domingo, 8 de julho de 2018

MARIA DE LOURDES ALMEIDA - MULHER MIGRANTE VENEZUELA

MMVE- Mulher Migrante Venezuela Como nasce a Associação Mulher Migrante Venezuela? No ano 2011 tive a honra de ser convidada a participar no Congresso Mundial da Mulher Migrante realizado na cidade da Maia. Foi aí, que ao ver o dinamismo desta organização e a sugestão da Dra. Maria Manuela Aguiar, levei esta inquietude para a Venezuela. Numa reunião com várias mulheres profissionais falei-lhes desta iniciativa e para minha surpresa foi acolhida com muito entusiasmo. É assim que começámos com os preparativos para no ano 2012 realizar o primeiro congresso da mulher migrante Venezuela e no dia 25 de Novembro desse ano ficou formalmente organizada a diretiva dessa Associação, a qual me honra presidir até à data. As nossas atividades Como a Venezuela é um país enorme, e temos a nossa comunidade espalhada por todo ele, começámos com a tarefa de dar a conhecer a nossa Associação. Realizámos vários encontros regionais e criámos nas entidades que visitámos comissões regionais da mulher migrante com os seus respetivos estatutos de funcionamento. Através destas comissões começou-se com a abertura de cursos de português, pois a nossa língua estava esquecida no interior do país, apoio social à nossa comunidade carenciada e conversatórios sobre diversos temas: inserção da mulher luso-venezuelana no mundo profissional, igualdade de género, violência contra a mulher, etc. As diferentes comissões aceitam as sugestões dos temas a tratar da comunidade local e prévia aprovação da Mulher Migrante Nacional, realizam-se então os conversatórios e oficinas com especialistas. A nossa Associação teve uma aceitação enorme e um entusiasmo que ainda hoje é motivo de orgulho, apesar de todas as dificuldades que estamos a atravessar nos últimos anos. Dificuldades Devido à situação política e socioeconómica que está a atravessar a Venezuela é cada vez mais difícil o acercamento às nossas comunidades. Estamos a ficar isolados pois os voos domésticos são cada vez menos e devido ás grandes distâncias torna-se difícil a nossa deslocação. As entidades do interior donde se leciona o português requerem da nossa presença três vezes por ano e isto está a ser impossível. Durante o período letivo temos que ir acompanhadas do coordenador do ensino, o Dr. Rainer de Sousa, para fazer formação docente aos nossos leitores e acompanhar e resolver dificuldades que se tenham apresentado assim como também avaliar o desempenho dos nossos leitores através de inquéritos que passamos aos alunos. Os alunos requerem duma certificação válida através do Instituto Camões para adolescentes e do CAPLE, certificação da Universidade de Lisboa para os adultos. Lamentavelmente os custos estão a serem muito elevados devido à enorme desvaliação da moeda e os alunos não têm poder adquisitivo para efetuar este pagamento tão elevado, pelo que optam por obter somente o certificado de reconhecimento que entrega a Mulher Migrante , mas que não é reconhecido perante o Ministério de Educação. A nossa presença nestas localidades longínquas tem diminuído devido à falta de transporte aéreo. Muitas vezes temos que ir via terrestre a estas localidades e são recorridos de oito, dez e até doze horas para podermos visitar estas comunidades. Não utilizamos o transporte público devido à insegurança, pois estes meios de transporte estão constantemente a serem assaltados no percorrido. As estradas estão num estado deplorável e portanto as nossas viaturas sofrem com estas deslocações. Estamos sujeitos a avarias e não se conseguem as peças para arranjarmos depois a viatura avariada. Por estes motivos cada vez torna-se mais difícil aceder a estas localidades e portanto as nossas atividades têm sofrido uma baixa significativa. No entanto parar é morrer, por isso continuamos na luta. Outro problema é que alguns dos nossos leitores estão a retornar definitivamente a Portugal e neste momento são muito poucos para a grande demanda do ensino que temos nessas localidades. Estas são umas poucas dificuldades, temos muitas outras como a não existência de papel para fornecer material complementário aos nossos alunos, os custos cada vez mais elevados para mantermos estes cursos, etc, etc, etc. Seria muito longo de relatar neste momento, pois todos os dias temos uma nova e diferente contrariedade, mas vemos o lado positivo. Estamos sempre em movimento e portanto sempre ativas. A nossa diretiva na atualidade está conformada pelas seguintes pessoas: Presidente: Maria de Lourdes De Almeida (Caracas) Vice-presidente: Fátima De Pontes (Estado Carabobo) Secretária: Fátima Teixeira( Estado Miranda) Guida Amaral: Tesoureira (Estado Miranda)

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