quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

MARIA MANUELA AGUIAR O NOSSO PRIMEIRO CONGRESSO "ONLINE"

A Associação "Mulher Migrante" entra, em 2009, no 15º ano da sua vida activa.
Queremos passa-lo a reflectir sobre uma temática que tem estado no centro das nossas preocupações, desde o início, e permanece actual: a igualdade de participação cívica entre mulheres e homens nas comunidades portuguesas da Diáspora.
Olhamos a Mulher como cidadã, face ao país de origem e ao de destino, no quadro particular da vivência repartida por um e outro, igual ou desigualmente.
Sabemos que o percurso das mulheres tem sido menos visível e menos estudado do que o dos homens, no mesmo contexto de expatriação, e essa é uma das formas persistentes de discriminação que nos propomos, como objectivo de longo prazo, anular, e, no imediato, ir esbatendo.

A reflexão conjunta, o diálogo entre mulheres e homens, de várias gerações, tem-se revelado um instrumento eficaz de alcançar, ou melhor, de ir gradualmente alcançando, resultados. No que respeita ao conhecimento da acção, dos contributos efectivos, assegurados pela "metade feminina" da nossa emigração e, também, como incentivo a uma sua intervenção maior e mais valorizada.
É o que nos mostra a história dos primeiros encontros mundiais de emigrantes portuguesas, de vários seminários e reuniões, que, dentro e fora do país, se têm organizado, alguns deles para divulgação e debate de teses científicas.
Há um interessante caminho feito, a partir do primeiro "Encontro Mundial de Portuguesas no Associativismo e no Jornalismo", uma iniciativa inédita da Secretaria de Estado da Emigração, patrocinada pela UNESCO, em Junho de 1985 (de facto, não se conhece , a nível europeu ou mundial, nenhum anterior congresso desta natureza, sob a égide de um Governo).
Contudo, sem, de modo algum, pretender retirar mérito ao Governo português, há que lembrar que a ideia nasceu na "sociedade civil".
Foram portuguesas das Américas, concretamente, a presidente de uma sociedade beneficente da Califórnia, Natália Dutra, e uma pioneira da nossa imprensa em Toronto, Maria Alice Ribeiro, que lançaram a proposta. Maria Alice, membro do Conselho das Comunidades, levou-a à reunião desse orgão consultivo governamental, em Danbury, ni final de 1984, onde foi aprovada, consensualmente. A Secretaria de Estado deu pronto cumprimento à recomendação, organizando o primeiro encontro de cidadãs da "diáspora", logo em Junho de 1985.

Uma das recomendações desse "Encontro" exortava as mulheres ali presentes a mantirem o contacto e a continuarem os trabalhos encetados, autonomamente, através de uma associação própria.
Não era um projecto fácil, não cabia ao governo leva-lo por diante (houve, sim, e disso falaremos aqui mais tarde, o propósito de constituir uma "Conferência para as Questões da Igualdade", a par de outras, como a dos "Assuntos Económicos", na órbita do CCP ) e, talvez por isso, só uma década depois algumas das proponentes vieram a dar corpo a uma ONG, com os objectivos inscritos nessa recomendação: nós, actuais membros, dirigentes e colaboradores da "Mulher Migrante".

É tempo de alargar o círculo de debates.
A Internet oferece-nos infinitas possibilidades.
Vamos envolver todos os que se disponham a cooperar connosco num "congresso on line" sobre a realidade e o futuro da emigração no feminino.
Estão todas, todos, convidados a fazê-lo, enviando textos, mensagens ou comentários sobre os temas que irão ser tratados no "Encontro Mundial" a realizar em Espinho, de 6 a 8 de Março (e cujo programa será divulgado, brevemente, neste "blog") ou sobre quaisquer outros , que considerem de importância para o reforço das ligações entre as comunidades do estrangeiro e as do País.
Testemunhos sobre o papel das mulheres no movimento associativo, nos média, na esfera profissional , nas empresas, nas universidades... Histórias de vida, passada ou presente. Contadas por mulheres ou por homens - tanto faz. Aqui, estão todos em pé de igualdade!


















4 comentários:

  1. Muito interessante.
    Mais uma excelente iniciativa da Sra. Dra. Manuela Aguiar. Uma fantástica forma de dialogar, principalmente com quem está longe!
    Muitos parabéns.
    Maria Teresa

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  2. Obrigada pelo comentário! Porém devo acrescentar que a iniciativa é da Associação "Mulher Migrante". A nossa ideia é realizar dois congressos convergentes: este, que começa agora, com as participações de cada um (ou uma) de nós e encerra a 8 de Março, exactamente como o "Encontro" presencial, que está em preparação, em Espinho. As contribuições do "blog" estarão em discussão, à disposição de todos os congressistas não virtuais, assim como as que decorrerem no local do "Encontro" ou Congresso, em Espinho, serão sintetizadas neste espaço. Acho que podemos considerar os companheiros de diálogo na NET, mesmo que através de um simples comentário, como congressistas "inscritos na lista de presenças"! Para textos muito extensos, será preferível usar o e-mail. Por exemplo:rag@sapo.pt para Rita Gomes ou manuela.aguiar@clix.pt para Manuela Aguiar. E, desde já, devo mencionar que não estamos sós nesta iniciativa, que pretende dar continuação aos "Encontros para a cidadania". Contamos como apoio da SECP e a parceria da Fundação Pro Dgnitate e do CEMRI, entre outras.

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  3. 2009 está a chegar... e com ele o 15º Aniversário de actividades da «Associação Mulher Migrante» , como é mais conhecida , em Portugal e no Estrangeiro. A ideia «Mulher Migrante em Congresso» , online , além de opurtuna , é excelente . Permitirá uma maior divulgação do Congresso e das Actividades que temos vindo a desenvolver desde 1994, uma mais rápida ligação com a "rede" de Associadas/os que temos entre «cá e lá», no mundo das comunidades portuguesas . Há ainda a considerar contactos com Entidades, personalidades diversas, cientistas ,profissionais e outros que se interessem pela área das Migrações, que continua a carecer da nossa maior atenção .
    Temos vindo a receber várias mensagens , enaltecendo a Iniciativa com a promessa de contribuirem para o blogue e até de participarem também no Congresso .

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  4. Queria, igualmente, desejar um bom ano de 2009 a todos os companheiros de "blog".
    Um ano de "resistência à crise", que atinge uma dimensão planetáris, e que vai, em muitas partes do mundo, afectar o vida dos emigrantes - imigrantes, e a das mulheres, talvez mais ainda.
    Uma razão suplementar para tentarmos compreender o que acontece nas comunidades do interior e do exterior e para ajudar quem precise. O "estudo" e a "solidariedade" são palavras que fazem parte da designação da nossa Associação, e que, neste momento são mais precisos do que nunca.

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