segunda-feira, 5 de novembro de 2018

ASSOCIAÇÃO MULHER MIGRANTE – UM MODELO DE CIDADANIA

Graça Sousa Guedes
Professora Catedrática Aposentada da Universidade do Porto
Secretária Geral da AECSMM


É normal pensar que POLÍTICA significa governo dos homens, administração das coisas e direção dos Estados.
Mas este conceito é muito mais lato e abrangente.
Pode ser considerado Arte, Ciência, Ideologia, Filosofia, Ética, Metafísica, Teologia, com diferentes níveis, dimensões e aspetos, que se interligam ou dialeticamente se postulam. O problema reside em saber o que é que verdadeiramente se encontra unido.
Porque POLÍTICA releva da intuição criadora, do juízo teórico-prático, da perceção das mediações necessárias entre quem governa e a comunidade que é governada, releva também dos diversos corpos que constituem o universo social e estatal que se relacionam com as aspirações que polarizam a vida dos Homens.
E, assim sendo, POLÍTICA é um FAZER e, sobretudo, um AGIR.
         Esta perspetiva é aliás já muito antiga e inspirada em Aristóteles, que assim define Política: … uma espécie de savoir-faire, de que nem a sensibilidade nem a imaginação podem estar ausentes, embora a prioridade seja atribuída à racionalização tecnológica e à reflexão crítica.
POLÍTICA será um ponto de focagem de um campo larguíssimo de relações entre governantes e governados; entre as Instituições e a vida real; entre as partes e o todo. E, todos nós, somos a parte deste todo!
Embora lhe estejam normalmente associadas questões ideológicas e partidárias, teremos de pensar sobretudo em CIDADANIA, que deverá nortear os nossos comportamentos e os nossos relacionamentos, qualquer que seja a idade, o género, a etnia, a religião; qualquer que seja o contexto onde possamos estar inseridos.

Comecei assim a minha comunicação no II Encontro de Mulheres em Movimento, que aconteceu em Espinho, na Biblioteca Municipal José Marmelo e Silva, organizado pela Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade Mulher Migrante em Outubro de 2012 e intitulada Universidade, Política e Cidadania.
Com base neste minha reflexão, julgo poder afirmar que a nossa Associação pode bem ser definida como um ato de CIDADANIA, expressa nas diversas singularidades que a caraterizam e que tão bem estão agora explicadas neste Jornal pela Drª. Manuela Aguiar, como também de todas quantas nela se têm envolvido.
Não há estrangeiros numa sociedade que vive os direitos humanos é o seu lema, concretizado na multiplicidade de eventos (mundiais, internacionais e nacionais) realizados ao longo de 25 anos em Portugal, na Europa, na América do Norte e do Sul, em África e muitos dos quais estão relatados em publicações que editamos.
A ideia colocada em 1985, no 1º Encontro de Mulheres Portuguesas no Associativismo e Jornalismo, realizado em Viana do Castelo e onde estive presente, transformou-se em sonho... , mas que logo se foi tornando realidade pela mão da então Secretária de Estado da Emigração, Drª. Manuela Aguiar com a realização de diversos eventos; após a sua saída do governo, com a fundação da Associação Mulher Migrante.
Com sede em Lisboa e mais de uma centena de sócias e sócios em Portugal e no estrangeiro,   sempre demos preferência a Espinho para a realização de muitos dos nossos eventos, de entre os quais tenho orgulho em destacar os dois Encontros Mundiais: em 1995 e em 2009. O terceiro Encontro Mundial, em 2011, foi em Lisboa, no Palácio das Necessidades.
Sendo agora espinhenses todas as presidentes dos orgãos sociais, bem como a secretária geral, tudo será mais fácil para utilizarmos Espinho como palco de muitas das nossas organizações.

Haja apoio, porque a vontade permanece

Sem comentários:

Enviar um comentário