quinta-feira, 23 de abril de 2009

Profª NATÁLIA R CORREIA A PARTICIPAÇÃO DA MULHER NO ASSOCIATIVISMO


A Comunidade Portuguesa e Lusa na Argentina, participa desde muitos anos nos Clubes existentes, desde o século passado.
A Mulher começou a estar dentro das Comissões directivas à muitos anos, tínhamos o serviço de um grupo de Damas de Beneficência donde chegávamos com nossa ajuda às pessoas que tinham alguma necessidade social, nosso âmbito era o nosso querido Hospital Português, a doença era tratada pelos profissionais do Hospital Português.
Como Dama de Beneficência se fazia um grande trabalho, não só operativo senão Social, no ano se realizava algumas Galas com jantares importantes, feitos pelas Damas de Beneficência para juntar verbas para continuar com a obra.
A Comunidade ainda se lembra do trabalho realizado com tanto amor, foi muita a pena que sentimos que o Hospital foi intervenido pela Justiça, e logo no ano 2001 o nosso Hospital foi tomado pelas Assembleias barriais e perdemos os direitos que a Comunidade tinha nesse nosocómio que foi feito com muito trabalho e dinheiro de muitos Imigrantes Portugueses

A Mulher detrás de cada Comissão Directiva, é um grande valor para todas as Associações, pelos trabalhos que realiza, com muito valor e coragem, continuam na defesa da Instituição que pertencem.

As Mulheres Portuguesas chegaram de diferentes povos, aldeias, cidades, mas todas elas com um grande amor pela terra distante, e o objectivo é o mesmo NÂO DEIXAR MORRER NOSSAS COSTUMES E NOSSA LÍNGUA, é por isso que depois do tempo de residência nesta querida Argentina, continuamos na abertura e sempre com projectos novos.

Ano 1999 nos visitava uma Mulher visionária, Dra. Maria Manuela de Aguiar, nos deu uma ideia, e podemos concretar uma nova Associação dirigida pelas Mulheres de diferentes Associações, a qual já tem 10 anos de vida, com um trabalho formidável das Mulheres que a integram, o trabalho é Cultural, Social e de Ajuda ao indigente.

As Mulheres sempre estão a apoiar e promover novos convívios com possibilidades diferentes sempre que sejam úteis entre gerações e para promocionar novas ideias para o bem comum.

Dentro das diferentes Associações à Mulheres que promovem e organizam diferentes festejos que são realmente inovadoras e tudo é imaginação da Mulher.

Está na ideia de algumas Mulheres ainda fazer alguma proposta para, adquirir conhecimentos e poder descobrir novas tarefas que possamos demonstrar os sonhos e esperanças para realizar uma brilhante ideia para deixar aos nossos herdeiros para que culminem a nossa obra.

Também cabe destacar as Mulheres Portuguesas e Lusas, que realizam trabalhos de Fotografia, de Artes Plásticas, de Docência, de Gastronomia, de Voluntariado etc., etc. dentro das Associações Portuguesas.

A Mulher Portuguesa trabalha pela sua Comunidade, mas também faz seu aporte na Comunidade donde mora, trabalhando em Cáritas e noutras entidades de bem público, trabalho Social que tanto hoje as Sociedades modernas têm a necessidade do apoio de pessoas que tiveram uma Educação diferente, em que os valores morais e sociais tinham uma grande importância; hoje temos que enfocar a ajudar aos cidadãos que padece dum grande Flagelo que é a Droga, e o paco, este trabalho ainda dentro das Associações não se leva a cabo, mas temos que lutar pelos cidadãos de cada cidade mais perto que possamos melhorar a qualidade de vida daqueles, que não recebem educação e com um agravante pior que é não ter o elementar para poder Estudar, para que amanhã possam inserir-se na vida actual, que tanto conhecimento demanda aos cidadãos de cada País.

Prof. Natália M. Renda Correia
Vice-Presidente da Associação Mulher Migrante na Argentina

4 comentários:

  1. A Associação da Mulher Migrante Portuguesa da Argentina pertence a uma "segunda vaga" de " voluntariado feminino nas nossas comunidades, que merece bem ser estudada d dada como exemplo.
    Num tempo em que este tipo de associativismo parece ter perdido a sua razão de ser, no país onde que foi pioneiro, desde o fim do século XIX - os EUA, mais exactamente, a Califórnia - renasce, com uma importante missão a cumprir no sul da América.
    O primeiro ensinamento a tirar desta tão evidente diferença de situações e de oportunidades de intervenção das mulheres migrantes é o de que não devemos comparar o que não é comparável e, bem pelo contrário, devemos, sim, estar atentos à diversidade de contextos e evitar generalizações descabidas.
    O que se diz do associativismo feminino pode, pelos mesmos motivos, dizer-se do movimento associativo comum a todos.
    Por isso, me recusei, durante o "Encontro de Espinho" a alinhar na tese do declínio fatal das nossas ONG's das comunidades, agora que a geração de 60, na Europa e em outros continentes, vai desaparecendo ou deixando o dirigismo dos clubes e centros , que criou.
    Há modelos que se esgotam, é verdade. Pode haver, até, simplesmente, como acontece num negócio de família, situações em que os mais novos não queiram dar continuação à obra. E há...
    Porém, em tantos outros casos, a sobrevivência é assegurada, com as mudanças, que as circunstâncias pedem, com a boa vontade daqueles que, atingida a maturidade, estão prontos a assumir responsabilidades. Fórmulas diversas, para corresponderem a outras necessidades, gostos e projectos, são ensaiadas com o maior sucesso!
    Podem chamar-me optimista, utopista, o que quiserem...
    É assim que eu vejo a vida colectiva na nossa emigração, no início do século XXI...
    Há quase 30 anos, quando comecei contactos na Diáspora, já ouvia esse discurso calamitoso da boca dos mais velhos!
    É certo que, infelizmente, por causas múltiplas e várias, algumas instituições deixaram de existir. A Natália lembra-nos uma das mais nobres e das mais antigas - a Beneficência de Buenos Aires. Fechada, mais tarde, invadida... Recordo, no domínio cultural e recreativo, o belo clube português de Salvador da Bahia... Ou, em Kinshasa, a "Amicale Sportive Kinoise", o melhor clube privado do Zaire (como então se chamava o país), aberto a membros de 34 nacionalidades! Destruido pelas guerras fratricidas, que se abateram sobre a cidade, trazendo a maioria dos portugueses de volta à pátria...
    Assisti ao declínio de alguns outros Centros importantes, assim como à fusão de outros - o paradigma de Montevideo é dos melhores.... Po No conjunto, a imagem da "resistência" e da renovação, é, ainda, a que se impõe.

    Voltando aos percursos divergentes no norte e no sul das Américas, em matéria de associativismo feminino:
    Na Califórnia, o movimento surgiu no sector do mutualismo,e continua-se em esquemas de seguros modernos. Ora, que sentido faz, hoje, oferecer benefícios , neste campo, a sócios apenas de um ou outro sexo? O progresso determinou a abertura a adesões livres, para homens e mulheres, por igual, ou a fusão com outras companhias seguradoras - recente, a da última, que existia autonomamente, a Sociedade Rainha Santa Isabel.
    Que pena, do ponto de vista histórico, e afectivo, mas praticamente inevitável!...
    Na Argentina, a comunidade ficara sem a sua grande organização de solidariedade, e, desde há 10 anos, foi uma nova associação - no caso concreto, feminina - que veio colmatar as omissões, tão visíveis, em período de crise grave, dando apoios aos mais necessitados.
    A sua história é ainda breve, mas eloquente!
    E prova a coragem e a capacidade das senhoras que se envolveram nessa missão!

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  2. As dirigentes da Associação da Mulher Migrante Portuguesa da Argentina, como é o caso da actual presidente, Maria Violante Martins, ou da antecessora Natália Renda Correia, dirigem-me sempre palavras simpáticas, falando do meu envolvimento na fase inicial da sua colectividade.
    Eu agradeço a simpatia, mas devo reconhecer que não fiz nada de especialmente relevante.
    Tendo estado no interior do processo de decisão e desenvolvimento de outras iniciativas tendentes a promover a maior intervenção cívica das mulheres, no 1º Encontro Mundial, ou na criação da "Mulher Migrante", em Lisboa, era natural dar conta dessas experiências e incentivar as nossas compatriotas à mobilização para um objectivo idêntico, e ainda actual.
    Era meu dever, como deputada, no meu círculo de emigração quase universal. Lancei apelo semelhante, em vários continentes e em muitos países, sem que qualquer mudança se seguisse. O apelo só resultou em Buenos Aires, depois de uma inesquecível reunião em "Villa Elisa". Significa isto que o mérito vai, por inteiro, para as portuguesas da Argentina, que, a partir daí, souberam unir-se e "fazer caminho, caminhando" ("se hace camiño al andar", já dizia António Machado...).
    Antes de Villa Elisa, tinha, pois, desafiado diversos grupos de mulheres, noutras comunidades sul americanas, nomeadamente no Brasil, a reunirem-se para um trabalho comunitário autónomo, com dois objectivos:
    a resolução de problemas, que vêem como tal, e a afirmação das mulheres como cidadãs.
    Ou seja,o recurso a potencialidades da metade das nossas comunidades, que vem sendo sub-aproveitada e sub-valorizada, para melhor atingir o progresso colectivo.
    Esse aproveitamento e valorização na Argentina foram admiráveis!
    Tornou menos difícil, ou mais feliz, a vida de muita gente, sobretudo dos mais pobres ou doentes, e deu uma nova imagem das Mulheres!

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  3. Deixem-me fazer referência a um Homem, que foi totalmente solidário connosco nessa "campanha" de mobilização das emigrantes para a acção colectiva, há mais de uma década: o Conselheiro das Comunidades Luis Panasco Caetano.
    Como membro do CCP, ele encarregou-se da organização da minha visita a comunidades do sul da América do Sul.
    Em várias das reuniões, foi o único homem presente. Em Villa Elisa, por exemplo.
    E explicou o "porquê" de ali estar, desta maneira:
    Há problemas específicos dos jovens, e não é preciso ser jovem para procurar as soluções.
    Há problemas específicos dos mais velhos, e não é preciso ser idoso, para ajudar.
    Há problemas específicos das mulheres, e não é preciso ser mulher para contribuir para a sua resolução.
    100% de acordo com ele!
    A "Mulher Migrante" de Lisboa, da qual ele, por sinal, é membro, não é uma associação feminina, mas uma associação em que se reunem os que querem debates questões de género e procurar as formas melhor relacionamento e colaboração neste domínio.
    No entanto, esta fórmula não é, evidentemente, a única possível. Há circunstâncias em que uma militância só feminina facilita a participação - e, assim sendo, não há que pô-la de parte.

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  4. Mais uma referência a um aliado dentro do CCP da Argentina: o Conselheiro António Canas!
    Tornou-se um dos nossos congressistas, justamente, com um excelente trabalho sobre a "Associação da Mulher Migrante Portuguesa na Argentina"!

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