segunda-feira, 13 de abril de 2009

Profª Doutora GRAÇA GUEDES Desporto (Tópicos)






































3 comentários:

  1. Concordo com a Profª Doutora Graça Guedes, quando diz que nas comunidades portuguesas - aliás, como no país - é muito mais paritária a participação de jovens de ambos os sexos no folclore do que no desporto.
    Pela própria natureza da dança, que assim a exige...
    Mas a abertura à prática desportiva das crianças e adolescentes do sexo feminino é bem maior em algumas das comunidades do que entre nós. As imigrantes beneficiam da modernidade de mentalidades e da estruturas dos países onde estão.
    Igualdade de género, neste domínio, não existe
    em país nenhum, no nosso tempo, mas há muitíssimas gradações de discriminação, de umas comunidades para as outras.

    Posso dar dois ou três exemplos concretos de que me lembro, entre tantos:
    A 1ª vez que assisti a um jogo de futebol feminino - com boas jogadoras de 13 ou 14 anos - foi na Amicale Sportive Kinoise, em Kinshasa, no início da década de 80. Uma bela surpresa, que me quiseram proporcionar;
    No ano em que fui "Grand Marshall" da parada do Dia Nacional, em Newark, em 2002, levava ao meu lado uma menina protuguesa, campeã de atletismo, que era o orgulho da comunidade;
    Por essa altura, em visita a uma associação do sudoeste Ontário fiquei surpreendida,
    ao folhear um jornal, por ver páginas
    inteiras de fotografias das equipas de futebol feminino da região. O treinador de uma das equipas vencedoras era o presidente da
    associação portuguesa - e a sua filha,
    uma das melhoras jogadoras.
    Outra boa surpresa... Posteriormente, como trazia o assunto a debate, verifiquei que, no Canadá, o nosso futebol(para eles "soccer") é,até,mais praticado por mulheresdo que por homens. A comunidade portuguesa será daquelas onde o equilíbrio é maior, porque são relativamente mais os rapazes que gostam de jogar "soccer", mas não faltam também adeptas.
    Nos EUA, situação semelhante. A Mª João Ávila, então presidente do Lar dos Leões, que apostava, fortemente, na formação, confirmava estes dados.
    Estou ,obviamente, a falar de desporto amador, escolar.

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  2. Para mim, o mais extrordinário, é que ser, ainda, no sec. XXI, fácil convencer quem nunca se debruçou sobre o assunto - uma imensa maioria - de que há discriminação das mulheres no desporto. Das mulheres de todas as idades, e tanto nas modalidades amadoras, como profissionais.
    Há uma tendência para negar as evidências, ou para considerar que as diferenças existentes se justificam pela "natureza feminina". Era com este preciso argumento que a Constituição de 1933 legitimava outra espécie de discriminação , que hoje se olha como ridícula, e muito típica do Salazarismo. Na altura, a natureza feminina impossibilitava as mulheres de exercerem cargos de autoridade, a começar pela Presidência da República, e a acabar na chefia de uma mera secção da administração pública. Agora serve para explicar a "aversão" das mulheres aos desportos, pelo menos, aos que são vistos como "viris" - os mais populares, claro...
    Estamos perante um fenómeno da mesma categoria ética e mental, a manifestar-se em terreno mais propício. É, hoje, de facto, mais propício à imposição cultural e social da desigualdade de género o desporto do que a política, porque, na política, foi desmistificada, ao longo de uma luta de séculos.
    No desporto, a luta está apenas a começar.
    E é, como neste painel tão bem se designa, uma "questão de cidadania". Equacionada, com rigor, pela Profª Graça Guedes, a primeira catedrática nesta área, em Portugal.
    Tem de prosseguir este esforço de esclarecimento. Sei que vai fazê-lo.

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  3. Rectifico:
    Para mim, o mais extraordinário é ser, ainda
    etc.

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