação: Graça Guedes


Pela quarta vez e em quatro anos consecutivos a AMM orgulha-se de organizar este Colóquio que tem como título A Emigração Portuguesa para França na Década de 60, em parceria com a Casa Museu da Universidade do Minho, que também nos acolhe nestas belíssimas instalações, com o apoio da Câmara Municipal de Monção e o alto patrocínio de Sua Excelência o Senhor Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Mestre José Luís Carneiro. 

Em quatro anos consecutivos importantes temáticas foram desenvolvidas por especialistas de reconhecido mérito científico e que importa agora lembrar:
2016 – Expressões de Cidadania no Feminino
2017 - Euricidade. Monção-Salvaterra de Miño – Expressões de Cidadania no Feminino na Região Luso-Galaica. Neste colóquio tivemos também a parceria do Concello de Salvaterra de Miño. 
Para além de conferências, esteve patente no Museu de Monção e no Castelo de Dona Urraca, uma exposição intitulada Expresións de Cidadanía no Feminino, distribuída nestes dois espaços. 
Houve ainda  o Concerto/Conferência intitulado A Música de Exprésion Ibérica, proferidas pelos Maestros Vitorino d´Almeida e Miguel Leite no Cine Teatro João Verde (Monção).
2018 – Portugal-Brasil, a descoberta continua a partir de Monção.

Todos estes Colóquios aconteceram graças ao empenho da Mestre Arcelina Santiago, que tudo fez e bem, para esta realidade e que aqui registo com o maior orgulho e satisfação, felicitando-a vivamente e com muita amizade.

Todos estes Colóquios foram amplamente anunciados e divulgados pela comunicação social , destacando e agradecendo ao Jornal Entre as Artes e as Letras, na pessoa da sua diretora Mestre Nassalete Miranda, que vai moderar o painel da tarde e é também uma repetente, como eu, nestas funções, bem como ao Jornal A Terra Minhota.
E para este Colóquio, o Jornal Entre as Artes e as Letras, que quinzenalmente entra na minha caixa de correio, ainda na semana passada dedicou três páginas inteiras, uma das quais com o cartaz contendo toda a programação, outra com um texto excelente da Mestre Arcelina Santiago, intitulado Monção continua a colocar na sua agenda cultural e pedagógica a rota dos Colóquios sobra a Emigração e outra com um texto do Presidente da Câmara de Monção , Dr. António Barbosa, intitulado Colóquio A Emigração para França na Década de 60.
A todos e todas o meu bem hajam.

Esta manhã - 1º Painel: Perspetivas sobre a emigração para França  - vamos começar com um conferência proferida pelo Prof. Doutor Henrique Rodrigues, da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, que abordará o tema Ligações de papel e tinta e afetos na emigração para França.(30´)
   O Prof. Doutor Henrique Rodrigues, é Doutorado em História Moderna e Contemporânea, Investigador filiado na Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), associado ao CETRAD/UTAD. Proferiu mais de centena e meia de comunicações, palestras e conferências, com  mais de cento e setenta títulos publicados em academias, centros de investigação e outras instituições científicas e fundações nacionais e estrangeiras. 
Tem investigado sobre a temática das mobilidades, das escritas privadas, da guerra e da emigração oitocentista. 

Após a conferência seguem-se os Ateliês da Memória, que nos vão ser apresentados pelo Dr. Henrique Barreto Antunes e que resultam de uma atividade desenvolvida pela Mestre Arcelina Santiago e  integrada na dinâmica cultural e social em Monção, junto das  escolas e universidades Sénior, balizando recolher testemunhos locais de quem viveu esta  emigração na primeira pessoa. (29 ´)

Serão também apresentadas experiências retratadas em  livro, hoje do livro A Terra do Chiculate, de Isabel Maria Fidalgo Mateus, que será dramatizado pelos alunos do 6º ano da Escola Deu-la-Deu Martins e orientada pela Professora Rosa Lima. (20 ´) . 

A terminar e antes do período de debate com que encerra esta manhã (12,30 h), temos A Viagem a Salto, com três testemunhos:
Maria Isabel Português
António Conde Gonçalves
Manuel Luís Ruivo Araújo 

A gestão do tempo vai ter de ser rigorosa...esse é o papel do moderador pelo que peço a todos que não ultrapassem os minutos que dispõem.
Bons trabalhos.




Resumo da conferência:

Há alguns anos, adquirimos um lote de cartas endereçadas a um jovem que, desde novo, ainda estudante, se correspondia com colegas da mesma faixa etária. Eram mais de sete centenas de escritas do Eu; entre elas, cerca de sete dezenas foram enviadas pelo pai, emigrante desde 1970, além de outras missivas circuladas entre o núcleo familiar. O receptor das epístolas iniciou uma carreira futebolística aos dezasseis anos, no escalão júnior do Sport Lisboa e Benfica, tendo depois passado por vários clubes, mas de escalões inferiores. Ao longo de seis anos, podemos acompanhar as ligações de papel entre pai e filho, único descendente, a quem os progenitores deram apoio financeiro, durante o período de permanência em França, emergindo como o centro dos afectos, um “menino mimado” a quem nada faltava, vivendo afastado da mãe e com o ascendente em Paris. A corrente de tinta revela-nos um quadro de “manipulação” pela ausência do progenitor, que tudo fazia para não perder o vínculo com o filho, sempre preocupado com os resultados no desporto, na escola e durante o cumprimento do serviço militar, enviando remessas e tudo ou quase tudo que o filho ia solicitando e que os tempos da moda impunham.
Enquanto presenteava o descendente com “gordas mesadas”, o emigrante recorria ao papel e tinta para avivar os afetos, pedindo resposta a cada carta, correspondendo-se frequentemente com o filho (Fernando Manuel), a esposa (Rosalina Ramalheira), a mãe (Vitalina da Encarnação) e outros atores da escrita, mas apenas tivemos acesso ao espólio conservado pelo jovem que reuniu perto de sete centenas de cartas. 
Desconhecemos a data da emigração Fernando Moita. A avaliar pela missiva mais antiga, datada de Março de 1970, mês em que o jovem ia fazer dezassete anos, a cadeia de papel estava lubrificada, considerando que, como diz o emissor, «cá recebi a tua carta com a qual fiquei muito satisfeito por saber notícias tuas». Como esta epístola tem como local de emissão a sede da empresa onde o trabalhador recebia a correspondência, podemos inferir que se tratava do início de carreira profissional como emigrante. A reforçar esta asserção, emerge a nota sobre as dificuldades de comunicação de quem estava numa terra estrangeira onde «…mete… confusão não saber ainda bem falar francês», lamentava-se o emigrante, e pedia apoio ao filho, através de algum livro para aprender a nova língua.
Neste texto, abriremos com uma síntese sobre escritas de gente sem história, seguindo-se um registo com valores quantitativos sobre a emigração portuguesa após segunda guerra mundial, destacando a mobilidade dos anos sessenta para França e terminaremos com uma abordagem às escritas privadas em contexto migratório, tendo corpo documental o espólio conservado pelo filho de um emigrante.






















COLÓQUIO EMIGRAÇÃO PARA FRANÇA NA DÉCADA DE 60
Casa Museu de Monção da Universidade do Minho, 5 de Abril de 2019

ENCERRAMENTO


Pela quarta vez e em quatro anos consecutivos a Associação Mulher Migrante  orgulha-se de ter organizado este Colóquio que tem como título A Emigração Portuguesa para França na Década de 60, em parceria com a Casa Museu da Universidade do Minho, que também nos acolhe nestas belíssimas instalações, com o apoio da Câmara Municipal de Monção e o alto patrocínio de Sua Excelência o Senhor Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Mestre José Luís Carneiro. 

Em quatro anos consecutivos, importantes temáticas foram desenvolvidas por especialistas de reconhecido mérito científico e que importa agora lembrar:
2016 – Expressões de Cidadania no Feminino
2017 - Euricidade. Monção-Salvaterra de Miño – Expressões de Cidadania no Feminino na Região Luso-Galaica. Neste colóquio tivemos também a parceria do Concello de Salvaterra de Miño. 
Para além de conferências, esteve patente no Museu de Monção e no Castelo de Dona Urraca, uma exposição intitulada Expresións de Cidadanía no Feminino, distribuída nestes dois espaços. 
Houve ainda  o Concerto/Conferência intitulado A Música de Exprésion Ibérica, proferidas pelos Maestros Vitorino d´Almeida e Miguel Leite no Cine Teatro João Verde (Monção).
2018 – Portugal-Brasil, a descoberta continua a partir de Monção.

Todos estes Colóquios aconteceram graças ao empenho da Mestre Arcelina Santiago, que tudo fez e bem, para esta realidade e que aqui registo com o maior orgulho e satisfação, felicitando-a vivamente e com muita amizade.

Todos estes Colóquios foram amplamente anunciados e divulgados pela comunicação social , destacando e agradecendo ao Jornal Entre as Artes e as Letras, na pessoa da sua diretora Mestre Nassalete Miranda, que moderou o painel da tarde e é também uma repetente, como eu, nestas funções, bem como ao Jornal A Terra Minhota.


Manhã
1º Painel: Perspetivas sobre a emigração para França (10,30/12,30 h)

Iniciou com uma conferência proferida pelo Prof. Doutor Henrique Rodrigues, da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, que abordou o tema Ligações de papel e tinta e afetos na emigração para França.
Seguiram-se os Ateliês da Memória, apresentados pelo Dr. Henrique Barreto Antunes e que resultam de uma atividade desenvolvida pela Mestre Arcelina Santiago e  integrada na dinâmica cultural e social em Monção, junto das  escolas e universidades Sénior, balizando recolher testemunhos locais de quem viveu esta  emigração na primeira pessoa.
Foram também apresentadas experiências retratadas em  livro, hoje do livro A Terra do Chiculate, de Isabel Maria Fidalgo Mateus, que foi dramatizado pelos alunos do 6º ano da Escola Deu-la-Deu Martins e orientada pela Professora Rosa Lima.  
A terminar e antes do período de debate com que encerrou a manhã  - A Viagem a Salto - houve três testemunhos: Maria Isabel Português / António Conde Gonçalves / Manuel Luís Ruivo Araújo 

Tarde
2º painel: O processo de integração dos movimentos migratórios
  * Conferências:
  • Papel da mulher e da família no contexto migratório
Prof. Doutora Maria Engrácia Leandro – Professora Catedrática da Universidade do Minho
  • Jogos de Espelhos entre Emigrantes Residentes
Prof. Doutor Albertino Gonçalves – Professor Catedrático da Universidade do Minho
* Testemunhos de Monçanenses: O Papel do Associativismo
António Costa/Rosa Afonso/João Fernando Rodrigues/Maria Inácia Bartolomeu
    • Dramatização  pelos alunos da Universidade Sénior: O Baile e Memórias Cinzeladas
in A Terra do Chiculate

* Narrativas de Regresso: uma reflexão sobre a segunda geração da emigração portuguesa
    • Prof. Doutora Sofia Afonso
Fundadora e até há pouco tempo Presidente do Observatório dos Luso Descendentes

Muito obrigada a todos e a todos por estes momentos mágicos que aqui nos foram propiciados 

Graça Guedes

Presidente da Direção da AMM

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