domingo, 14 de julho de 2019

GRAÇA GUEDES sobre a AMM no ARTES ENTRE AS LETRAS


AS ARTES ENTRE AS LETRAS E ENTRE A ASSOCIAÇÃO MULHER MIGRANTE

Maria da Graça Sousa Guedes
Professora Catedrática Aposentada da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto
Presidente da Direção da Associação Mulher Migrante


Já são dez anos que quinzenalmente temos acesso a este veículo de conhecimento, que nos proporciona leituras magníficas, tal é a magnificência dos seus autores.    
Ao longo deste tempo, foi-nos proporcionado um enriquecimento do nosso conhecimento, lendo textos excelentes, desenvolvidos por conceituados autores, que tão bem emprestam o rigor científico e a seriedade de pensamento aos seus escritos.
Nesta edição, que assinala os 10 anos do seu caminho, a Associação Mulher Migrante, que tantas vezes foi apoiada por este jornal, tinha inevitavelmente de aceitar o convite feito para elaborar este texto, que muito nos honra e agradecemos reconhecidamente.
As Artes entre as Letras e entre a Associação Mulher Migrante procurará evidenciar esta colaboração.
A Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade Mulher Migrante e que de uma forma simplificada usamos designar por  Associação Mulher Migrante (AMM), foi constituída em 1993. Uma ideia da Dra. Manuela Aguiar, logo apoiada por um grupo de mulheres na qual tive a honra de estar incluída, balizava  preencher uma lacuna no acompanhamento da situação das emigrantes portugueses.
Dava assim o primeiro passo de um caminho para uma política para a igualdade.
Destaca-se por ser uma Associação defensora dos direitos de todas as mulheres portuguesas ou estrangeiras, dentro e fora de fronteiras, no domínio das migrações, da luta pelos direitos  humanos e pelos direitos das mulheres.
Um forma de associativismo envolvendo as questões das migrações e que nas comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo já existia há muito tempo. Efetivamente, o associativismo na diáspora portuguesa constituiu uma forma de conjugar indivíduos com interesses ou gostos análogos, que tem favorecido a implementação de objetivos comuns: convivência social, prossecução de práticas culturais, recreativas e desportivas, para além da defesa de interesses inerentes ao trabalho, às condições de vida, à política. Podem efetivamente ser consideradas como um processo globalizante de interpretações sociais e um meio privilegiado para o estabelecimento de um diálogo intercultural, que se alicerça no fortalecimento dos seus próprios valores culturais.  A Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade Mulher Migrante (AMM) tem como missão o estudo do fenómeno migratório e o combate das desigualdades e discriminação que atingem as mulheres e, de forma especial, as mulheres migrantes e as minorias étnicas. 
Com a divisa - Não há estrangeiros numa sociedade que vive os direitos humanos – a sua missão baliza contribuir para a  construção de  uma sociedade mais justa e igualitária, em que cada ser humano se possa realizar inteiramente,  estando traduzida nos seguintes objetivos:
. Contribuir para a existência de políticas do género dentro e fora de fronteiras
. Aprofundar o conhecimento de realidades variáveis de comunidade para comunidade da emigração, aproximar essas comunidades entre si, promover as condições para a cidadania plena em cada uma delas, lutar pela igualdade e cidadania das mulheres;
. Estabelecer redes de aproximação de mulheres de diferentes comunidades e delas com a AMM,  potenciando assim uma vertente internacional;
. Dar especial  incentivo a uma  participação cívica e política das mulheres emigrantes, seja pelo seu acesso ao patamar do dirigismo associativo em geral e, em alternativa, pelo desenvolvimento de movimentos cívicos;
.  Denunciar situações e promover a mudança;
. Analisar e debater estudos científicos que favoreçam uma rigorosa  interpretação da sociedade onde as mulheres ainda não têm iguais oportunidades;
.  Dar relevo ao papel das mulheres em várias dimensões  de cidadania;
. Motivar as mulheres para a consciencialização do seu papel na mudança de estereótipos socialmente construídos.
Metodologicamente, procura combinar a componente investigação (universidades e centros de investigação), com o serviço público, o jornalismo, a arte, a literatura, o desporto , o associativismo, a música, a academia, a política e cuja divulgação é realizada anualmente em Congressos, Encontros, Colóquios, Tertúlias, Mesas Redondas e, tanto quanto nos foi possível, publicados em edições próprias da Associação MM patrocinadas pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas.
Hoje contamos com mais de 300 associadas e associados, estando mais de meia centena espalhadas pelo mundo, com algumas delegações (Venezuela, Brasil, Canadá, EUA). Algumas das nossas associadas pertencem a associações similares - Associação da Mulher Migrante na Argentina, Liga da Mulher Portuguesa na África do Sul , Bloco Folia das Deusas (Recife), que connosco organizaram importantes Encontros: Encontros para a Cidadania em Buenos Aires, em Joanesburgo, em Toronto e no Recife.

Desde   2011 o Jornal Entre as Artes e as Letras anunciou e divulgou as nossas atividades, tendo sido em muitas delas comissária de exposições de artes plásticas - Feminino Singular  (Maia, 2011); Mulheres d´Artes na Diáspora Portuguesa (Espinho, 2013); Mulheres d´Artes em Movimento (Lisboa 2013); Expresións de Cidadanía no Feminino (Salvaterra de Miño e Monção, 2017) – de  tertúlias para apresentação das nossas publicações (Porto 2013, 2014, 2016). Em muitas delas a sua diretora, Nassalete Miranda, integrou o grupo de palestrantes em eventos em Portugal e no estrangeiro e foi responsável por uma das nossas publicações - Entre Portuguesas num Mundo sem Fronteiras – Homenagem a Maria Lamas.

Eis assim a razão do título deste texto – O Jornal As Artes Entre as Letras e entre a Associação Mulher Migrante.
Um ligação exemplar, paradigmática e a manter!







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